(review in English
below)
O concerto que a FCG
apresentou na 4.ª e 6.ª feiras foi comemorativo dos 50 anos da orquestra mais
famosa de Portugal. Foi dirigido pelo maestro titular Lawrence Foster.
Apresentou peças de Joseph Haydn — Sinfonia n.º 85, La Reine, parte integrante das sinfonias
parisienses —, Vasco Mendonça — Group together, avoid speech, encomenda
da FCG e estreia mundial — e Igor Stravinsky
— A Sagração da Primavera, peça
composta e estreada em Paris em 1913 com grande polémica associada.
Ouviu-se uma
interpretação regular da Sinfonia de Haydn. De Vasco Mendonça pudemos ouvir uma
composição que se baseou no excerto poético de Elliot “In this
last of meeting places /
We group together / And avoid speech / Gathered on
this beach of the tumid river / Sightless, unless / The eyes reappear (...)” (Hollow Men)
e que foi propositadamente encomendada para este concerto. Considero-a interessante e que
merece uma segunda audição mais atenta — uma primeira audição nunca é mais do
que uma introdução. Embora confesse não ser o meu estilo (também por falta de
hábito), foi uma peça que me suscitou toda a atenção e que teve momentos de um
dramatismo intenso.
(site FCG)
O prato
forte da noite era a famosíssima peça A Sagração da Primavera de Stravinsky que
dispensa qualquer apresentação. É, para mim, uma das peças mais genais jamais
escritas. A sua interpretação exige uma orquestra muito empenhada em
transmitir-nos as mais telúricas profundezas, exigindo uma energia totalmente
visceral, quase a apelar à náusea. Creio que faltou esse brilho.
Resta-me
deixar os meus parabéns à Fundação pelos 50 anos da sua Orquestra. Sem o seu
forte empenhamento e produtiva actividade, o panorama musical em Portugal
tocaria o paupérrimo. Obrigado e parabéns.
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(Review
in English)
The
concert that FCG presented in October
4th and 6th was commemorative of the 50th anniversary of the most famous
Portugal’s orchestra. It was directed by principal conductor Lawrence Foster.
It
presented Joseph Haydn — Symphony no. 85, La Reine, a part of
Parisian symphonies —, Vasco Mendonça
— Group together, avoid speech, an
FCG’s order and world premiere —, and Igor
Stravinsky — The Rite of Spring,
composed and premiered in Paris in 1913 with much controversy.
We
heard a regular interpretation of Haydn's Symphony. We heard a composition of
Vasco Mendonca that was based on an Elliot’s poetic excerpt from Hollow Men "In this last of meeting places / We
group together / And avoid speech / Gathered on this beach of the tumid river /
Sightless, unless / The eyes reappear (.. .) ". It was purposely
commissioned for this concert. I find it interesting and that it deserves a
second more attentive hearing - a first hearing is never more than an
introduction. Although confess it is not my style (also due to lack of habit), it
was a piece that raised me all the attention and had moments of intense drama.
The very
famous piece The Rite of Spring by Stravinsky needs no introduction. It is, for
me, one of the most genius piece ever written. Their interpretation requires an
orchestra very keen to convey to us the most telluric depths, requiring a
totally visceral power, almost calling for nausea. I believe that lacked lustre.
It
remains for me to leave my congratulations to the Foundation for 50 years of its
orchestra. Without their strong commitment and productive activity, the music
scene in Portugal would play the pauper. Thank you and congratulations.
Como sempre: claro na descrição; lúcido nas apreciações. É um prazer ler os seus textos.
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