(Foto – Metropolitan Opera)
No passado dia 9 de Fevereiro
tive a oportunidade ver a minha primeira ópera na magnífica Metropolitan Opera
de Nova Iorque. A ópera a que assisti foi Carmen de Bizet, na produção já
conhecida de muitos de Richard Eyre (estreada em 2010 e já revivida um par de
vezes) e que eu gosto bastante.
A orquestra da MET
esteve a cargo do maestro Louis Langrée e esteve muito bem. Sempre em perfeita
síntonia com os solistas e sem nunca adoptar um tempo muito acelerado nem
lento. Destaque também para o coro da MET e das crianças estiveram sempre muito
bem afinados e sincronizados cénicamente.
Carmen foi interpretada
por Elina Garanca. A personagem assenta lhe na perfeição e esteve excelente,
vocalmente e cenicamente, durante toda a récita, porém sentiu-se alguma falta
de fulgor em certos momentos, facto que é compreensível devido a ter estado
doente nos dias que antecederam a récita (obrigando a mesmo a cancelar um
concerto no Carnegie Hall no dia anterior). Foi a primeira vez que ouvi Garanca
e na minha opinião é um dos melhores Mezzos da actualidade.
Don José foi Roberto
Alagna. Pessoalmente não sou grande fã, apesar de ter uma voz com um timbre
agradável mas cenicamente, as suas interpretações não parecem ser muito
naturais. Tirando esse facto esteve num plano razoavelmente bom e vocalmente
este personagem assenta lhe bem.
Escamillo foi Gabor
Bretz e esteve em excelente plano. Tem um timbre escuro e bonito e uma
projecção vocal de grande qualidade.
Cenicamente também esteve em muito bom plano durante toda a récita. (para quem
estiver interessado Bretz estará ainda este mês na Gulbenkian para interpretar
Barba Azul na ópera “O castelo do Barba Azul”)
Micaela foi a soprano
Ailyn Pérez e acho que foi a minha interpretação favorita da noite (tirando
claro a interpretação de Garanca). Tem tudo o que se pode exigir numa soprano,
um timbre lindíssimo, uma projecção
excelente e uma qualidade cénica de nível superior. As suas interpretações no
dueto “José!” e na sua ária “Je dis que rien ne m´épouvante” foram perfeitas.
Os solistas nos papeis
secundários estiveram todos em bom nível, destacaria talvez a interpretação do
Mezzo-soprano Ginger Costa-Jackson como Mercédés que se sobressaiu pelo seu
timbre de rara beleza.
Em resumo uma récita de
excelente nível.
Francisco Casegas
Ouvi a transmissão em directo na antena dois no passado mês de Março. O elenco era o mesmo com excepção do Alagna substituído pelo Kaufmann. Ouvi-a no carro e lembro-me de ter ficado impressionado com a qualidade, afinação e tempo do coro infantil.
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