(review in English below)
A ópera Sansão e Dalila de C. Saint-Saëns abriu este ano a temporada da Metropolitan Opera.
A encenação de Darko Tresnjak é convencional e kitsch. Recorre a umas estruturas
metalizadas coloridas com vários andares e duas varandas que representam uma
praça na Palestina no 1º acto, as instalações da Dalila no 2º e a prisão em
Gaza e o templo de Dagon no 3º, este com uma enorme estátua de forma humana
no centro e aberta a meio. No final, quando o Sansão destrói o templo, nada
acontece, para além do aparecimento de umas luzes brancas cintilantes na zona
posterior.
O guarda roupa também não ajuda - se os hebreus aparecem vestidos de
cinzento, os filisteus estão de vermelho e dourado, com coroas na cabeça. Uma
piroseira!
O maestro Mark Elder dirigiu a Orquestra da Metropolitan Opera com
nível e merece também uma nota muito positiva o Coro que tem muitas intervenções, todas de grande qualidade.
O Sansão do tenor
Roberto Alagna foi irregular na
prestação vocal, alternando períodos em que pareceu estar em grandes
dificuldades com outros em que cantou melhor, mas longe de uma boa interpretação. Cenicamente esteve algo estático
e não se sentiu paixão ou sequer atracção pela Dalila.
O Sumo Sacerdote
de Dagon foi interpretado com qualidade pelo barítono Laurent Naouri que tem um timbre muito agradável e esteve afinado e
com boa presença cénica. Mas as intervenções são curtas.
A Dalila da mezzo
Elina Garanca foi a grande
intérprete da noite. Se em cena não foi fantástica, vocalmente esteve ao mais
alto nível. Tem uma voz muito bonita, potente, quente e sempre afinada e a
cantora usa-a de forma impecável. A ária mais famosa da ópera, Mon coeur s’ouvre à ta voix, foi
magnífica. Só não tem os graves necessários em algumas intervenções.
O barítono Elchin Azizov esteve bem como Abimélech
mas, como é morto logo no primeiro acto, tem uma intervenção pequena.
Um espectáculo
aquém das minhas expectativas que valeu, sobretudo, pela Garanca.
***
SAMSON ET
DALILA, METropolitan Opera October 2018
Samson and Dalila opera by C.
Saint-Saëns opened this year the Metropolitan Opera season.
The staging
of Darko Tresnjak is conventional
and kitsch. It uses colored metallized structures with several floors and two
balconies that represent a square in Palestine in the 1st act, the house of
Dalila in the 2nd act, and the prison in Gaza and the temple of
Dagon in the 3rd act, this one with a huge statue of human form in the center
and open in half. In the end, when Samson destroys the temple, nothing happens,
other than the appearance of sparkling white lights in the back. The wardrobe
also does not help - if the Hebrews appear clothed in gray, the Philistines are
red and gold with crowns on their heads. Kitsch!
Conductor Mark Elder directed the Orchestra of the Metropolitan Opera
with quality and also deserves a very positive reference the Choir that has many interventions, all
of great quality.
Tenor
Roberto Alagna (Samson) was irregular in vocal performance, alternating periods
in which he seemed to be in great difficulties with others in which he even
sang well. On stage he was static and transmitted no passion or even attraction
for Dealila.
The High
Priest of Dagon was interpreted with quality by baritone Laurent Naouri that has a very nice timbre and was in tune and with
good scenic presence. But the interventions are short.
Delilah of
mezzo Elina Garanca was the great
interpreter of the night. If the acting was not fantastic, vocally she was at
the highest level. She has a very beautiful, powerful, warm and always-tuned
voice and the singer uses it impeccably. The most famous opera house, Mon coeur s'ouvre à ta voix, was
magnificent.
Baritone Elchin Azizov was a good Abimélech but,
as he is killed in the first act, he has a small intervention.
A performance
below my expectations that was worth, above all, by Garanca.
***
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