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domingo, 21 de dezembro de 2014

ELIAS de Felix Mendelssohn-Bartholdy, Fundação Gulbenkian, Lisboa, Dezembro de 2014 / Gulbenkian Foundation, Lisbon, December 2014

(text in english below)

Assisti hoje a um momento alto da temporada da Gulbenkian – a oratória Elias de Mendelssohn, interpretada pelo Coro Gulbenkian, Orquestra Gulbenkian e solistas.

A direcção musical foi do maestro Michel Corboz e, como já nos habituou neste tipo de reportório, foi excelente. O maestro do coro é Paulo Lourenço
A obra é de invulgar beleza e foi interpretada ao mais alto nível por todos os intervenientes.


Os 4 solistas, todos muito bons, tiveram interpretações qualitativamente homogéneas. A soprano portuguesa Ana Quintans brilhou e ofereceu-nos uma interpretação emotiva e de voz sempre afinada e bem audível sobre a orquestra.


A mezzo holandesa Helena Rasker também se impôs, tem um timbre escuro e bonito, que fez um óptimo contraste com o soprano.


O tenor alemão Christian Elsner tem uma voz de invulgar beleza e potência e foi marcante em todas as intervenções.


O baixo argentino Victor Torres, apesar de nos ter oferecido uma grande e expressiva interpretação denotou, uma ou outra vez, alguma dificuldade no registo mais grave.


 O Coro Gulbenkian foi excepcional, tanto nas intervenções conjuntas como em partes a solo de alguns dos seus elementos femininos. A Orquestra Gulbenkian, também em grande!



Um Elias de excepção na Fundação Gulbenkian!

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ELIAS by Felix Mendelssohn-Bartholdy, Gulbenkian Foundation, Lisbon, December 2014

I attended today a highlight of the Gulbenkian’s music season – the oratory Elias by Mendelssohn, interpreted by the Gulbenkian Choir, Gulbenkian Orchestra and soloists.

The musical director was Michel Corboz and, as has become customary in this type of repertoire, was excellent. The choir conductor was Paulo Lourenço. The oratory is of unusual beauty and was  interpreted at the highest level by all participants.

The four soloists were all very good and interpretations were qualitatively homogeneous. Portuguese soprano Ana Quintans was excelente and offered us an emotional interpretation, the voice was always in tune and well audible over the orchestra.

Dutch mezzo Helena Rasker was also excelente, she has a dark and beautiful timbre, which made a nice contrast to the soprano.

German tenor Christian Elsner has a voice of unusual beauty and power and was remarkable in all interventions.

Argentine bass Victor Torres, despite performing a great and expressive interpretation, denoted again and again some difficulty in the lower register.

The Gulbenkian Choir was again exceptional, both when singing together as in solo parts of some of its female members. The Gulbenkian Orchestra was also excelente.


A unique Elias at the Fundação Gulbenkian!

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sábado, 18 de maio de 2013

MENDELSSOHN na Fundação Gulbenkian — 17.05.2013


(Review in English below)


A FCG apresentou ontem o Concerto para Violino e Orquestra em Mi menor, op. 64 de Felix Mendelssohn Bartholdy. A obra estreada em 1845 e dedicada ao violinista e seu grande amigo Ferdinand David viria a ser a última obra para orquestra do compositor que faleceria precocemente em 1847. É um concerto que tem alguns pormenores originais na sua forma, que é um exemplo claro de um romantismo “clássico” e um dos mais belos concertos escritos para o mais pequeno dos instrumentos de cordas.


A interpretação ficou a cargo da jovem violinista russa Alina Pogostkina e foi de qualidade, embora não assombrosa. É expressiva, esteve bem coordenada com a orquestra e revelou o seu virtuosismo com seu fraseado melódico fácil, sobretudo no andamento intermédio. Como encore tocou J. S. Bach com destreza e elegância.


Em seguida ouviu-se uma obra poucas vezes interpretada, mas que é extremamente interessante: Sonho de uma Noite de Verão, op. 61 (Ein Sommernachtstraum). A peça tem a sua famosa Abertura em Mi Maior, op. 21, composta quando Mendelssohn tinha apenas 17 anos e que mostrava o rasgo de génio do alemão. Todavia, a música incidental a propósito da comédia de William Shakespeare foi escrita apenas em 1843 a pedido do rei Frederico Guilherme IV da Prússia. O seu andamento mais famoso e que está no ouvido de todos é a Marcha nupcial e o texto da obra é, grandemente, para ser dito por um narrador.


O narrador foi o norte-americano Mervon Metha. A sua interpretação foi de enorme qualidade com uma voz muito bem modulada consoante o texto. Emprestou, também, uma expressão corporal muito adequada e esteve muito acertado no tempo com a orquestra.


Ana Maria Pinto foi o soprano. A sua voz tem um timbre muito agradável, esteve muito afinada e com a voz bem projectada e sempre audível apesar de colocada atrás da orquestra.


Carolina Figueiredo foi o mezzo-soprano. Não tem, em minha opinião, um timbre muito melódico, por ser um pouco áspero e os seus agudos pareceram-me esforçados. Mas o papel é demasiado pequeno para uma apreciação categórica.

O Coro Gulbenkian esteve, uma vez mais, num nível de qualidade superior.
Também Lawrence Foster e a Orquestra Gulbenkian estiveram ontem num bom nível.

Esperamos, agora que restam Falstaff e Otello de Giuseppe Verdi, que a Orquestra e Lawrence Foster nos presenteiem com interpretações de qualidade elevada, até para que Foster se possa despedir do cargo de maestro titular da FCG em beleza.

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(Review in English)

The FCG presented yesterday the Concerto for Violin and Orchestra in E minor, op. 64 of Felix Mendelssohn Bartholdy. The work premiered in 1845 and dedicated to his close friend and violinist Ferdinand David was to be the last work for orchestra of the composer who pass away in 1847. It is a concert that has some original features in its shape, which is a clear example of "classic" romanticism and one of the most beautiful concertos ever written for the smallest of the stringed instruments.
The interpretation was borne by the young Russian violinist Alina Pogostkina that was of good quality, though not outstanding. She was expressive, well coordinated with the orchestra and revealed her virtuosity with her easy melodic phrasing, especially in the second movement. As encore, she played J. S. Bach with skill and elegance.

Then there was a work rarely played, but of extremely interest: A Midsummer Night’s Dream, op. 61 (Ein Sommernachtstraum). The piece has its famous Overture in E Major, op. 21, composed when Mendelssohn was only 17 that show the stroke of genius of the German composer. However, the incidental music about William Shakespeare’s comedy was written only in 1843 at Prussian King Frederick William IV request. Its most famous and worldwide known movement is the Wedding March and the text of the work is greatly to be told by a narrator.
The narrator was the American Mervon Metha. His performance was of great quality with a voice well modulated depending on the text. Lent also a very appropriate body language and was very settled in time with the orchestra.
Ana Maria Pinto was the soprano. Her voice has a very pleasant timbre, was very in tune with the voice always well projected and audible though she was placed behind the orchestra.
Carolina Figueiredo was the mezzo-soprano. She hasn’t, in my opinion, a very melodic timbre that was a little rough and her high notes was too forced. But the role is too small for a categorical assessment.
The Gulbenkian Choir was again at a high quality standard as well as Lawrence Foster and the Gulbenkian Orchestra.

Hopefully, now that only left Falstaff and Otello by Giuseppe Verdi this season, the Orchestra and Lawrence Foster will present us magnificent interpretations, up to Foster to dismiss beautifully the post of principal conductor of the Gulbenkian Foundation.