Iphigénie en Tauride, opera de C.
W. Gluck, esteve em cena no Teatro
de São Carlos, numa encenação de Jamers
Darrah e com direcção musical de David
Peter Bates.
James Darrah
transporta a tragédia mitológica grega para um espaço intemporal, num ambiente
industrial decadente, dominado ao fundo por um enorme círculo dourado. Os 4
actos decorrem num cenário estático, onde toda a acção é apoiada no desempenho
cénico dos cantores solistas, do coro e de 6 figurantes masculinos que ilustram
os acontecimentos sucessivos, sobretudo em torno de Iphigénie. O resultado
final é interessante mas repetitivo.
O soprano Alexandra Deshorties foi uma Iphigénie
de voz bem audível e boa prestação cénica. Começou no seu melhor, mas ao longo
da récita foi perdendo qualidade, sobretudo porque recorreu a uma linha de
canto muito gritada, que não beneficiou a interpretação.
Oreste, irmão de
Iphigénie, foi superiormente interpretado pelo barítono William Berger. Detentor de uma voz de belo timbre e potência
assinalável, foi o melhor da noite. Cenicamente fez o possível.
O tenho Colin Ainsworth foi um Pylade esforçado
e de voz pequena.
Com uma
interpretação muito agradável o barítono John
Moore foi um Thoas malvado e credível, de bela voz e boa presença em palco.
Sónia Alcobaça e Maria
Luísa Tavares deram boa nota como Sacerdotisas.
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