domingo, 9 de fevereiro de 2020

A FLAUTA MÁGICA / DIE ZAUBERFLÖTE, Royal Opera House, Londres / London, Novembro / November 2019


(review in English below)


Assisti pela primeira vez à aclamada encenação de David McVicar na Royal Opera House de Londres da Flauta Mágica de Mozart.




No início é excelente, cheia de elementos muito vistosos (a cobra, a ave que o Papageno quer apanhar, o próprio Papageno, as damas da Rainha da Noite, as crianças) mas parece que as boas ideias acabam na primeira meia hora de espectáculo, tornando-se depois escura e repetitiva. E é também bastante infantil para o meu gosto.



O maestro Leo Hussain foi mau, conduziu a orquestra de forma empastelada, sem vivacidade e não se preocupou com as entradas dos cantores, tendo havido muitos desencontros.



O Papageno (barítono Vito Pirante) foi vocalmente correcto mas não empolgante, embora com um desempenho cénico muito bom.



O Tamino (tenor Benjamin Hulett) tem um timbre agradável e projecta bem a voz mas foi irregular, alternando partes muito boas com outras em que esteve em manifestas dificuldades.


A Rainha da Noite (soprano Christina Poulitsi) interpretou de forma irrepreensível a ária “Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen” mas no início cantou sem força, parecia que estava num ensaio.


A Pamina (soprano Elsa Dreisig, uma desconhecida para mim) tem uma voz brutal, em potência e afinação. Faltou-lhe, contudo, o ar ingénuo e inseguro da personagem, mas foi impressionante no canto.


Também excelente foi o Sarastro (baixo Stefan Cerny), um cantor jovem com um vozeirão impressionante, muito melodioso e sempre afinado. A figura é jovem para a personagem, mas este aspecto é secundário, para mim foi o melhor da noite.


Dos papéis secundários o Monostatos (Rodell Rosel)e a Papagena (Yaritza Vélez) cumpriram sem encantar, 


as 3 damas foram bem mas por vezes gritaram mais que cantaram 



e os 3 rapazes foram muito engraçados em palco.








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THE MAGIC FLUTE / DIE ZAUBERFLÖTE, Royal Opera House, London, November 2019

I attended for the first time David McVicar's acclaimed production at the Royal Opera House in London of Mozart´s Magic Flute.
At the beginning it is excellent, full of very showy elements (the snake, the bird Papageno wants to catch, Papageno himself, the Queen's ladies, the children) but it seems that good ideas end in the first half hour of the show, then becoming dark and repetitive. And it's also quite childish for me.

Maestro Leo Hussain was bad, conducting the orchestra without liveliness, and not caring about the singers' entrances, and there were many mismatches.

Papageno (baritone Vito Pirante) was vocally correct but not exciting, although with a very good scenic performance.

Tamino (tenor Benjamin Hulett) has a nice timbre and projects his voice well but was irregular, alternating very good parts with others in which he was in obvious difficulty.

The Queen of the Night (soprano Christina Poulitsi) blamelessly interpreted the aria "Der Hölle Rache kocht in meinem Herzen" but at first she sang without strength, it seemed that she was in a rehearsal.

Pamina (soprano Elsa Dreisig, a stranger to me) has a brutal voice, in power and tuning. However, she lacked the character's naive and insecure behavior, but was impressive in the singing.

Also excellent was Sarastro (bass Stefan Cerny), a young singer with an impressive, very melodious and always in tune voice. The figure is young for the character, but this aspect is secondary, for me he was the best of the night.

Among the supporting roles Monostatos (Rodell Rosel) and Papagena (Yaritza Vélez) performed without enchantment, the 3 ladies did well but sometimes shouted more than sang, and the 3 boys were very funny on stage.

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