domingo, 14 de julho de 2019

LE NOZZE DI FIGARO, Royal Opera House, Londres, Julho / London, July 2019



(review in English below) 

Fora as melhores Bodas de Fígaro que vi até hoje. A encenação de David McVicar é óptima, vistosa e eficaz. John Elliot Gardiner teve uma direcção superior e elevou a orquestra a um patamar cimeiro. Também o respeito pelos cantores foi fantástico.



Quanto aos solistas, foi um conjunto homogéneo e de muito boa qualidade. As Senhoras foram todas fabulosas, tendo brilhado mais a Joélle Harvey (Susanna) e a Julia Kleiter (Condessa) porque os papéis prestam-se a isso. Mozart reservou para a Condessa alguns dos trechos musicais mais belos que escreveu e a Kleiter fez-lhes justiça na interpretação emotiva que nos ofereceu. Mesmo as cantoras secundárias foram irrepreensíveis, Diana Montague (Marcellina) e Yaritza Véliz (Barbarina).



Nos homens o melhor foi o Kangmin Justin Kim (Cherubino) uma estratégia ganhadora terem escolhido um (bom) contratenor. Foi excelente tanto no canto como na agilidade e representação cénica. O Maurizio Muraro fez um Bartolo de luxo. O Simon Keelensyde (Conde) foi excelente tanto como actor como no canto (e não parece tão velho como na transmissão em streaming que a ROH fez poucos dias antes). O Christian Gerhaher (Figaro) é um cantor que muito admiro porque aborda os papéis de forma inteligente e emotiva. Foi isso que fez, sem grandes rasgos vocais, mas sempre lá. Uma última nota para os também muito bons Jeremy White (Antonio) e Alasdair Elliott (Curzio).




E um público de sonho - sem tosses, silencioso e a aplaudir (muito em frequência e intensidade) sempre depois da música acabar. Assim sim, desfruta-se a ópera em pleno.




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 LE NOZZE DI FIGARO, Royal Opera House, London, July 2019

It was the best Marriage of Figaro I have ever seen. The staging of David McVicar is beautiful, showy and effective. John Elliot Gardiner had a superior direction and raised the orchestra to a plateau. Also the respect for the singers was fantastic.

As for the soloists, it was a homogeneous and very high quality group. The ladies were all fabulous, having shone more Joélle Harvey (Susanna) and Julia Kleiter (Countess) because roles lend themselves to this. Mozart reserved for the Countess some of the most beautiful musical pieces he wrote and Kleiter gave them justice in the emotional interpretation she offered us. Even the secondary singers were beyond reproach, Diana Montague (Marcellina) and Yaritza Véliz (Barbarina).

Among men the best was Kangmin Justin Kim (Cherubino) a winning strategy having chosen a (good) countertenor. He was excellent in both singing and agility and scenic performance. Maurizio Muraro was a luxury Bartolo. Simon Keelensyde (Count) was excellent both as an actor and in the corner (and does not look as old as the streaming that ROH did a few days before). Christian Gerhaher (Figaro) is a singer that I admire because he approaches the roles emotionally and intelligently. That's what he did, no big vocal traits, but always there. One last note for the very good Jeremy White (Antonio) and Alasdair Elliott (Curzio).

And a dream audience - no coughing, silent and applauding (much in frequency and intensity) always after the music was over. This way yes,, the opera can be enjoyed in full.

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1 comentário:

  1. Ena! Que bom, Fanático_Um, sentir o seu entusiasmo. Com Gardiner é sempre de esperar o melhor, ainda há pouco assisti a um excelente Orfeu de Monteverdi dirigido por ele; embora a idade já pese, ele ainda consegue dirigir com energia e frescura. Juntando McVicar, acredito que tenha sido uma récita quase perfeita, embora não conheça nenhum dos cantores que referiu. Estou a ficar desactualizado... obrigado pelo relato.

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