(review in English below)
A Madama Butterfly é uma das óperas de Puccini que mais gosto. Retrata talvez
a mais desprotegida e injustiçada heroína do compositor, para quem a figura da
Mulher foi central nas suas obras.
A encenação de Josef Gielen é literal e clássica,
muito agradável de ver. A única nota negativa é a idade da criança que deveria
ter 6 ou 7 anos. Orquestra e Coro (no palco e fora dele) com
excelentes prestações, sob a batuta do maestro Jonathan Darlington.
A soprano spinto arménia
Liana Haroutounian foi uma Cio-cio-san
(Butterfly) excepcional. A cantora desempenha a personagem de forma
irrepreensível. Muito bem cenicamente, tem uma voz poderosíssima e ofereceu-nos
uma interpretação muito emotiva. Esteve sempre afinada e as notas mais agudas
são impressionantes e não perdem qualidade.
O Pinkerton do
tenor romeno Teodor Ilincai foi
também bastante bom, a voz tem um timbre muito agradável e o cantor projecta-a
com grande eficácia. Tem uma boa figura para o papel.
O Sharpless do
barítono espanhol Gabriel Bermúdez
foi o elo mais fraco da noite, com uma voz pequena que, frequentemente, se
deixava abafar pela orquestra. Também foi bastante estático em palco.
A Suzuki da mezzo
russa Elena Maximova foi outra
cantora fabulosa. Voz muito poderosa, timbre bonito e uma interpretação
irrepreensível, cénica e vocal.
Dos papéis
secundários, o Goro do Herwig Pecoraro
foi bizarro porque a voz não é agradável, o Yamadori do Hans Peter Kammerer e a Kate Pinkerton da Lydia Rathkolb cumpriram os seus muito pequenos papéis.
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MADAMA
BUTTERFLY, Wiener Staatsoper, November 2018
Madama Butterfly is one of the Puccini operas I like best. It portrays perhaps the most
unprotected and unjustly heroine of the composer, for whom the figure of the
Woman was central in his works.
The direction
of Josef Gielen is literal and
classic, very pleasant to see. The only negative note was the age of the child,
that should be 6 or 7 years old. Orchestra
and Chorus (on stage and off stage) with
excellent performances, under the command of maestro Jonathan Darlington.
Armenian
spinto soprano Liana Haroutounian
was an exceptional Cio-cio-san (Butterfly). The singer played the character in
an irreproachable way. Very convincing on stage, she has a very powerful voice
and she gave us a very emotional interpretation. She has always been tuned and
the top notes were impressive and maintaining the high quality.
Pinkerton
of the Romanian tenor Teodor Ilincai
was also quite good, the voice has a very pleasant tone and the singer projects
it with great effectiveness. He is young and
has a good figure for the role.
Sharpless
of the Spanish baritone Gabriel Bermúdez
was the weakest link of the night, with a small voice that, often, was drowned
by the orchestra. He was also quite static on stage.
Suzuki by
Russian mezzo Elena Maximova was
another fabulous singer. She had a very powerful voice, beautiful timbre and an
irreprehensible interpretation, scenic and vocal.
Of the
secondary roles, Goro by Herwig Pecoraro
was bizarre because the voice is not pleasant, Yamadori by Hans Peter Kammerer and Kate Pinkerton by Lydia Rathkolb were ok in their very small participations.
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