(review in English below)
No ano da morte
de Franco Zeffirelli, a Metropolitan Opera de Nova Iorque volta a exibir a
produção que fez da ópera Turandot de G. Puccini, dedicada à sua memória, já
comentada algumas vezes neste blogue. É uma encenação datada mas muito vistosa
e exuberante, algo kitch, que ainda
hoje desperta aplausos logo que a cortina sobe.
A direcção
musical foi de qualidade e esteve a cargo do maestro Yannick Nézet-Séguin. A orquestra esteve muito bem e o coro
esplêndido.
Nos protagonistas
a soprano Christine Goerke foi uma
princesa Turandot de voz forte e dura cumprindo sem deslumbrar.
O príncipe Calaf
foi o tenor Yusif Eyvazov. Foi
irregular na emissão vocal, muitas vezes não se ouviu e tem um timbre feio. E
em palco é pouco expressivo. Em minha opinião não é um artista com o nível de
qualidade que justifique a sua presença em papéis solistas de relevo numa
companhia de ópera de topo como é a Metropolitan Opera de Nova Iorque. Contudo,
como é o marido de Anna Netrebko, admito que faça parte do pacote da sua
contratação (ela sim, uma cantora sublime), dado que está a cantar a ópera
Macbeth no mesmo período.
A Liù foi
superiormente interpretada pela soprano Eleonora
Buratto, de longe a melhor cantora da noite. Voz sempre audível sobre o
orquestra, timbre agradável e interpretação emotiva.
O Timur foi o
veterano James Morris que cumpriu
com dignidade.
Ping (Alexey
Lavrov) excelente, Pang (Tony
Stevenson) e Pong (Eduardo Valdes)
bons fizeram um trio interessante.
O Mandarim (Javier Arrey) mal se ouviu, mas cantou
sempre na parte mais profunda do palco.
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TURANDOT,
METropolitan Opera, New York, October 2019
In the year
of Franco Zeffirelli's death, the New York Metropolitan Opera re-exhibits his
production of G. Puccini's opera Turandot, dedicated to his memory,
already commented a few times on this blog. It is a dated but very showy and
exuberant staging that still arouses applause as soon as the curtain rises.
The musical
direction was of good quality and was conducted by Yannick Nézet-Séguin. The
orchestra was very good and the choir splendid.
In the soloists
soprano Christine Goerke was a
princess Turandot of strong and hard voice. She was ok without impressing.
Prince Calaf
was tenor Yusif Eyvazov. He was
irregular in vocal emission, often not heard and has an ugly tone. And on stage
is little expressive. In my opinion, he is not a quality artist who justifies
his presence in soloist roles in a top opera company such as the Metropolitan
Opera of New York. However, as he is the husband of Anna Netrebko, I admit that
it is part of the package of her hiring (she is a sublime singer), since she is
singing the opera Macbeth in the same period.
Liù was
superiorly performed by soprano Eleonora
Buratto, by far the best singer of the night. The voice was always audible
over the orchestra, pleasant timbre and emotive interpretation.
Timur was
veteran James Morris who performed
and sung with dignity. Excellent Ping (Alexey
Lavrov), good Pang (Tony Stevenson)
and good Pong (Eduardo Valdes) made
an interesting trio. The Mandarin (Javier
Arrey) was barely heard, but always sang in the deepest part of the stage.
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