domingo, 20 de junho de 2021

ERNANI de Giuseppe Verdi no Teatro Nacional de São Carlos — 20.06.2021

(Review in English below)


Assisti à última récita da ópera Ernani de Giuseppe Verdi no Teatro Nacional de São Carlos. Trata-se da primeira colaboração de Verdi com o libretista Francesco Maria Piave, tendo por base a obra homónima de Victor Hugo.

 

Devido às restrições da COVID-19, a ópera foi apresentada em versão de concerto e reuniu alguns cantores com projeção internacional nos principais papéis.


António Pedro Ferreira © TNSC


Orquestra Sinfónica Portuguesa sob direção de Antonio Pirolli apresentou-se muito coesa, regular no tempo e com uma interpretação de qualidade ao longo de todos os atos, exibindo uma excelente expressividade e dando realce ao carácter belcantista desta obra. Foi, no meu entender, o ponto forte da tarde.

 

Coro do Teatro Nacional de São Carlos foi colocado no fundo do palco dividido por uma estrutura metálica de quatro andares. Todos os seus elementos estavam muito afastados uns dos outros e com uma película plástica por diante, o que em muito diminuiu o seu volume, tornando-se frequentemente muito difícil de ouvir, embora, globalmente, tenham tido, dentro das dificuldades que tinham de ultrapassar, uma performance agradável.

 

Na minha apreciação, esta ópera tem uma beleza invulgar e já nos mostrava todas as qualidades que o jovem Verdi ia exibir ao longo da sua exitosa carreira. Contudo, em particular o primeiro ato, é muito exigente para os cantores, o que ficou patente na récita de hoje.


António Pedro Ferreira © TNSC


Antes de a récita começar, informaram os espectadores de que o tenor americano Gregory Kunde tinha uma lombalgia. Kunde apresentou-se hoje visivelmente diminuído do ponto de vista físico, mas denotou, igualmente, muitas dificuldades vocais. Conhecido pelas suas interpretações de tenor heróico, nomeadamente no papel de Otello, o timbre do já vetrano tenor ainda é muito bonito e ficou bem patente a sua muita experiência na forma como abordou a personagem Ernani. Contudo, no capítulo da afinação esteve claramente deficiente, tendo-lhe sido muito difícil atingir as notas agudas com facilidade, exibindo um vibrato exagerado e uma aspereza na voz que não favoreceu a qualidade vocal. O público não deixou de o acarinhar no final, tendo-se mostrado muito humilde, fazendo um gesto de como quem diz «obrigado, mas a minha performance de hoje não merece tanto».


António Pedro Ferreira © TNSC


A soprano chinesa Hui He foi Elvira. Não seria sincero se não dissesse que fiquei muito dececionado com a sua prestação. A potência vocal é inquestionável, mas apresentou muitas dificuldades na afinação, recorrendo frequentemente ao grito, tendo um legatto deficiente, assim como o fraseggio a denotar um italiano pouco seguro. Sobretudo no primeiro ato teve momentos em que chegou a ser desagradável de ouvir, o mesmo sucedendo no último e derradeiro ato.


António Pedro Ferreira © TNSC


O barítono italiano Simone Piazzola foi um Don Carlo vocalmente com uma performance de boa qualidade. Tem um timbre bonito, agudos fáceis e com uma coluna de som geralmente bem sustentada que se perdeu pontualmente nalguns agudos, sobretudo no segundo ato. Na sua ária Gran Dio! Costor sui sepolcrali marmi no 3.º ato esteve particularmente bem, mostrando um conhecimento profundo da personagem, emprestando-lhe uma emotividade vocal que denota a sua experiência no papel.


António Pedro Ferreira © TNSC


O baixo italiano Fabrizio Beggi foi um Don Ruy Silva muito seguro e aquele que apresentou uma performance mais consistente. Tem uma belíssima voz de baixo, uma boa emissão em qualquer registo da tessitura e uma expressividade muito eloquente, pelo que foi muito agradável de ouvir e, de todo o elenco, aquele que esteve em maior destaque.

 

Os restantes elementos do elenco, nos seus pequenos papéis, cumpriram bem (Rita Marques foi Giovanna; Sérgio Martins foi Don Riccardo; e João Oliveira foi Jago).

 

Deve dizer-se que estar na sala do TNSC e poder desfrutar da sua acústica soberba é um privilégio e os fãs estão ávidos por ver se, passada a COVID e com a nova direção de Elisabete Matos, se poderá finalmente assistir ao aumento de qualidade que é urgente e que se exige que se verifique num teatro que, infelizmente, ao longo das últimas temporadas, tem tido um registo próximo do comatoso.

 

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Review in English

 

I attended the last performance of Giuseppe Verdi's opera Ernani at the Teatro Nacional de São Carlos. This was Verdi's first collaboration with the librettist Francesco Maria Piave, based on the homonymous work by Victor Hugo.

 

Due to COVID-19 restrictions, the opera was presented in a concert version and brought together some singers with international projection in the main roles.

 

The Orquestra Sinfónica Portuguesa under the direction of Antonio Pirolli presented itself very cohesive, regular in tempo and with an interpretation of high quality throughout all the acts, displaying excellent expressiveness and emphasising the belcantist character of this work. It was, in my opinion, the highlight of the evening.

 

The Choir of the Teatro Nacional de São Carlos was placed at the back of the stage divided by a four-storey metallic structure. All its elements were very far apart from each other and with a plastic film in front of them, which greatly reduced their sound volume, making it often very difficult to hear, although, overall, they had, within the difficulties they had to overcome, a pleasant performance.

 

In my appreciation, this opera has an unusual beauty and already showed us all the qualities that the young Verdi was to display throughout his successful career. However, the first act in particular is very demanding for the singers, and this was evident in today's performance.

 

Before the recital began, spectators were informed that the American tenor Gregory Kunde had a backache. Kunde was physically visibly diminished today, but also had many vocal difficulties. Known for his heroic tenor performances, particularly in Otello, the already elderly tenor's timbre is still very beautiful and his great experience was evident in the way he approached the character of Ernani. However, in terms of pitch he was clearly deficient, and it was very difficult for him to reach the high notes with ease, exhibiting an exaggerated vibrato and a roughness in his voice that did not favour the vocal quality. The audience did not fail to appreciate him at the end and he was very humble, gesturing as if to say "thank you, but my performance today doesn't deserve that much".

 

Chinese soprano Hui He was Elvira. I wouldn't be honest if I didn't say I was very disappointed with her performance. The vocal power is unquestionable, but she presented many difficulties in tuning, often resorting to shouting, having a poor legato, as well as the fraseggio denoting an unsafe Italian. Especially in the first act she had moments when she was unpleasant to listen to, the same happening in the last and final act.

 

The Italian baritone Simone Piazzola was a Don Carlo vocally with a good quality performance. He has a beautiful timbre, easy treble and with a generally well-sustained sound column which was occasionally lost in some of the treble, especially in the second act. In his aria Gran Dio! Costor sui sepolcrali marmi in the 3rd act he was particularly well, showing a deep knowledge of the character, lending him a vocal emotiveness that denotes his experience in the role.

 

Italian bass Fabrizio Beggi was a very assured Don Ruy Silva and the one who gave the most consistent performance. He has a beautiful bass voice, a good delivery in any register of tessitura and a very eloquent expressiveness, so he was very pleasant to listen to and, of all the cast, the one who excelled the most.

 

The remaining members of the cast, in their small roles, performed well (Rita Marques was Giovanna; Sérgio Martins was Don Riccardo; and João Oliveira was Jago).

 

It must be said that being in the TNSC hall and being able to enjoy its superb acoustics is a privilege and the fans are eager to see if, after COVID and with Elisabete Matos' new direction, we will finally see the urgently needed increase in quality in a theatre that, unfortunately, over the last few seasons, has had a record close to comatose.

sábado, 12 de junho de 2021

EXCLUSIVO: Entrevista a Simone Piazzola / Interview with Simone Piazzola / Intervista a Simone Piazzola

A propósito da ópera Ernani de Guiseppe Verdi que se irá apresentar no TNSC com um elenco de qualidade global elevada na próxima semana, o blog Fanáticos da Ópera tem o privilégio de poder apresentar uma entrevista exclusiva com o barítono Simone Piazzola que se irá estrear em Portugal.

(Interview in English below) (Intervista in inglese sotto)

(Publicação de fotografias autorizada)

 

Simone Piazzola, muito obrigado por ter aceitado responder a algumas perguntas para o nosso blog Fanáticos da Ópera.



I. Relativamente à ópera Ernani de Verdi, o libreto é um pouco diferente do da peça Hernani de Victor Hugo no que diz respeito à sua personagem. Piave emprestou-lhe o amor apaixonado por Elvira e a sua personagem parece mudar à medida que a ação se desenvolve. Numa primeira fase, ele é um déspota interessado apenas no poder e no seu amor excessivo por Elvira, a quem tenta raptar. Depois, eleito como Imperador do Sacro Império Romano, Don Carlo é, de alguma forma, morto, renascendo como Imperador Carlo V. Transforma-se num governante que pensa apenas em política, nos problemas militares e religiosos do seu tempo, perdendo o interesse em Elvira e mostrando-se magnânimo para com os seus opositores.


1) O que é que pensa da sua personagem e como enfrenta as suas mudanças psicológicas?

Don Carlo é, sem dúvida, uma personagem interessante, que amadurece no decurso da ópera, dando mais peso no final à moralidade do que ao poder. Lido com este crescimento interior, dando diferentes nuances vocais e interpretativas; faço da minha voz um espelho dos seus pensamentos.

 

2) Sendo um barítono habituado a um grande espectro de papéis verdianos, quais são os desafios técnicos mais difíceis deste papel de Don Carlo?

Para além das várias facetas carateriais a que se deve prestar atenção para dar personalidade à personagem, a complexidade deste papel encontra-se na tessitura que envolve sobretudo a parte aguda da voz.



II. A ópera é hoje em dia considerada por muitos como uma arte disponível apenas para algumas elites, apesar da democratização do acesso através de plataformas de streaming, etc. Sendo ainda um jovem, apesar de experiente, barítono que atua em grandes salas de ópera, como pensa que a ópera pode tornar-se mais atrativa para um público mais vasto e mais jovem?

Penso que o problema fundamental é a forma como as obras são explicadas aos jovens. Por exemplo, contando apenas o enredo, nunca ninguém ficará apaixonado. É necessário que se conheça a alma, a personalidade de cada personagem, para que se possa dar uma identidade a cada papel, para que se possa sentir simpatia ou antipatia por uma personagem, para que se possa imaginar o que se passa na sua mente e sentir as suas próprias emoções. Mas isto de forma intima e não porque lhes seja dito "isto é bom e isto é mau". É preciso criar neles a curiosidade de dizer "e depois o que acontece"?



III. Em tempos da COVID, e sendo tão difícil ter atuações ao vivo e encenadas, como se mantém motivado e em boa forma psicológica e vocal?

Durante o primeiro confinamento e no período seguinte, foi difícil aceitar não poder sentir o teatro como antes. A consolação veio principalmente das pessoas que sempre apoiaram os artistas, que não desistiram. As mesmas pessoas que costumavam estar no teatro a aplaudir estavam nas redes sociais para apoiar os cantores sempre que estes viam um contrato cancelado. Eles têm sido parte da minha força. Vocalmente? Bem, eu canto principalmente por paixão, por isso tenho-me mantido a praticar, cantando em casa com a minha companheira todos os dias, porque cantar é uma necessidade para mim, não apenas um trabalho. Depois, também fui sempre acompanhado pelo meu mestre de confiança, o maestro Giacomo Prestia, por vezes gravando-me a mim próprio e, quando havia oportunidade, vendo-nos pessoalmente, mantendo as cautelas necessárias. A maior motivação era voltar no teatro , estando em frente ao público que tanto amo e agora, finalmente, posso fazê-lo!



IV. Estando esperançados de que possa ter encontrado formas de atuar ao vivo na próxima temporada, quais são as suas próximas atuações e desafios?

Num futuro próximo estarei envolvido no papel de Germont em La Traviata, primeiro no Teatro Massimo, em Palermo, e depois na Arena di Verona, onde cantarei o papel de Amonasro de Aida para o Festival de Ópera deste Verão.

Partirei depois para Liège para interpretar Don Carlo di Vargas em La Forza del Destino e serei Ford em Falstaff no Teatro Maggio Musicale Fiorentino.

 

Obrigado e toi, toi, toi para as récitas de Ernani!

 

Interview in English 

 

Regarding the opera Ernani by Guiseppe Verdi that will be performed next week at TNSC with a globally high quality cast, the blog Fanáticos da Ópera is privileged to present an exclusive interview with the baritone Simone Piazzola that will have his debut in Portugal.

 

Simone Piazzola, thank you for accepting to answer some questions for our blog Fanáticos da Ópera or Opera Fanatics.

 

I. Regarding Verdi’s Ernani, this play is a bit different from Victor Hugo’s play Hernani in what respects to your character. Piave gave him his passionate love for Elvira and his character seems to change as the play develops. Firstly, he is a despot only interested in power and in his lavish love for Elvira whom he tries to kidnap. Then, elected as Emperor of the Holy Roman Empire, Don Carlo is, in some way, killed and reborn as Emperor Carlo V. He transforms himself in a ruler thinking only on politics, military and religious problems of their time, losing interest in loving Elvira and being magnanimous with his opponents.

 

1) What are your thoughts about your character and how do you challenge his psychologic swings?

Don Carlo is undoubtedly an interesting character, who matures in the course of the work, giving more weight to morality than to power in the end.

I face this inner growth by giving different vocal and interpretative nuances; I make my voice mirror his thoughts.

 

2) Being you a baritone used to a large spectrum of verdian roles, what are the most difficult technical challenges of this Don Carlo’s role?

In addition to the various character facets to which attention must be paid in order to dare to the character, the complexity of this role lies in the texture that most engages the high part of the voice.

 

II. Opera is nowadays considered by many as an art available to some elite, despite the democratization of access through streaming platforms, etc. As a yet young, despite experienced, baritone who is performing in major opera halls, how do you think opera can become more attractive to a broader and younger audiences?

I think the fundamental problem is how the work is explained to young people. Telling the plot will never make someone love, serve to make known the soul, the personality of each character so that they can give an identity to each role, that can feel sympathy or dislike for a character, who can tell in their mind what happens and feeling emotions themselves but intimately and not because they are told "this is good and this is bad". Create in them the curiosity to say "and then what happens?"

 

III. In COVID times, and being so difficult to have live and staged performances, how do you keep motivated and in shape psychologically and vocally?

During the first lockdown and the following period it was hard to accept not being able to experience the theater as before, but the comfort came mainly from the people who have always supported the artists, who did not give up. The same people who were earlier in the theater applauding were on social media supporting the singers every time a canceled contract was seen. They have been part of my strength. Vocally? Well I sing mainly for passion so I kept practicing singing at home with my partner, singing every day because singing for me is a need not just a job. Then, however, I have always been followed by my trusted Maestro Giacomo Prestia, every now and then by registering and when there was the opportunity to see us in person, however, maintaining the necessary precautions. The greatest was to return to the theater in front of the audience I love so much and now it can succeed!

 

IV. Hoping you are finding a way to perform live next season, what are your next performances and challenges?

I’ll be soon playing the role of Germont in La Traviata, first at the Teatro Massimo in Palermo and later at the Arena in Verona where I will sing concurrently in the role of Amonasro in Aida for this summer's Opera Festival.

I will then leave for Liège to interpret Don Carlo di Vargas in La Forza del Destino and I will be Ford in Falstaff at the Maggio Musicale Fiorentino Theater.

 

Thanks and toi, toi, toi for Ernani!

 

Intervista in italiano

 

Per quanto riguarda l'opera Ernani di Giuseppe Verdi che sarà rappresentata al TNSC con un cast mondiale di alta qualità la prossima settimana, il blog Fanáticos da Ópera ha il privilegio di presentare un'intervista esclusiva con il baritono Simone Piazzola chi fará su debut in Portogallo.

 

Simone Piazzola, grazie mille per aver accettato di rispondere ad alcune domande per il nostro blog Fanáticos da Ópera.


I. Per quanto riguarda l'opera Ernani di Verdi, il libretto è un po' diverso da quello dell'opera Hernani di Victor Hugo per quanto riguarda il tuo personaggio. Piave ha preso in prestito il suo amore appassionato per Elvira e il suo carattere sembra cambiare man mano che l'azione si sviluppa. Nella prima fase, è un despota interessato solo al potere e al suo eccessivo amore per Elvira, che cerca di rapire. Poi, eletto imperatore del Sacro Romano Impero, Don Carlo viene in qualche modo ucciso, rinascendo come imperatore Carlo V. Diventa un sovrano che pensa solo alla politica, ai problemi militari e religiosi del suo tempo, perdendo interesse per Elvira e mostrando magnanimità verso i suoi avversari.

 

1) Cosa pensi del suo personaggio e come affronti i suoi cambiamenti psicologici?

Don Carlo è indubbiamente un personaggio interessante, che matura nel corso dell'opera dando nel finale più peso alla moralità che al potere. 

Affronto questa crescita interiore dando sfumature vocali e interpretative diverse; faccio sì che la mia voce diventi specchio dei suoi pensieri. 

 

2) Essendo un baritono abituato ad un ampio spettro di ruoli verdiani, quali sono le sfide tecniche più difficili di questo ruolo di Don Carlo?

Oltre alle varie sfaccettature caratteriali alle quali bisogna prestare attenzione per dare personalità al personaggio, la complessità di questo ruolo si trova nella tessitura che impegna maggiormente la parte acuta della voce. 

 

II. L'opera è oggi considerata da molti come un'arte a disposizione di una certa élite, nonostante la democratizzazione dell'accesso attraverso le piattaforme di streaming, ecc. Come baritono ancora giovane, ma con esperienza, che si esibisce nelle principali sale d'opera, come pensi che l'opera possa diventare più attraente per un pubblico più ampio e giovane?

Credo che il problema fondamentale sia il come l'opera viene spiegata ai giovani. Raccontare la trama non farà mai appassionare qualcuno, serve far conoscere l'animo, la personalità di ogni personaggio in modo che possano dare un'identità ad ogni ruolo, che possano provare simpatia o antipatia per un personaggio, che possano immaginare nella loro mente cosa accade e provare emozioni loro stessi ma intimamente e non perché viene detto "questo è buono e questo è cattivo". Creare in loro la curiosità di dire "e poi cosa succede?"

 

III. In tempi di COVID, ed essendo così difficile avere esibizioni dal vivo e in scena, come vi mantenete motivati e in forma psicologicamente e vocalmente?

Durante il primo lockdown e il periodo seguente è stata dura accettare il non poter vivere il teatro come prima ma il conforto è arrivato principalmente dalla gente che ha sempre sostenuto gli artisti, che non ha mollato. Le stesse persone che prima erano in teatro ad applaudire erano sui social a sostenere i cantanti ogni qual volta che si vedeva un contratto cancellato. Sono stati parte della mia forza. Vocalmente? Beh io canto principalmente per passione quindi mi sono mantenuto in esercizio cantando in casa con la mia compagna, cantando ogni giorno perché cantare per me è un bisogno non solo un lavoro. Poi comunque mi sono sempre fatto seguire dal mio fidato Maestro Giacomo Prestia, ogni tanto registrandomi e quando c'è stata l'opportunità vedendoci di persona mantenendo comunque le cautele del caso. La motivazione più grande è stata tornare in teatro davanti al pubblico che tanto amo e ora finalmente posso farlo!


IV. Sperando che voi troviate un modo per esibirvi dal vivo la prossima stagione, quali sono le vostre prossime esibizioni e sfide?

Prossimamente mi vedrò impegnato nel ruolo di Germont ne La Traviata, prima al Teatro Massimo di Palermo e successivamente all'Arena di Verona dove canterò in concomitanza il ruolo di Amonasro ne L'Aida per il Festival Lirico di quest'estate. 

Partirò poi per Liegi per interpretare Don Carlo di Vargas ne La Forza del Destino e sarò Ford nel Falstaff al Teatro Maggio Musicale Fiorentino.

 

Grazie e toi, toi, toi per Ernani!