quinta-feira, 21 de março de 2019

IT TRITTICO, METropolitan OPERA, Dezembro / December 2018



(review in English below)

Nunca tinha visto a produção do Il Trittico da Metropolitan Opera. A encenação de Jack O’Brien das 3 óperas de Puccini é globalmente muito boa, embora na Gianni Schicchi seja inferior às outras. 


O maestro foi o Bertrand de Billy que nos ofereceu uma abordagem convencional mas muito agradável, com a Orquestra ao seu habitual alto nível.



Contra uma cortina encarnada, as fotografias ficaram sempre péssimas.


IL TABARRO
Um cenário espectacular, uma enorme barcaça num canal de Paris, debaixo de uma ponte. Os cantores solistas todos bons. Amber Wagner impressionante como Giorgetta em potencia e qualidade vocal, não tanto na interpretação cénica, parecia igualmente apaixonada pelo Michele e pelo Luigi.
George Granidze muito bom na interpretação cénica e vocal do Michele, o marido traído. Marcelo Álvarez algo irregular na emissão como Luigi. Tiveram também óptimas interpretações vocais MaryAnn McCormik (Frugola), Tony Stevenson (Tinca) e Maurizio Murar (Talpa). Começou muito bem a tarde de ópera.




SUOR ANGELICA
Novamente um cenário espectacular, os jardins interiores de um convento. 


Esta é uma ópera muito dramática, de uma cantora só, mas todas as outras intervenientes foram excelentes, nomeadamente Maureen McKay como Genoveva, MaryAnn McCormick como Madre superiora 



e Stephanie Blythe, uma princesa gélida e cruel de voz avassaladora.


A grande intérprete da ópera, e da récita, foi a Kristine Opolais como Suor Angelica. Grande agilidade em cena e vocalmente impressionante. Uma voz bonita, afinada, muito emotiva e sempre sobre a orquestra. 



A segunda ópera excelente!


GIANNI SCHICHI
Quando tudo parecia que o espectáculo iria ser memorável, eis que surge uma terceira ópera decepcionante! Num cenário vulgar para esta ópera, o quarto do recém falecido Buoso Donati, a comicidade foi muito básica e de gosto discutível, quase sempre sem graça. No final aparece um jardim sobre Florença, a única nota mais original.
E os cantores foram quase todos fracos. O Rinuccio de Atalla Ayan mal se ouviu, o Simone de Maurizio Muraro cantou sempre no mesmo tom, a Lauretta da Kristina Mkhitaryan cumpriu sem o menor deslumbre e o Gianni Schicchi do Placido Domingo, num papel de barítono que não é o seu, apenas se ouviu no registo mais agudo. 



A Zita da Stephanie Blythe sim, ouviu-se bem, mas nada mais que isso. Uma decepção a finalizar o espectáculo.



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IT TRITTICO, METropolitan OPERA, December 2018

I had never seen the Metropolitan Opera production of Il Trittico. Jack O'Brien's direction of Puccini's three operas is overall very good, although in Gianni Schicchi it is much inferior to the others. The conductor was Bertrand de Billy who offered us a conventional but very nice approach, with the Orchestra to its usual high level.
Against a red curtain, the photographs were always bad.

IL TABARRO
A spectacular scenery, a huge boat on a canal in Paris, under a bridge. The soloist singers were all good. Impressive Amber Wagner as Giorgetta in power and vocal quality, not so much in the stage interpretation, seemed equally in love with Michele and Luigi.
George Granidze was very good at the scenic and vocal interpretation of Michele, the betrayed husband. Marcelo Alvarez somehow irregular in the emission as Luigi. There were also excellent vocal performances by MaryAnn McCormik (Frugola), Tony Stevenson (Tinca) and Maurizio Murar (Talpa). It was a very good start of the operatic evening.

SUOR ANGELICA
Again a spectacular setting, the interior gardens of a convent. This is a very dramatic opera of a single singer, but all the other singers were excellent, notably Maureen McKay as Genoveva, MaryAnn McCormick as Mother Superior and Stephanie Blythe, a cold and cruel princess with an overwhelming voice.
The great interpreter of the opera, and of the night, was Kristine Opolais as Suor Angelica. She had great agility on stage and vocally she was impressive. A beautiful voice, tuned, very emotional and always above the orchestra. The second opera was excellent!

GIANNI SCHICHI
When it all seemed like the night was going to be memorable, here comes a third disappointing opera! In a vulgar scenario for this opera, the room of the recently deceased Buoso Donati, the comedy sketches were very basic and debatable, almost always bland. At the end there was a garden over Florence, the only more original note.
And the singers were almost all weak. Atalla Ayan’s Rinuccio was barely heard, Maurizio Muraro’s Simone always sang in the same tone, Kristina Mkhitaryan’s Lauretta was ok but without emotion, and Placido Domingo’s Gianni Schicchi, in a role of baritone that is not his, was only well heard in the top register. And yes, Stephanie Blythe's Zita was heard, but nothing more. A disappointment end the operatic evening.

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