domingo, 24 de fevereiro de 2019

WERTHER, Viena, Staatsoper, Setembro / September 2018



 (review in English below)

A opera Werther de Massenet esteve em cena na Ópera Estatal de Viena numa vistosa e rica encenação de Andrei Serban. No centro do palco está uma enorme árvore, com uma plataforma elevada e umas escadas laterias e tudo se passa nesse cenário, mudando muito os adereços que vão aparecendo no palco. A acção foi transportada para meados do século passado e tudo está cuidadosamente escolhido de acordo, guarda roupa, mobílias, diferentes utensílios. A árvore começa com folhas verdes (Verão), depois amarelas e acastanhadas (Outono) e finalmente sem folhas. Muito agradável e bem conseguida.




O maestro Frédéric Chaslin não fez um bom trabalho porque parecia que estava a dirigir Wagner. Frequentemente colocou a excelente Orquestra da Ópera Estatal de Viena em forte, abafando os cantores. Uma pena.

O tenor russo Dmitry Korchak fez um Werther muito decente, mas não tão emotivo quanto seria desejável. Nada a dizer na amplitude vocal e afinação, mas não transmitiu convincentemente a paixão pela Charlotte. Para quem viu Jonas Kaufmann neste papel, dificilmente verá um intérprete que o consiga igualar, penso.

A Charlotte foi interpretada pela experiente Sophie Koch que há muitos anos canta o papel (e foi ela que contracenou na produção que referi com o Kaufmann). Fantástica na representação e na qualidade vocal, potencia, beleza tímbrica e emotividade. Mesmo com o esforço do maestro em sobrepor a orquestra aos cantores, não o conseguiu fazer com ela!

O barítono Clemens Unterreiner foi um Albert de qualidade superior. Voz poderosa, bem timbrada e sempre afinada. Cantor com boa figura, a encenação ajudou muito, e a prestação em palco foi exemplar.

A Sophie foi bem interpretada pela soprano Maria Nazarova, muito ágil, voz agradável mas aqui e acolá com tendência para a estridência. Todos os outros estiveram bem e as crianças com grande à vontade.

Infelizmente não abriram a cortina no final e, contra o encarnado, as fotografias ficam quase sempre muito mal (e até estava relativamente perto do palco).





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WERTHER, Vienna, Staatsoper, September 2018

Massenet's opera Werther was on stage at the Vienna State Opera in a nice and rich production by Andrei Serban. In the center of the stage is a huge tree, with a raised platform and a few stairs and everything happens in this scenario, changing much the props that appear on the stage. The action was transported to the middle of the last century and everything is carefully chosen accordingly, clothes, furniture, different utensils. The tree starts with green leaves (Summer), then yellow and brown (Autumn) and finally no leaves. Very nice and well done.

Maestro Frédéric Chaslin did not do a good job because it looked like he was directing Wagner. Often he placed the excellent Vienna State Opera Orchestra in forte, often muffling the singers. Regrettable.

Russian tenor Dmitry Korchak was a very decent Werther, but not as emotive as it would be desirable. Nothing to say about his vocal amplitude and tuning, but he did not convey convincingly the passion for Charlotte. For anyone who has seen Jonas Kaufmann in this role, one will hardly see an interpreter who can match him, I think.

Charlotte was played by the experienced Sophie Koch who sings the role for many years (and it was she who sang in the production I mentioned with Kaufmann). Fantastic in both stage performance and vocal quality, with remarkable potency, beautiful timbre and emotion. Even with the maestro's effort to put the orchestra over the singers, he could not do it with her!

Baritone Clemens Unterreiner was an Albert of superior quality. Powerful voice, always in tune. The singer has a good figure, the staging helps a lot, and the performance on stage was exemplary.

Sophie was well interpreted by soprano Maria Nazarova, very agile, pleasant voice but here and there with a tendency for stridency. Everyone else was well and the kids were great with ease.

Unfortunately they did not open the curtain at the end and of the performance, and against the red curtain, the photographs come almost always very bad (and I was relatively close to the stage).

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