quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

MADAMA BUTTERFLY, Wiener Staatsoper, Novembro / November 2018



(review in English below)

A Madama Butterfly é uma das óperas de Puccini que mais gosto. Retrata talvez a mais desprotegida e injustiçada heroína do compositor, para quem a figura da Mulher foi central nas suas obras.
A encenação de Josef Gielen é literal e clássica, muito agradável de ver. A única nota negativa é a idade da criança que deveria ter 6 ou 7 anos. Orquestra e Coro (no palco e fora dele) com excelentes prestações, sob a batuta do maestro Jonathan Darlington.



A soprano spinto arménia Liana Haroutounian foi uma Cio-cio-san (Butterfly) excepcional. A cantora desempenha a personagem de forma irrepreensível. Muito bem cenicamente, tem uma voz poderosíssima e ofereceu-nos uma interpretação muito emotiva. Esteve sempre afinada e as notas mais agudas são impressionantes e não perdem qualidade.



O Pinkerton do tenor romeno Teodor Ilincai foi também bastante bom, a voz tem um timbre muito agradável e o cantor projecta-a com grande eficácia. Tem uma boa figura para o papel.




O Sharpless do barítono espanhol Gabriel Bermúdez foi o elo mais fraco da noite, com uma voz pequena que, frequentemente, se deixava abafar pela orquestra. Também foi bastante estático em palco.



A Suzuki da mezzo russa Elena Maximova foi outra cantora fabulosa. Voz muito poderosa, timbre bonito e uma interpretação irrepreensível, cénica e vocal.



Dos papéis secundários, o Goro do Herwig Pecoraro foi bizarro porque a voz não é agradável, o Yamadori do Hans Peter Kammerer e a Kate Pinkerton da Lydia Rathkolb cumpriram os seus muito pequenos papéis.





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MADAMA BUTTERFLY, Wiener Staatsoper, November 2018

Madama Butterfly is one of the Puccini operas I like best. It portrays perhaps the most unprotected and unjustly heroine of the composer, for whom the figure of the Woman was central in his works.
The direction of Josef Gielen is literal and classic, very pleasant to see. The only negative note was the age of the child, that should be 6 or 7 years old. Orchestra and Chorus (on stage and off stage) with excellent performances, under the command of maestro Jonathan Darlington.

Armenian spinto soprano Liana Haroutounian was an exceptional Cio-cio-san (Butterfly). The singer played the character in an irreproachable way. Very convincing on stage, she has a very powerful voice and she gave us a very emotional interpretation. She has always been tuned and the top notes were impressive and maintaining the high quality.

Pinkerton of the Romanian tenor Teodor Ilincai was also quite good, the voice has a very pleasant tone and the singer projects it with great effectiveness. He is young and  has a good figure for the role.

Sharpless of the Spanish baritone Gabriel Bermúdez was the weakest link of the night, with a small voice that, often, was drowned by the orchestra. He was also quite static on stage.

Suzuki by Russian mezzo Elena Maximova was another fabulous singer. She had a very powerful voice, beautiful timbre and an irreprehensible interpretation, scenic and vocal.

Of the secondary roles, Goro by Herwig Pecoraro was bizarre because the voice is not pleasant, Yamadori by Hans Peter Kammerer and Kate Pinkerton by Lydia Rathkolb were ok in their very small participations.

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