(review in English below)
Nunca tinha visto
a produção do Il Trittico da Metropolitan Opera. A encenação de Jack O’Brien das 3 óperas de Puccini é globalmente muito boa, embora
na Gianni Schicchi seja inferior às outras.
O maestro foi o Bertrand de Billy
que nos ofereceu uma abordagem convencional mas muito agradável, com a
Orquestra ao seu habitual alto nível.
Contra uma cortina
encarnada, as fotografias ficaram sempre péssimas.
IL TABARRO
Um cenário espectacular, uma enorme barcaça num canal de Paris, debaixo de
uma ponte. Os cantores solistas todos bons. Amber Wagner impressionante como Giorgetta em potencia e qualidade
vocal, não tanto na interpretação cénica, parecia igualmente apaixonada pelo
Michele e pelo Luigi.
George Granidze muito bom na interpretação cénica e vocal do Michele,
o marido traído. Marcelo Álvarez algo
irregular na emissão como Luigi. Tiveram também óptimas interpretações vocais MaryAnn McCormik (Frugola), Tony Stevenson (Tinca) e Maurizio Murar (Talpa). Começou muito
bem a tarde de ópera.
SUOR ANGELICA
Novamente um cenário espectacular, os jardins interiores de um convento.
Esta
é uma ópera muito dramática, de uma cantora só, mas todas as outras
intervenientes foram excelentes, nomeadamente Maureen McKay como Genoveva, MaryAnn
McCormick como Madre superiora
e Stephanie
Blythe, uma princesa gélida e cruel de voz avassaladora.
A grande intérprete da ópera, e da récita, foi a Kristine Opolais como Suor Angelica. Grande agilidade em cena e
vocalmente impressionante. Uma voz bonita, afinada, muito emotiva e sempre
sobre a orquestra.
A segunda ópera excelente!
GIANNI SCHICHI
Quando tudo
parecia que o espectáculo iria ser memorável, eis que surge uma terceira ópera
decepcionante! Num cenário vulgar para esta
ópera, o quarto do recém falecido Buoso Donati, a comicidade foi muito básica e
de gosto discutível, quase sempre sem graça. No final aparece um jardim sobre
Florença, a única nota mais original.
E os cantores foram quase todos fracos. O Rinuccio de Atalla Ayan mal se ouviu, o Simone de Maurizio Muraro cantou sempre no mesmo tom, a Lauretta da Kristina Mkhitaryan cumpriu sem o menor
deslumbre e o Gianni Schicchi do Placido
Domingo, num papel de barítono que não é o seu, apenas se ouviu no registo
mais agudo.
A Zita da Stephanie Blythe
sim, ouviu-se bem, mas nada mais que isso. Uma decepção a finalizar o
espectáculo.
***
IT TRITTICO,
METropolitan OPERA, December 2018
I had never
seen the Metropolitan Opera production of Il
Trittico. Jack O'Brien's direction
of Puccini's three operas is overall
very good, although in Gianni Schicchi it is much inferior to the others. The
conductor was Bertrand de Billy who
offered us a conventional but very nice approach, with the Orchestra to its
usual high level.
Against a
red curtain, the photographs were always bad.
IL TABARRO
A
spectacular scenery, a huge boat on a canal in Paris, under a bridge. The soloist
singers were all good. Impressive Amber
Wagner as Giorgetta in power and vocal quality, not so much in the stage
interpretation, seemed equally in love with Michele and Luigi.
George Granidze was very good at the scenic and vocal
interpretation of Michele, the betrayed husband. Marcelo Alvarez somehow irregular in the emission as Luigi. There
were also excellent vocal performances by MaryAnn
McCormik (Frugola), Tony Stevenson
(Tinca) and Maurizio Murar (Talpa).
It was a very good start of the operatic evening.
SUOR
ANGELICA
Again a
spectacular setting, the interior gardens of a convent. This is a very dramatic
opera of a single singer, but all the other singers were excellent, notably Maureen McKay as Genoveva, MaryAnn McCormick as Mother Superior
and Stephanie Blythe, a cold and
cruel princess with an overwhelming voice.
The great
interpreter of the opera, and of the night, was Kristine Opolais as Suor Angelica. She had great agility on stage
and vocally she was impressive. A beautiful voice, tuned, very emotional and
always above the orchestra. The second opera was excellent!
GIANNI
SCHICHI
When it all
seemed like the night was going to be memorable, here comes a third
disappointing opera! In a vulgar scenario for this opera, the room of the
recently deceased Buoso Donati, the comedy sketches were very basic and
debatable, almost always bland. At the end there was a garden over Florence,
the only more original note.
And the singers
were almost all weak. Atalla Ayan’s Rinuccio
was barely heard, Maurizio Muraro’s Simone
always sang in the same tone, Kristina
Mkhitaryan’s Lauretta was ok but without emotion, and Placido Domingo’s Gianni Schicchi, in a role of baritone that is
not his, was only well heard in the top register. And yes, Stephanie Blythe's Zita was heard, but nothing more. A
disappointment end the operatic evening.
***
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