Fora as melhores Bodas de Fígaro
que vi até hoje. A encenação de David
McVicar é óptima, vistosa e eficaz. John
Elliot Gardiner teve uma direcção superior e elevou a orquestra a um
patamar cimeiro. Também o respeito pelos cantores foi fantástico.
Quanto aos solistas, foi um conjunto homogéneo e de muito boa qualidade. As
Senhoras foram todas fabulosas, tendo brilhado mais a Joélle Harvey (Susanna) e a Julia
Kleiter (Condessa) porque os papéis prestam-se a isso. Mozart reservou para
a Condessa alguns dos trechos musicais mais belos que escreveu e a Kleiter
fez-lhes justiça na interpretação emotiva que nos ofereceu. Mesmo as cantoras secundárias
foram irrepreensíveis, Diana Montague
(Marcellina) e Yaritza Véliz (Barbarina).
Nos homens o melhor foi o Kangmin
Justin Kim (Cherubino) uma estratégia ganhadora terem escolhido um (bom)
contratenor. Foi excelente tanto no canto como na agilidade e representação
cénica. O Maurizio Muraro fez um
Bartolo de luxo. O Simon Keelensyde (Conde)
foi excelente tanto como actor como no canto (e não parece tão velho como na
transmissão em streaming que a ROH
fez poucos dias antes). O Christian
Gerhaher (Figaro) é um cantor que muito admiro porque aborda os papéis de
forma inteligente e emotiva. Foi isso que fez, sem grandes rasgos vocais, mas
sempre lá. Uma última nota para os também muito bons Jeremy White (Antonio) e Alasdair
Elliott (Curzio).
E um público de sonho - sem tosses, silencioso e a aplaudir (muito em
frequência e intensidade) sempre depois da música acabar. Assim sim,
desfruta-se a ópera em pleno.
*****
It was the best Marriage of
Figaro I have ever seen. The staging of David McVicar is beautiful, showy and effective. John Elliot Gardiner had a superior
direction and raised the orchestra to a plateau. Also the respect for the
singers was fantastic.
As for the soloists, it was a homogeneous and very high quality group.
The ladies were all fabulous, having shone more Joélle Harvey (Susanna) and Julia
Kleiter (Countess) because roles lend themselves to this. Mozart reserved
for the Countess some of the most beautiful musical pieces he wrote and Kleiter
gave them justice in the emotional interpretation she offered us. Even the
secondary singers were beyond reproach, Diana
Montague (Marcellina) and Yaritza
Véliz (Barbarina).
Among men the best was Kangmin
Justin Kim (Cherubino) a winning strategy having chosen a (good) countertenor.
He was excellent in both singing and agility and scenic performance. Maurizio Muraro was a luxury Bartolo. Simon Keelensyde (Count) was excellent
both as an actor and in the corner (and does not look as old as the streaming
that ROH did a few days before). Christian
Gerhaher (Figaro) is a singer that I admire because he approaches the roles
emotionally and intelligently. That's what he did, no big vocal traits, but
always there. One last note for the very good Jeremy White (Antonio) and Alasdair
Elliott (Curzio).
And a dream audience - no coughing, silent and applauding (much in
frequency and intensity) always after the music was over. This way yes,, the
opera can be enjoyed in full.
*****
Ena! Que bom, Fanático_Um, sentir o seu entusiasmo. Com Gardiner é sempre de esperar o melhor, ainda há pouco assisti a um excelente Orfeu de Monteverdi dirigido por ele; embora a idade já pese, ele ainda consegue dirigir com energia e frescura. Juntando McVicar, acredito que tenha sido uma récita quase perfeita, embora não conheça nenhum dos cantores que referiu. Estou a ficar desactualizado... obrigado pelo relato.
ResponderEliminar