A Fundação Calouste Gulbenkian encerrou com chave de ouro a temporada de música 2009-2010 com esta impressionante Ariadne auf Naxos de Richard Strauss. Já referi anteriormente, a propósito de outra récita da ópera a que assisti em Fevereiro último no Met que ela não é das minhas favoritas. Contudo, quando a interpretação, ainda que em versão de concerto, é do nível que se assistiu hoje na Gulbenkian, o espectáculo enche plenamente os ouvidos e a alma.
A direcção musical, de Lawrence Foster, esteve acima do que é habitual no maestro titular da Orquestra Gulbenkian e contribuiu significativamente para o exito da noite. No início saltou-lhe a batuta da mão, caindo em cima de um espectador da primeira fila mas o episódio, apesar de invulgar, em nada perturbou o espectáculo. A orquestra, em versão reduzida e com a presença em força dos seus instrumentistas mais jovens, teve um desempenho impecável.
Os cantores foram, na sua globalidade, notáveis e responsáveis pela qualidade do espectáculo oferecido.
No Prólogo destacou-se, de forma incontestável, Heidi Brunner, soprano suiça que foi talvez a melhor de toda a récita. Na interpretação do Compositor revelou um invulgar poder vocal, de grande beleza e segurança, sempre audível sobre a orquestra e nunca perdendo qualidade em qualquer registo. Já a ouvira antes na Gulbenkian, mas nunca me impressionou como hoje. Notável.
Olesya Golovneva, soprano russa, interpretou a Zerbinetta de forma segura e em crescendo ao longo da récita, tendo sido excelente na segunda parte, na sua aria mais famosa - Grossmächtige Prinzessin… Noch glaub’ich demeinem ganz mich gehörend – que desencadeou um prolongado período de aplausos do público. A figura da cantora era franzina, revelou-se detentora de uma coloratura notável e a voz, sobretudo no registo mais agudo, foi sempre grande, afinada e cristalina.
Ariadne foi interpretada pela soprano norte americana Dara Hobbs que também esteve à altura do papel apesar de ser detentora de um timbre próximo do banal e, no registo mais agudo e em fortissimo, a voz perder qualidade, tornando-se baça e com tendência para a estridência.
Michael König, tenor alemão, foi O Tenor e Bacchus. Teve uma boa prestação, sobretudo na segunda parte como Bacchus, mas esteve aquém das cantoras principais. Contudo, a voz tem um timbre agradável e manteve a afinação durante toda a récita.
Merecem ainda menção positiva o barítono Jochen Schmeckenbecher (Professor de Música e Arlequim) e o baixo Marko Spehar (Truffaldin e Lacaio).
Mais um excelente espectáculo na Fundação Gulbenkian, que acaba de apresentar o programa da temporada 2010/2011, assunto a que voltarei mais tarde neste blogue.
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domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Carmen - Wiener Staatsoper - 9 de Maio 2010
Depois da desilusão que foi o cancelamento da récita de Simão Boccanegra no Scala, chegou o ponto alto da minha Temporada operática 2009-2010: Carmen na Ópera Estatal de Viena, 9 de Maio.
Quando saiu o ano passado, por esta altura, a temporada da Ópera Estatal de Viena, o elenco da Carmen surgia como, sem margem para dúvidas, o melhor elenco de qualquer produção operática da Temporada 2009-2010 pelo menos na Europa e, acho que me atrevo a dizer, do Mundo.
Tinhamos reunidos nada mais, nada menos, que Rolando Villazon como Don José (antes da cirurgia e ainda com esperança da parte dos fanáticos da ópera que se mantivesse mais ou menos bem...), Elina Garanca como Carmen (talvez a maior referencia deste papel da actualidade - posso dizê-lo agora após tanto que fez durante a presente temporada), Anna Netrebko como Micaela (o que dizer? perfeita!) e Ildebrando D'Arcangelo como Toreador (igualmente uma referência no papel), conduzidos por Mariss Jansons. Os planos do Teatro, segundo soube recentemente, seria a gravação (pelo menos) em DVD da récita.
Villazon foi operado e saiu dos planos. Em troca entrou Massimo Giordano. Elina Garanca e Mariss Jansons sairam talvez cerca de 2 a 3 semanas antes (altura em que revi o elenco no site) e entraram Nadia Krasteva como Carmen e direcção por Andris Nelsons.
Mesmo com estas alterações prometia e devo dizer que esta foi a RÉCITA DA MINHA VIDA até agora (temo que até mesmo a coloque à frente de muitas com Domingo...).
Os lugares? Perfeitos: 2ª fila da plateia à direita, sem ninguém nos lugares da frente (talvez reservados para convidados de alguém e que não compareceram segundo um senhor japonês que estava sentado ao nosso lado... seriam para Villazon e Garanca?!...:)). Não posso deixar de frisar algo que me deixou impressionadíssimo. Não é só em Portugal que existem "Chicos espertos"... 3 pessoas, com lugares inferiores, vendo estes vagos na primeira fila, decidiram ocupar nos intervalos os mesmos, tendo sido educadamente corridos pela senhora dos programas. Fantástico!!! Primeira vez que assisti a tal e confirmou a regra que não há duas sem três.
A encenação foi clássica, transmitindo o ambiente ideal ao pormenor para esta ópera.
A Orquestra fenomenalmente dirigida e sem falhas conseguiu criar a tensão nos momentos-chave do drama de forma exímia.
Nadia Krasteva é uma Carmen que, na minha opinião, fisicamente se enquadra mais na personagem do que Elina Garanca. Vocalmente segura, timbre perfeito, uma boa actriz que foi crescendo ao longo da récita, sem um sequer gesto supérfulo ou mal equacionado; sedutora embora não sendo uma mulher tão atraente como Garanca (embora os gostos se discutam, certo?).
Quando saiu o ano passado, por esta altura, a temporada da Ópera Estatal de Viena, o elenco da Carmen surgia como, sem margem para dúvidas, o melhor elenco de qualquer produção operática da Temporada 2009-2010 pelo menos na Europa e, acho que me atrevo a dizer, do Mundo.
Tinhamos reunidos nada mais, nada menos, que Rolando Villazon como Don José (antes da cirurgia e ainda com esperança da parte dos fanáticos da ópera que se mantivesse mais ou menos bem...), Elina Garanca como Carmen (talvez a maior referencia deste papel da actualidade - posso dizê-lo agora após tanto que fez durante a presente temporada), Anna Netrebko como Micaela (o que dizer? perfeita!) e Ildebrando D'Arcangelo como Toreador (igualmente uma referência no papel), conduzidos por Mariss Jansons. Os planos do Teatro, segundo soube recentemente, seria a gravação (pelo menos) em DVD da récita.
Villazon foi operado e saiu dos planos. Em troca entrou Massimo Giordano. Elina Garanca e Mariss Jansons sairam talvez cerca de 2 a 3 semanas antes (altura em que revi o elenco no site) e entraram Nadia Krasteva como Carmen e direcção por Andris Nelsons.
Mesmo com estas alterações prometia e devo dizer que esta foi a RÉCITA DA MINHA VIDA até agora (temo que até mesmo a coloque à frente de muitas com Domingo...).
Os lugares? Perfeitos: 2ª fila da plateia à direita, sem ninguém nos lugares da frente (talvez reservados para convidados de alguém e que não compareceram segundo um senhor japonês que estava sentado ao nosso lado... seriam para Villazon e Garanca?!...:)). Não posso deixar de frisar algo que me deixou impressionadíssimo. Não é só em Portugal que existem "Chicos espertos"... 3 pessoas, com lugares inferiores, vendo estes vagos na primeira fila, decidiram ocupar nos intervalos os mesmos, tendo sido educadamente corridos pela senhora dos programas. Fantástico!!! Primeira vez que assisti a tal e confirmou a regra que não há duas sem três.
A encenação foi clássica, transmitindo o ambiente ideal ao pormenor para esta ópera.
A Orquestra fenomenalmente dirigida e sem falhas conseguiu criar a tensão nos momentos-chave do drama de forma exímia.
Nadia Krasteva é uma Carmen que, na minha opinião, fisicamente se enquadra mais na personagem do que Elina Garanca. Vocalmente segura, timbre perfeito, uma boa actriz que foi crescendo ao longo da récita, sem um sequer gesto supérfulo ou mal equacionado; sedutora embora não sendo uma mulher tão atraente como Garanca (embora os gostos se discutam, certo?).
Massimo Giordano foi um Don José muitos pontos acima do que assisti o ano passado em Berlim na Deutsche Oper em Março. Boa aparência, vocalmente em excelente forma, com agudos cristalinos e seguros, sem desafinar, com alma na voz em cada passagem; excelente actor soube transmitir com convicção toda a evolução da personagem desde o indiferente ao patologicamente apaixonado capaz de matar por ciúme. Se tivermos que apontar algo, a única coisa que posso dizer é que a sua pronuncia francesa, em algumas situações, não é perfeita mas isso são pormenores insignificantes face ao que de bom transmitiu.
Anna Netrebko é simplesmente fenomenal. Sendo apenas a 3ª vez que a vejo (previamente como Donna Anna no Don Giovanni e Adina do Elisir) é apaixonante. Vocalmente acho que não posso dizer mais nada a não ser que não falha... nunca! É impressionante! A beleza do timbre, a projecção, a alma com que canta... Não posso deixar de referir uma passagem que, para mim, foi do melhor que assisti em Ópera como forma de arte total: no dueto com Don José no primeiro acto, Micaela traz uma carta da mãe de José, algum dinheiro "et puis... et puis..." e quando canta isto tira timidamente uma maça da sacola que traz (alusão às oferendas clássicas de enamorados) que volta a colocar dentro rapidamente. Que momento não de teatro ou música, mas de ARTE!
Ildebrando D'Arcangelo esteve na melhor interpretação que lhe conheço. Nas últimas 3 vezes que o vi pareceu-me sempre estar a cantar em "mono". Aqui esteve pujante e com força (talvez esa ideia minha estja enviesada pelo facto dos lugares serem melhores do que os que habitualmente tenho), em perfeito "stereo". Sedutor, muito bom actor, perfeito!
Costumo ter formigueiros quando vejo algo que me surpreende e toca durante uma récita e nesta devo ter tido uns 1000 AITs sensitivos!!!
Tudo foi anormalmente perfeito!!!
Não costumo classificar as récitas numericamente mas se me pedirem para o fazer: 20 valores para tudo, incluíndo a senhora dos programas que expulsou os "penetras" da fila da frente...
Nos bastidores pareciam sardinhas pelos autografos e fotos. Eu, uma das sardinhas, consegui o programa assinado e algumas fotos que partilho aqui.
Simon Boccanegra - 4 de Maio 2010 - Teatro alla Scala, Milão - GREVE!!!
Talvez considerado como o Teatro de Ópera mais famoso do mundo, o Scala de Milão, imortalizado por tantas figuras lendárias da ópera, em particular do bel canto, foi palco, no passado dia 4 de Maio, da maior desilusão da minha vida de (acho que me posso considerar como tal) melómano.
A greve dos sindicatos dos trabalhadores do Scala apanhou todos de surpresa no dia 3 à noite. Não pude acreditar que, ao entrar no site pela internet no lobby do hotel para rever elenco, o director do Teatro lamentava o cancelamento da récita.
Depois da Cirurgia de Domingo (que o afastou do Tamerlano revisto por mim anteriormente neste blog), da sua recuperação célere permitindo estar em forma para esta produção do Simão Boccanegra; depois da nuvem de cinzas islandesa ameaçar (sem sucesso) o meu comparecimento em Milão; chegava agora isto. Tinha o artista disponível, eu tinha lá chegado e uma barreira que pecava pela imprevisibilidade e singularidade (foi só cancelada esta récita das várias que houve...) impedia o acontecimento por mim muito esperado: Domingo servir de padrinho na minha estreia no Scala (como o fez na Royal Opera, no Palau des Arts em Valência, no Gran Teatro do Liceu de Barcelona e na Staatsoper Unter den Linden de Berlim).
Ainda não consigo compreender como é possível uma greve ser convocada na véspera e assim se estragar a imagem do Teatro e causar tamanho constrangimento aos que a ele se deslocam para ver Ópera. Não tanto por aqueles que vivem em Milão porque para esses é praticamente "igual ao litro" mas para quem vem de fora... Consigo agora falar sobre este assunto com alguma ponderação e sem a raiva e fúria do momento. Claro que me devolveram o valor dos bilhetes na bilheteira que fica na estação de Metro do Duomo. à minha frente lamentava-se uma senhora que tinha vindo de Paris para ver esta récita. Enviei um email a pedir alguma informação, alguma justificação, algum pedido de desculpa mais pessoal e formal mas até hoje nada.
Se alguém me voltar a perguntar se já fui ao Scala quando disser que gosto de ópera vou ter que dizer: "Sim... mas fiquei à porta!".
Na altura o meu pensamento foi nunca mais apostar no Scala. A próxima temporada é dada a conhecer a 21 de Maio e adivinha-se uma Valquíria com elenco brutal... Se se mantiver o padrão de cancelar a estreia (como fizeram no último dia 13 de Maio com a estreia do Ouro do Reno) e a penúltima récita, acho que se consegue tentar uma ida em alturas que não correspondam a estas datas... :) Estou a brincar, claro...
Deixo a quem quiser uma foto da fachada do Scala no dia 4 de Maio por volta das 19h15 com a "fachada" que foi não estar do lado de dentro. Tudo se resumiu a uma palavra: Vergonhoso!!!
domingo, 2 de maio de 2010
AS BODAS DE FIGARO (Le Nozze di Figaro) –Teatro de São Carlos, Lisboa, Maio de 2010
As Bodas de Figaro (Le Nozze di Figaro) é uma das grandes óperas de Mozart que, se bem tocada, bem cantada e bem encenada, proporciona momentos musicais sublimes. Infelizmente não foi o que aconteceu na récita a que assisti no Teatro Nacional de São Carlos.
A Orquestra Sinfónica Portuguesa esteve sob a direcção de Julia Jones e foi, de longe, o melhor da tarde. A maestrina conduziu a orquestra com garra e conseguiu desta uma muito boa prestação. Ouviu-se Mozart! Foram ambas (orquestra e maestrina) incomparavelmente melhores e mais credíveis do que no Morcego, há poucos meses.
Guy Montavon, encenador com curriculo firmado e muito premiado (conforme assinalado na bio do programa) foi responsável por uma encenação que achei kitsch e de mau gosto. Apenas algumas tonalidades de azul ao longo da récita foram interessantes. No primeiro acto o amontoado de caixotes não resultou em qualquer efeito interessante, apenas dificultou a mobilidade dos cantores (já de si “perra”). No segundo, o quarto da Condessa parecia o da Imelda Marcos, pejado de caixas de sapatos, sem outros atractivos cénicos. No jardim do último acto apareceram retratadas, para o casamento, muitas figuras públicas, desde Lili Caneças à princesa Diana, passando por Berlusconi, Carla Bruni e diversos membros das famílias reais europeias, entre outros. Tudo muito kitsch, repito, e de gosto duvidoso.
O baixo Marco Vinco foi o Conde de Almaviva. Boa figura, a voz fazia-se ouvir com facilidade, apesar de o timbre não ser bonito e a expressividade ficar aquém do desejado. Mas foi um dos melhores em palco. A Condessa (Rosina) foi interpretada pela soprano Jessica Muirhead. Não esteve bem nem cenica nem vocalmente. A voz era aceitável no registo médio mas nos agudos perdia qualquer qualidade melódica, transformando-se em gritos. E foi pena porque a Condessa tem algumas das mais belas arias (exprimindo tristeza) escritas por Mozart. Joana Seara foi uma Susanna interessante, sem deslumbrar, mas melhor que qualquer das cantoras estrangeiras com papeis principais. Figaro foi cantado pelo barítono Leandro Fischetti. Teve uma prestação muito irregular ao longo da récita. Começou mal, foi pouco credível em cena, teve intervenções interessantes mas outras decepcionantes. Cherubino foi interpretado pelo mezzo Kristina Wahlin. Irregular na emissão, timbre aspro, desafinações frequentes e desastrosa em cena, não colocou nenhuma credibilidade na personagem. Em papeis menores ouviram-se alguns dos melhores da récita, nomeadamente Donato di Stefano como Dr. Bartolo e Mário João Alves como Don Basilio.
Foi ainda digno de registo a frequente falta de entrosamento das várias personagens, cada uma cantando para seu lado, fatal nesta ópera, onde os ensembles são tão frequentes e importantes.
*
A Orquestra Sinfónica Portuguesa esteve sob a direcção de Julia Jones e foi, de longe, o melhor da tarde. A maestrina conduziu a orquestra com garra e conseguiu desta uma muito boa prestação. Ouviu-se Mozart! Foram ambas (orquestra e maestrina) incomparavelmente melhores e mais credíveis do que no Morcego, há poucos meses.
Guy Montavon, encenador com curriculo firmado e muito premiado (conforme assinalado na bio do programa) foi responsável por uma encenação que achei kitsch e de mau gosto. Apenas algumas tonalidades de azul ao longo da récita foram interessantes. No primeiro acto o amontoado de caixotes não resultou em qualquer efeito interessante, apenas dificultou a mobilidade dos cantores (já de si “perra”). No segundo, o quarto da Condessa parecia o da Imelda Marcos, pejado de caixas de sapatos, sem outros atractivos cénicos. No jardim do último acto apareceram retratadas, para o casamento, muitas figuras públicas, desde Lili Caneças à princesa Diana, passando por Berlusconi, Carla Bruni e diversos membros das famílias reais europeias, entre outros. Tudo muito kitsch, repito, e de gosto duvidoso.
O baixo Marco Vinco foi o Conde de Almaviva. Boa figura, a voz fazia-se ouvir com facilidade, apesar de o timbre não ser bonito e a expressividade ficar aquém do desejado. Mas foi um dos melhores em palco. A Condessa (Rosina) foi interpretada pela soprano Jessica Muirhead. Não esteve bem nem cenica nem vocalmente. A voz era aceitável no registo médio mas nos agudos perdia qualquer qualidade melódica, transformando-se em gritos. E foi pena porque a Condessa tem algumas das mais belas arias (exprimindo tristeza) escritas por Mozart. Joana Seara foi uma Susanna interessante, sem deslumbrar, mas melhor que qualquer das cantoras estrangeiras com papeis principais. Figaro foi cantado pelo barítono Leandro Fischetti. Teve uma prestação muito irregular ao longo da récita. Começou mal, foi pouco credível em cena, teve intervenções interessantes mas outras decepcionantes. Cherubino foi interpretado pelo mezzo Kristina Wahlin. Irregular na emissão, timbre aspro, desafinações frequentes e desastrosa em cena, não colocou nenhuma credibilidade na personagem. Em papeis menores ouviram-se alguns dos melhores da récita, nomeadamente Donato di Stefano como Dr. Bartolo e Mário João Alves como Don Basilio.
Foi ainda digno de registo a frequente falta de entrosamento das várias personagens, cada uma cantando para seu lado, fatal nesta ópera, onde os ensembles são tão frequentes e importantes.
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