(in English below)
A Criação (Die Schöpfung) é uma das grandes oratórias de Joseph Haydn.
(fotografias do programa de sala e do site da Fundação Gulbenkian)
Inicia-se com uma introdução orquestral lenta, sem melodia, representando a Descrição do Caos, a que se segue a criação da Luz, com a orquestra e coro em fortissimi. Logo no início, o efeito musical é sublime. O nascimento do homem, criado à imagem de Deus, surge após seis dias em que há o relato da criação do mundo. A obra termina com a expressão do amor entre Adão e Eva e a glorificação do Senhor. É uma obra musical de referência.
A direcção musical esteve a cargo do maestro letão Ainars Rubikis. A leitura do programa de sala fez-me antever uma direcção algo exuberante ou menos convencional, mas não foi isso que aconteceu. O jovem maestro dirigiu superiormente, com muita vivacidade e de forma “convencional” a Orquestra Gulbenkian. O cravista Andrea Balasz foi também um elemento essencial no espectáculo.
O Coro Gulbenkian teve um desempenho verdadeiramente excepcional, o que muito contribuiu para a elevada qualidade do espectáculo.
Os solistas foram de qualidade superior:
Neal Davies, baixo-barítono galês, tem uma voz poderosa, segura e com um registo grave muito interessante. Tanto nos recitativos como nas árias foi sempre óptimo.
O soprano alemão Ruth Ziesak foi excelente. A voz é de grande beleza melódica e de qualidade uniforme em todos os registos. A ária de Gabriel da segunda parte e o dueto de Adão e Eva na terceira foram dois dos momentos mais altos da récita.
O tenor inglês Robert Murray também cantou muito bem, mas esteve um pouco aquém dos dois outros solistas. No registo médio, por vezes, ouvia-se mal.
Foi uma abertura em grande da temporada de Concertos da Gulbenkian.
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Die Schöpfung is one of the great oratorios of Joseph Haydn.
It begins with a slow orchestral introduction, without melody, representing the description of Chaos, which follows the creation of Light, with the orchestra and chorus in fortissimi. Early on, the musical effect is sublime. The birth of man created in God's image, comes after six days in which there is the description of creation. The work ends with the expression of love between Adam and Eve and the glorification of the Lord. It's a musical reference.
The musical direction was in charge of Latvian conductor Ainars Rubikis. The reading of the program made me expect an exuberant and less conventional direction, but that's not what happened. The young conductor directed the Gulbenkian Orchestra superbly, with vivacity and in a "conventional" way. The harpsichordist Andrea Balász was also an essential element in the performance.
The Gulbenkian Choir had a truly exceptional performance, which greatly contributed to the high quality of the performance.
The soloists were of superior quality
Neal Davies, Welsh bass-baritone, has a firm powerful voice, with very interesting low notes. Both in the arias and recitatives were always great.
German soprano Ruth Ziesak was excellent. The voice is of great melodic beauty and uniform quality in all registers. The aria of Gabriel of the second part and the duet of Adam and Eve in the third part were two of the highest moments of the performance.
English tenor Robert Murray also sang very well, but he was a little inferior when confronted with the two other soloists. In the medium range, sometimes it was difficult to hear him.
It was a great season opening concert of the Gulbenkian Foundation.
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The soloists were of superior quality
Neal Davies, Welsh bass-baritone, has a firm powerful voice, with very interesting low notes. Both in the arias and recitatives were always great.
German soprano Ruth Ziesak was excellent. The voice is of great melodic beauty and uniform quality in all registers. The aria of Gabriel of the second part and the duet of Adam and Eve in the third part were two of the highest moments of the performance.
English tenor Robert Murray also sang very well, but he was a little inferior when confronted with the two other soloists. In the medium range, sometimes it was difficult to hear him.
It was a great season opening concert of the Gulbenkian Foundation.
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Thanks for sharing!!
ResponderEliminarGreetings from Gent,Willy
Grande postagem, com as fotos de partitura, afresco de Michelângelo, etc.
ResponderEliminarTexto excelente e crítica competente!
Obrigado por nos brindar com suas crônicas!
Um grande abraço
Ainda bem, FanáticoUm. Não pude assistir ao concerto mas fico contente por ter sido bom.
ResponderEliminarSo very interesting, as usual.
ResponderEliminarTambém não tive a oportunidade de assistir mas, na minha opinião, não é uma obra sublime, tirando o final da 2ª parte que é realmente o ponto de maior elevação musical de Haydn. O resto da obra sempre me soou muito pouco iluminado...
ResponderEliminarRecomendo vivamente a gravação em inglês de Paul McCreesh.