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domingo, 8 de janeiro de 2023

RIGOLETTO, METropolitan Opera, Dezembro / December 2022

(review in English below)

A realização de Bartlett Sher da ópera Rigoletto de Verdi foi novamente levada à cena na Metropolitan Opera de Nova Iorque. 

A acção passa-se na Alemanha, na república de Weimar, mas é uma encenação clássica, vistosa e onde as componentes principais da opera estão presentes e representadas de forma bem perceptível.


A direcção musical de Speranza Scappucci não esteve à altura do espectáculo. Houve vários desencontros entre a orquestra e os cantores e os ritmos impostos nem sempre foram os mais adequados à acção. Foi pena porque a Orquestra e o Coro estiveram em grande.


Desta vez aconteceu algo raro na ópera, todos os solistas foram excelentes!


O tenor francês Benjamin Bernheim foi um Duque fabuloso. Tem uma voz ampla, fresca, timbre muito bonito, potencia impressionante e grande musicalidade. E em palco foi um verdadeiro actor, a figura jovem e magra ajuda muito.


A soprano italiana Rosa Feola fez uma Gilda perfeita. Voz sempre audível sobre a orquestra, afinada, bonita e expressiva. Em palco também esteve perfeita.


O barítono norte-americano Quinn Kelsey foi um Rigoletto como há muito tempo não via ao vivo. É um papel difícil, actualmente há poucos cantores que o cantam e representam correctamente e Kelsey é um deles. Foi fantástico.


Merecem também destaque pelas suas óptimas actuações Bradley Garvin como Monterone,


o fantástico John Relyea como Sparafucile,


e a impressionante Aigul Akhmetshina como Maddalena.


Um espectáculo fabuloso.





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RIGOLETTO, MEtropolitan Opera, December 2022


Bartlett Sher's performance of Verdi's opera Rigoletto was again performed at the Metropolitan Opera in New York.

The action takes place in Germany, in the Republic of Weimar, but it is a classic, showy staging and where the main components of the opera are present and represented in a very perceptible way.

Speranza Scappucci's musical direction was not up to the performance. There were several disagreements between the orchestra and the singers and the imposed rhythms were not always the most suitable for the action. It was a pity because the Orchestra and the Chorus were grate.

This time something rare happened in opera, all the soloists were excellent!

French tenor Benjamin Bernheim was a fabulous Duke. He has a wide, fresh voice, very beautiful timbre, impressive power and great musicality. And on stage he was a real actor, the young and thin figure helps a lot.

The Italian soprano Rosa Feola made a perfect Gilda. Voice always audible over the orchestra, in tune, beautiful and expressive. On stage she was also perfect.

The American baritone Quinn Kelsey was a Rigoletto like I haven't seen live in a long time. It's a difficult role, nowadays there are few singers who sing and represent it correctly and Kelsey is one of them. He was fantastic.

They also deserve mention for their excellent performances Bradley Garvin as Monterone, the fantastic John Relyea as Sparafucile, and the stunning Aigul Akhmetshina as Maddalena.

A fabulous performance.

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sábado, 9 de julho de 2022

CAVALLERIA RUSTICANA / PAGLIACCI, Royal Opera House, Julho / July 2022

(review in English below)

As operas Cavalleria Rusticana de P Mascagni e Pagliacci de R Leoncavallo estiveram novamente em cena na Royal Opera House de Londres.


 A encenação de Damiano Michieletto é excelente! A acção decorre maioritariamente numa padaria (Cavalleria Rusticana) e no ambiente que a circunda, e num salão de festas (Pagliacci), numa Itália rural e atrasada da segunda metade do século passado. Em cada uma das óperas há uma ligação cénica clara à outra, um aspecto muito bem conseguido. Na Cavalleria Rusticana, o empregado mais novo da padaria é o Silvio da ópera Paglacci e nesta, no interlúdio, aparece a Santuzza a comunicar, por gestos, que está grávida, à mãe do Turiddu.

O palco rotativo mostra vários componentes dos cenários, tudo o que se passa na padaria é de excelente efeito cénico mas o momento mais conseguido é a recriminação da Santuzza pela imagem da Santa durante a procissão.

A direcção musical, excelente, foi do maestro titular Antonio Pappano e a orquestra esteve em grande forma.


Em relação aos cantores solistas, houve 3 cancelamentos “major”: Anita Rachvelishvili, Ermonela Jaho e Jonas Kaufmann. Num naipe de excelentes cantores, a que mais se destacou foi Aleksandra Kurzak que interpretou a Santuzza e a Nedda. Foi óptima em todos os aspectos, voz grande, bonita, colorida e expressiva, associada a interpretações cénicas fantásticas. Excelente! Melhor seria impossível.


O barítono Dimitri Platanias também cantou nas 2 óperas. Foi Alfio e Tonio. Outro cantor muito bom, com um registo vocal médio assinalável. Interpretação correcta em cena, mas menos dinâmica que os restantes.


O tenor Seokjong Baek foi um intérprete superior do Turiddu, sobretudo estando a substituir o Kaufmann. Voz potente, de timbre bonito e sempre afinada. Dificilmente teríamos uma melhor interpretação vocal.

Elena Zilio repetiu a Mamma Lucia com a qualidade que já tínhamos apreciado quando vimos esta produção a primeira vez na ROH.

O Canio de Roberto Alagna, outra substituição do Kaufmann, foi bom. O cantor denota já algum desgaste vocal mas proporcionou-nos uma interpretação marcante num conjunto homogéneo de cantores de topo.

Deixo para o fim os cantores mais jovens que foram fantásticos! A Aigul Akhmetshina como Lola, o Egor Zhuravskii como Beppe, e, sobretudo, o Mattia Olivieri como Silvio.










Um espectáculo fantástico!


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CAVALLERIA RUSTICANA / PAGLIACCI, Royal Opera House, July 2022


The operas Cavalleria Rusticana by P Mascagni and Pagliacci by R Leoncavallo were once again on the scene at the Royal Opera House, London.

Damiano Michieletto's staging is excellent! The action takes place mainly in a bakery (Cavalleria Rusticana) and in the environment that surrounds it, and in a ballroom (Pagliacci), in rural and backward Italy in the second half of the last century. In each of the operas there is a clear scenic connection to the other, an aspect very well achieved. At Cavalleria Rusticana, the bakery's youngest employee is Silvio from the opera Paglacci and in this, in the interlude, Santuzza appears to communicate, by gestures, that she is pregnant, to Turiddu's mother. The rotating stage shows various components of the scenarios, everything that takes place in the bakery has an excellent scenic effect, but the most successful moment is Santuzza's recrimination for the image of the Saint during the procession.

The musical direction, excellent, was by the principal conductor Antonio Pappano and the orchestra was great.

Regarding soloist singers, there were 3 major cancellations: Anita Rachvelishvili, Ermonela Jaho and Jonas Kaufmann. In a group of excellent singers, the one who stood out the most was Aleksandra Kurzak who interpreted Santuzza and Nedda. She was great in all aspects, great, beautiful, colorful and expressive voice, associated with fantastic scenic interpretations. Fantastic! Better would be impossible.

Baritone Dimitri Platanias also sang in both operas. He was Alfio and Tonio. Another very good singer, with a remarkable vocal register. Correct interpretation on stage, but less dynamic than the others.

Tenor Seokjong Baek was a superior interpreter of Turiddu, especially as he replaced Kaufmann. Powerful voice, with a beautiful timbre and always in tune. We would hardly have a better vocal interpretation.

Elena Zilio repeated Mamma Lucia with the quality that we had already appreciated when we saw this production for the first time at ROH.

Roberto Alagna's Canio, another replacement for Kaufmann, was good. The singer already shows some vocal wear, but he provided us with a good interpretation in a homogeneous group of top singers.

I'll keep the younger singers who were fantastic for last! Aigul Akhmetshina as Lola, Egor Zhuravskii as Beppe, and, above all, Mattia Olivieri as Silvio.

A fantastic performance!

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domingo, 13 de março de 2022

RIGOLETTO, Royal Opera House, Março 2022


(text in English below)

Como tem sido hábito nas grandes casas de espectáculos, no início interpretou-se o hino da Ucrânia, em solidariedade com o genocídio que o País está a sofrer.

Começou depois o Rigoletto de G. Verdi. A encenação de Oliver Mears começa com uma figuração inspirada no “Martírio de São Mateus” de Caravaggio, um belo efeito visual, mas depois torna-se estática, algo minimalista e muito pouco inovadora.

O Rigoletto do barítono Luca Salsi foi extraordinário. É um verdadeiro barítono verdiano, espécie quase extinta nos dias que correm. Esteve muito bem em palco, a voz é magnífica, ampla, potente e muito expressiva.

Também ao mais alto nível esteve a soprano Rosa Feola. Sempre afinada, timbre bonito, voz cheia e grande expressividade em palco.

Já o tenor Francesco Demuro foi decepcionante. A voz é pequena, tem um timbre excessivamente agudo de que não gosto e canta quase sempre em esforço.

Notáveis foram também o baixo Evgeny Stavinsky como Sparafucile e a mezzo Aigul Akhmetshina como Maddalena. Os cantores secundários não destuaram, Phillip Rhodes (Monterone), Kseniia Nikolaieva (Giovanna) e German Alcantara  (Marullo).

 


Apesar do tenor, um espectáculo de grande qualidade.

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RIGOLETTO Royal Opera House, March 2022

As has been the custom in the great concert halls, at the beginning the anthem of Ukraine was played, in solidarity with the genocide that the country is suffering.

Then began Rigoletto by G. Verdi. Oliver Mears' staging begins with a figuration inspired by Caravaggio's “Martyrdom of St. Matthew”, a beautiful visual effect, but the staging was static, somewhat minimalist and not very innovative.

Baritone Luca Salsi's Rigoletto was extraordinary. He is a good verdian baritone, a species almost extinct these days. He was very well on stage, his voice is magnificent, wide, powerful and very expressive.

Also at the highest level was soprano Rosa Feola. She was always in tune, beautiful timbre, full voice and great expressiveness on stage.

Tenor Francesco Demuro was disappointing. The voice is small, has an excessively high timbre, which I don't like, and sings more in effort than in softness.

Also notable were bass Evgeny Stavinsky as Sparafucile and mezzo Aigul Akhmetshina as Maddalena. The support singers did not destroy,
Phillip Rhodes (Monterone), Kseniia Nikolaieva (Giovanna) and German Alcantara (Marullo).
 
Despite the tenor, it was a performance of great quality.

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