(review in English below)
Assisti pela
primeira vez à aclamada encenação de David
McVicar na Royal Opera House de
Londres da Flauta Mágica de Mozart.
No início é excelente, cheia de elementos muito vistosos (a cobra, a ave
que o Papageno quer apanhar, o próprio Papageno, as damas da Rainha da Noite,
as crianças) mas parece que as boas ideias acabam na primeira meia hora de
espectáculo, tornando-se depois escura e repetitiva. E é também bastante
infantil para o meu gosto.
O maestro Leo Hussain foi mau,
conduziu a orquestra de forma empastelada, sem vivacidade e não se preocupou
com as entradas dos cantores, tendo havido muitos desencontros.
O Papageno (barítono Vito Pirante)
foi vocalmente correcto mas não empolgante, embora com um desempenho cénico
muito bom.
O Tamino (tenor Benjamin Hulett)
tem um timbre agradável e projecta bem a voz mas foi irregular, alternando
partes muito boas com outras em que esteve em manifestas dificuldades.
A Rainha da Noite (soprano Christina
Poulitsi) interpretou de forma irrepreensível a ária “Der Hölle Rache kocht
in meinem Herzen” mas no início cantou sem força, parecia que estava num
ensaio.
A Pamina (soprano Elsa Dreisig,
uma desconhecida para mim) tem uma voz brutal, em potência e afinação.
Faltou-lhe, contudo, o ar ingénuo e inseguro da personagem, mas foi
impressionante no canto.
Também excelente foi o Sarastro (baixo Stefan
Cerny), um cantor jovem com um vozeirão impressionante, muito melodioso e
sempre afinado. A figura é jovem para a personagem, mas este aspecto é
secundário, para mim foi o melhor da noite.
Dos papéis secundários o Monostatos (Rodell
Rosel)e a Papagena (Yaritza Vélez)
cumpriram sem encantar,
as 3 damas foram bem mas por vezes gritaram mais que
cantaram
e os 3 rapazes foram muito engraçados em palco.
***
THE MAGIC FLUTE / DIE ZAUBERFLÖTE, Royal Opera House,
London, November 2019
I attended for the first time David McVicar's acclaimed production at the Royal Opera House in London of Mozart´s
Magic Flute.
At the beginning it is excellent, full of very showy
elements (the snake, the bird Papageno wants to catch, Papageno himself, the
Queen's ladies, the children) but it seems that good ideas end in the first
half hour of the show, then becoming dark and repetitive. And it's also quite
childish for me.
Maestro Leo Hussain
was bad, conducting the orchestra without liveliness, and not caring about the
singers' entrances, and there were many mismatches.
Papageno (baritone Vito
Pirante) was vocally correct but not exciting, although with a very good
scenic performance.
Tamino (tenor Benjamin
Hulett) has a nice timbre and projects his voice well but was irregular,
alternating very good parts with others in which he was in obvious difficulty.
The Queen of the Night (soprano Christina Poulitsi) blamelessly interpreted the aria "Der
Hölle Rache kocht in meinem Herzen" but at first she sang without
strength, it seemed that she was in a rehearsal.
Pamina (soprano Elsa
Dreisig, a stranger to me) has a brutal voice, in power and tuning.
However, she lacked the character's naive and insecure behavior, but was
impressive in the singing.
Also excellent was Sarastro (bass Stefan Cerny), a young singer with an impressive, very melodious
and always in tune voice. The figure is young for the character, but this
aspect is secondary, for me he was the best of the night.
Among the supporting roles Monostatos (Rodell Rosel) and Papagena (Yaritza
Vélez) performed without enchantment, the 3 ladies did well but sometimes
shouted more than sang, and the 3 boys were very funny on stage.
***
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