domingo, 17 de fevereiro de 2019

LA BOHÈME, METropolitan OPERA, Dezembro / December 2018




 (review in English below)


É sempre um gosto rever esta encenação espectacular de La Bohème de Franco Zeffirelli que a Metropolitan Opera mantém há décadas. Os cenários são sempre aplaudidos pelo público, algo que praticamente só por aqui acontece. Desta vez assistimos a uma récita em que quase todos os intervenientes eram norte americanos.



O jovem maestro James Gaffingan ofereceu-nos uma leitura correcta da partitura, interpretada ao mais alto nível pela orquestra.



A Mimì da soprano Ailyn Pérez não começou bem (a aria Si mi chiamano Mimì foi frouxa) mas nos dois últimos actos teve uma bela interpretação, vocal e cénica e conseguiu transmitir emoção no final, no leito de morte.



Já o Rodolfo do tenor Michael Fabiano esteve muito aquém do desejável. Apesar de ter um timbre vocal aceitável, o fraseado é muito feio e a emissão irregular. Foi muito aplaudido e ouviram-se “bravos” após a ária Che gélida manina, totalmente imerecidos na minha opinião, mas o factor “casa” seguramente pesou.



O barítono Lucas Meachem foi um Marcello de voz potente e bem colocada, esta sim uma interpretação de qualidade superior.



A Musetta da soprano Angel Blue cumpriu sem impressionar, foi mais exuberante no desempenho cénico do 2º acto (a encenação presta-se a isso) do que no desempenho vocal.



O baixo-barítono Christian van Horn foi um Colline de voz pouco impressionante



e o barítono escocês Duncan Rock fez um Schaunard decente mas de voz algo opaca. 


Outro barítono escocês, Donald Maxwell, interpretou os papéis pequenos de  Benoit e Alcindoro.

Para uma grande récita nesta que é uma das principais catedrais mundiais da ópera não basta ser-se americano.






***


LA BOHÈME, METropolitan OPERA, December 2018

It is always a pleasure to see again this spectacular staging by Franco Zeffirelli of La Bohème that the Metropolitan Opera has maintained for decades. The scenarios are always applauded by the public, something that practically only happens here. This time we saw a performance in which almost all the soloists were North Americans.

Young conductor James Gaffingan offered us a correct reading of the score, interpreted at the highest level by the orchestra.

Mimì of soprano Ailyn Pérez did not start well (the aria Si mi chiamano Mimì was loose) but in the last two acts had a beautiful interpretation, vocal and on stage, and managed to convey emotion in the end, on the deathbed.

But tenor Michael Fabiano’s Rodolfo was far from desirable. Despite having an acceptable vocal tone, the phrasing was ugly and the emission irregular. He was much applauded, with"bravos" after the aria Che gelida manina, totally undeserved in my opinion, but the factor "house" surely weighed.

Baritone Lucas Meachem was a Marcello with a powerful and well tuned voice, this one yes an interpretation of superior quality.

Musetta of soprano Angel Blue was ok without impressing. She was more exuberant in the scenic performance of the second act (the staging pays itself to that) than in the vocal performance.

Bass-baritone Christian van Horn was a weak Colline and Scottish baritone Duncan Rock was a decent Schaunard but with a rather opaque voice. Another Scottish baritone, Donald Maxwell, interpreted the small roles of Benoit and Alcindoro.

For a great performance in this thrater that is of the main world cathedrals of the opera it is not enough to be American.

***

Sem comentários:

Enviar um comentário