(review in English below)
Texto de
wagner_fanatic
Nabucco de Verdi esteve em cena no Teatro Regio de Turim numa encenação de
Andrea Cigni. Uma encenação calorosa, sem invenções desnecessárias, e
apoiando excelentemente a música e intérpretes.
Dirigiu a Orquestra e Coro do Teatro Regio Torino
o maestro Donato Renzetti. A direção foi impecável, orquestra sem falhas e
produzindo som verdiano invejável, com coros sublimes.
Nesta récita os
solistas foram Leo Nucci (Nabucco), Csilla Boross (Abigaille),
Stefan Pop (Ismaele),
Riccardo Zanellato (Zaccaria) e Enkelejda Shkosa (Fenena).
Penúltima
récita de sempre de Leo Nucci, num
papel que também, a par com o de Rigoletto, soube fazer seu. Estreia para mim
no fabuloso Teatro Regio de Turim, com uma acústica fenomenal e uma disposição
em anfiteatro com todas as vantagens conhecidas em relação a disposições de
outros teatros italianos.
E a primeira e última vez que o vejoiço ao vivo neste papel.
E a primeira e última vez que o vejoiço ao vivo neste papel.
Não
me canso de dizer que Nucci é uma Lenda viva, Ouro de outros tempos, tempos em
que a ópera cresceu para todo o Mundo, onde os cantores atingiam o Olimpo
vindos, na maioria, de origens humildes e, alguns, humildes seguiram sabendo
que o que davam, em palco e fora dele, era muito mais que notas, mais que sons,
mais que palavras. Eram Emoções, era Vida.
Nucci
esteve hoje ao nível que me habituou nestes últimos 2 anos. Parece custar um
pouco mais levantar-se quando se ajoelha mas a voz está lá, cada vez ainda mais
expressiva, nuanciada ao mais perfeito nível, com agudos impressionantes e uma
presença de palco que, transportando nos ombros a sua história passada, a sua
carreira operática de mais 50 anos, não é nela que os olhos e ouvidos
rejubilam, mas sim no momento presente, no que se está a ver e ouvir em palco.
O
seu dueto com Abigaile foi excelente, o seu “Dio di Giuda!” divinal e o final
de cena de “Porta fatal...” imperioso.
Eu
respeito a sua decisão de abandonar os palcos mas... mais um ano, Leo... mais
um ano cantando uma ou duas récitas isoladas em 2 ou 3 produções, que podiam
até ser das que encena (como será no Baile de Máscaras em Génova em Março),
atrasariam um adeus que Nucci também, no fundo, não quer, que eu e todos os que
o admiram não querem, que Verdi não quer, que o Tempo não quer e que Deus,
aparentemente, também não quer.
Stefan Pop cresce a olhos vistos e está num
nível bastante bom como tenor verdiano.
Riccardo Zanellato bastante melhor que em
Parma na Luisa Miller mas, mesmo assim, timbre por vezes menos bonito.
Vozes
femininas em grande forma completaram espetáculo.
Viva
Nucci, Viva Verdi!
NABUCCO,
Teatro Regio, Turin, February 2020
Text by wagner_fanatic
Nabucco by Verdi
was on stage at Teatro Regio in
Turin in a production by Andrea Cigni.
A warm staging, without unnecessary inventions, and excellently supporting
music and performers.
Maestro Donato Renzetti conducted the Regio Torino Theater Orchestra and Choir.
The direction was impeccable, the orchestra was flawless and producing an
enviable Verdean sound, with sublime choirs.
The
soloists included Leo Nucci (Nabucco), Csilla Boross (Abigaille),
Stefan Pop (Ismaele), Riccardo Zanellato (Zaccaria) and Enkelejda Shkosa (Fenena).
Leo Nucci's penultimate performance, in a role that
also, along with Rigoletto's, he knew how to make his own. My premiere at the
fabulous Teatro Regio in Turin, with phenomenal acoustics and an amphitheater
layout with all the known advantages over other Italian theaters. It is the
first and last time that I see Nucci live in this role.
I can't get
enough of saying that Nucci is a living Legend, Gold from other times, times
when the opera grew to the whole world, where the singers reached Olympus
coming, mostly, from humble origins and, some humble ones continued knowing
that what they gave, on stage and off, was much more than notes, more than
sounds, more than words. They were Emotions, it was Life.
Today,
Nucci was at the level he used to be for the past 2 years. He seemed to cost a
little more to get up when kneeling but the voice was there, ever more
expressive, nuanced at the most perfect level, with impressive top notes and a
stage presence that, carrying on its shoulders his past history, his career
operatic for more than 50 years, it is not in it that eyes and ears rejoice,
but in the present moment, in what is being seen and heard on stage.
His duet
with Abigaile was excellent, his “Dio di Giuda!” divine and the final scene of
"Porta fatal ..." imperious.
I respect his
decision to leave the stage but ... another year, Leo ... another year singing
one or two isolated recitals in 2 or 3 productions, which could even be the
stage (as it will be at the Masked Ball in Genoa in March), would delay a
farewell that Nucci also, basically, does not want, that I and all who admire
him do not want, that Verdi does not want, that Time does not want and that God
apparently does not want either.
Stefan Pop clearly grows and is at a very good level as a
Verdian tenor.
Riccardo Zanellato is much better than in Parma at Luisa Miller,
but even so, the tone is sometimes less beautiful.
Great
female voices completed the performance.
Viva Nucci,
Viva Verdi!
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