(text in English below)
Texto de camo_opera
Uma La Forza del Destino
excelente em Paris. Um espectáculo fantástico. Orquestra sublime na batuta de Nicola Luisotti: sons cheios, vivos e
dramáticos. Coro de muita qualidade. Cantores secundários todos bons e
equilibrados. E cantores principais muito bons.
A pior foi, sem dúvida, a Preziosila de Varduhi Abrahamyan: voz pouco potente e com agudos difíceis, teve
um desempenho aceitável, mas destoava da qualidade superlativa dos demais.
Foi pena.
Depois tivemos só cantores bons, mas com o Zeljko Lucic. Foi um Don Carlo di Vargas com uma qualidade
vocal assinalável, mas é embotado a cantar. Canta a vida ou a morte da mesma
maneira e, uma vez mais, deixou-me decepcionado porque a voz exigia um cérebro
melhor. Uma pena e uma frustração gigante! Tem tudo para ser o melhor barítono
da atualidade, mas não pode porque não sabe interpretar. Além disso, canta
todos os papéis de igual forma.
O Padre Guardiano de Rafal Siwek
foi bom, mas também não deslumbrou. Mas não destoou. Já o Melitone de Gabriele Viviani foi excelente: voz
muito bonita e potente, interpretação excepcional e grande sentido cénico. Este
devia ter sido o Carlos di Vargas!
O Don Álvaro foi Brian Jagde:
grande interpretação. Agudos sublimes, timbre belíssimo, técnica apurada e bom
sentido cénico fizeram dele um Álvaro de excelente qualidade,
confirmando Jagde como um valor seguríssimo entre os tenores jovens da sua
geração.
As últimas palavras acerca dos cantores vão para a Leonora de Anja Harteros. Não me canso de dizer
que é das melhores sopranos da atualidade. Voz belíssima, segura e de técnica
perfeita a que alia um bom sentido dramático (talvez seja um pouco fria às
vezes). Nunca falha em nenhum papel. Foi uma grande Leonora.
A encenação de Auvray foi outros
dos pontos fortes: muito simples, muito dinâmica, muito fluída, com
pormenores inteligentes, muito cumpridora do guião e do texto. Clássica e
simples: tudo aquilo que se quer e pode pedir. Muda de ambientes quase só com a
luz no fundo do palco ou com recursos a pequenos panos que criam espaços. Uma
forma inteligente de tornar dinâmico um enredo pesado que se estende por um
período temporal de 5 anos. Excelente récita.
LA FORZA
DEL DESTINO, Paris Opera, June 2019
Text by camo_opera
An
excellent La Forza del Destino in
Paris. A fantastic performance. Sublime orchestra under the direction of Nicola Luisotti: full, lively and
dramatic sounds. Very good Choir. Secondary singers all good and balanced. And
very good soloist singers.
The worst
was undoubtedly the Preziosila of Varduhi
Abrahamyan: a little powerful voice and with difficult top notes, she had
an acceptable performance, but was not the superlative quality of the others.
It was regrettable.
The other
soloists were all good singers, despite Zeljko
Lucic. He was a Don Carlo di Vargas with a remarkable vocal quality, but he
is dull to sing. He sings life or death in the same way and once again
disappointed me because the voice demanded a better brain. A pity and a giant
frustration! He has everything to be the best baritone of our days, but can not
because he does not know to interpret. In addition, he sings all the roles in
the same way.
Rafal Siwek's Father Guardian was good, but he was not
dazzled either. Gabriele Viviani's
Melitone was excellent: very beautiful and powerful voice, exceptional
interpretation and great scenic sense. He must have been Carlos di Vargas!
Don Álvaro
was Brian Jagde: great
interpretation. Sublime top notes, beautiful timbre, exquisite technique and
good scenic sense made him an excellent Alvaro, confirming Jade as a very good
value among the young tenors of his generation.
The last
words about the singers go to Anja
Harteros’ Leonora. I never tire of saying that she is one of the best sopranos
of our time. Beautiful voice and perfect technique that combines a good
dramatic performance (maybe she's a bit cold at times). Never fails in any
role. She was a great Leonora.
The staging
of Auvray was another strong issue:
very simple, very dynamic, very fluid, with clever details, very fulfilling of
the script and the text. Classic and simple: everything you want and can ask
for. The settings change almost only with the light at the bottom of the stage
or with resources to small cloths that create spaces. A clever way to make a
heavy storyline dynamic that stretches over a 5-year time frame. Excellent performance.
Confesso que nunca percebi o sucesso e fascínio de alguns por Zeljko Lucic. A voz é feia, nasalada e entubada ao mesmo tempo ( um feito difícil ) além de cantar tudo sempre com a mesma intenção , ou seja intenção nenhuma! Parece um bloco de gelo a debitar notas!
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