domingo, 7 de outubro de 2012

Alexei Volodin, Ciclo de Piano da FCG — 7 de Outubro de 2012


(review in English below)

O ciclo de piano da temporada 2012/13 da FCG estreou-se com o pianista russo Alexei Volodin com um programa que inclui Schubert, Beethoven, Tchaikovsky e Kasputin.


O recital iniciou-se pelos Impromptus, D. 899 de Franz Schubert, compostos no ano anterior à sua morte precoce em 1828. São um conjunto de 4 peças sobejamente conhecidas do público e que aqui nos foram mostradas de forma exemplar por Volodin.

Foi seguida da muito famosa Sonata para piano n.º 8, op. 13, conhecida por “Patética”, de Beethoven, cuja força dramática tem vindo a tocar os ouvintes desde que foi escrita em 1798 quando este tinha 27 anos. Foi muito bem interpretada.

Findo o intervalo, seguiu-se a Suite de O Quebra Nozes a partir do bailado homónimo de P. I. Tchaikovsky, transcrita pelo consagrado pianista e maestro Mikhail Pltenev, no meu entender o melhor interprete de Tchaikovsky da atualidade, cujas gravações das obras sinfónicas são uma referência absoluta. A transcrição passa por todos os elementos centrais da obra que todos nós conhecemos e permitiu a Volodin exibir todas as suas qualidades técnicas e expressivas.

A terminar, foi-nos apresentada a Sonata n.º 2, op. 54 de Nikolai Kasputin, compositor de origem ucraniana e cuja obra é, para muitos, pouco conhecida. Esta obra foi composta em 1989 e tem uma clara inspiração no jazz, não fosse o pianista e compositor Kasputin um homem que, apesar da sua formação clássica, cedo se dedicou quase em exclusivo a este género musical. Apesar de muitos cépticos (chamemos-lhes assim...) terem abandonado a sala antes e durante a interpretação da sonata, esta foi muito interessante e revelou as belíssimas qualidades técnicas e interpretativas deste pianista com um reportório tão vasto.

Alexei Volodin ofereceu-nos, ainda e muito simpaticamente, três encores: o primeiro foi uma peça muito famosa, mas que não me lembro do nome, pelo que não vou arriscar (quem quiser dizer faça o favor!); as duas últimas foram a Valsa do Minuto e o Nocturno n.º 20 de Chopin. As três peças foram muito bem tocadas.

Foi uma óptima forma de começar este ciclo.

Deve deixar-se uma nota sobre o Concerto Tússico que nos foi apresentado a cada intervalo entre peças: quer os timbres laríngeos, quer os brônquicos estiveram muito bem, em clara preparação para o Inverno que aí vem.


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(review in English)

The FCG’s piano cycle of 2012/13 season debuts with the Russian pianist Alexei Volodin with a program that includes Schubert, Beethoven, Tchaikovsky and Kasputin.

The recital began by Impromptus, D. 899 by Franz Schubert composed in the year before his premature death in 1828. They are a set of well known 4 pieces that were shown to us in an exemplar way.

The extremely famous Beethoven’s Piano Sonata no. 8, op. 13, known as "Pathetique", followed it, a sonata whose dramatic force has been touching listeners since it was written in 1798 when Beethoven was 27. It was extremely well interpreted.

After the break, the recital followed by the Suite from the homonym ballet The Nutcracker of P. I. Tchaikovsky, transcribed by the renowned pianist and conductor Mikhail Pltenev, in my opinion the best interpreter of Tchaikovsky today, whose recordings of symphonic works are absolute references. The transcription goes through all the core elements of the work that we all know and that allowed Volodin shows all its technical and expressive qualities.

Finally, it was presented to us Ukrainian origin composer Nikolai Kasputin’s Sonata n. 2, op. 54, whose work is, for many, poorly known. This work was composed in 1989 and has a clear inspiration in jazz, was not the pianist and composer Kasputin a man who, despite his classical training, early devoted himself almost exclusively to this genre. Although many sceptics (call them so...) has left the hall before and during the interpretation of the sonata, this was very interesting and showed the tchenical and interpretative qualities of this interpreter with a repertoire so vast.

Alexei Volodin gave us yet, very sympathetically, three encores: the first part was one very famous, but I do not remember the name, so I will not risk to say what it was (who wants to say, please!); the last two were Chopin’s Minute’s Waltz and Nocturne n.º 20. The three pieces were very well played.

It was a great way to start this cycle.

I also should leave a note on Concert for Cough presented to us every gap between pieces: whether the laryngeal or bronchial timbres were very well, clearly in preparation for the winter that is coming.

1 comentário:

  1. Caro camo_opera,
    Bem-vindo de novo à escrita no blogue.
    Enquanto os concertos tússicos forem nos intervalos, a coisa não vai mal...

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