sexta-feira, 6 de março de 2015

MET Orchestra (Direcção de James Levine) com Anna Netrebko - Carnegie Hall – Fevereiro 2015 –Crítica de Francisco Casegas



 No passado dia 8 de Fevereiro tive a oportunidade de assistir ao meu primeiro concerto no emblemático Carnegie Hall. O Programa consistiu (por esta ordem) na 2ª sinfonia de Beethoven, na ária “Song to the Moon” da ópera “Rusalka” e canção “Cäcilie” de Richard Strauss, “Three ilusions” de Carter e por fim na 2ª sinfonia de Schumann.

Estava inicialmente prevista a actuação de Elina Garanca e a intrepretação das “7 Frühe Lieder” de Berg, mas devido a doença teve de ser substituida por Anna Netrebko que possivelmente devido a ter recebido a notícia muito em cima da hora, apresentou um programa muito breve (menos de 10 minutos).

Tinha bastante curiosidade de ver ao vivo Elina Garanca, mas ainda mais curiosidade de ver Netrebko portanto não fiquei demasiado aborrecido por esta mudança de última hora (iria nessa mesma semana ouvir ambas na MET).
Na interpretação da 2ª sinfonia de Beethoven James Levine imprimiu à orquestra da MET uma excelente dinâmica do inicio ao fim elevando esta interpretação a um altíssimo nível.

Em relação à interpretação de Anna Netrebko, foi extraordinária, como já nos tem habituado, em ambas as canções. Uma voz potentíssima, (ajudada pela extraordinária acústica do Carnegie Hall) aliada a uma técnica vocal extraordinária que provam que não é por acaso que é considerada por muitos a maior “Diva” do mundo operático nos dias de hoje. Foi mesmo muita pena ter sido tão breve a sua actuação pois queremos sempre ouvir mais e mais quando toca a intrepretações suas. Em relação a Netrebko quero ainda dizer que estiveram presentes seguranças à entrada do palco, medida adoptada para prevenir outra invasão de palco como aconteceu na estreia de Iolanda na MET poucos dias antes.


 Na intrepretação das “Three ilusions” de Carter (que faleceu no passado ano de 2012 com 103 anos!), composição de 2002-2004 e estreada em Boston em 2005, a orquestra esteve muito competente embora a composição em si seja desconhecida para mim e não me tenha entusiasmado por aí alem.

Na intrepretação da 2ª sinfonia de Schumann penso que a orquestra mostrou um pouco menos de dinâmica em relação à intrepretação da sinfonia de Beethoven mas a intrepretação do 3º movimento foi sublime com a orquestra a mostrar uma delicadeza e intensidade enormes  que este movimento requer.

No geral foi um concerto de excelente nível onde tive a oportunidade de ver duas das minhas grandes referências do mundo óperático, Levine e Netrebko, pela primeira vez.

Por fim, apenas quero partilhar um aspecto curioso que encontrei no Carnegie Hall. Havia rebuçados para a tosse à disposição das pessoas à entrada. A ideia parece dar resultado visto que as tosse durante o concerto foram muito raras. Fica a sugestão para as salas de espectáculo portuguesas.

https://www.youtube.com/watch?v=StYkNyeViEA –Link para o video dos agradecimentos finais da orquestra

1 comentário:

  1. Foi pena não ter ouvido a Garanca que é uma cantora excepcional. A substituição pela Netrebko seria fantástica se ela tivesse cantado bem mais que 10 minutos!

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