quarta-feira, 12 de setembro de 2018

ROMÉO ET JULIETTE, METropolitan Opera, New York, Maio / May 2018




 (review in English below)

Roméo et Juliette de Charles Gounod é uma ópera (com prólogo e cinco actos) com libretto de Jules Barbier e Michael Carré, baseada na obra homónima de William Shakespeare. A história pode ler-se aqui.



A encenação de Bartlett Sher é sóbria e clássica, mas não traz nada de novo. O cenário mantém-se ao longo de toda a ópera, mas funciona.



Placido Domingo foi banal na direcção da orquestra. Não houve emoção e em várias partes parecia que se limitava a marcar o compasso. Um excelente tenor não é necessariamente um bom maestro.



Roméo foi interpretado pelo tenor Norte Americano Charles Castronovo. Foi muito bom, muito ágil em cena e a voz esteve sempre segura e bem audível. Tem um timbre bonito e no final foi muito credível.



A soprano Norte Americana Ailyn Peréz foi a Juliette. Começou com alguma estridência mas melhorou muito e foi também outra boa cantora. A voz é muito grande, perde ligeiramente a qualidade nas notas mais agudas, mas cumpre neste papel, embora considere que não é o mais adequado para ela.



Dos restantes cantores destacaram-se o baixo Sul Coreano Kwanchoul Youn que fez um Padre Laurent excepcional, a mezzo francesa Karine Deshayes que foi um Stéphano irrepreensível, o barítono francês Laurent Naouri muito bem como Capulet, o baritono canadiano Joshua Hopkins óptimo como Mercutio, a mezzo americana Maria Zifchak como Gertrude e o tenor ucraniano Bogdan Volkov como Tybald não destoaram.





Um espectáculo muito bom, pena a direcção musical não ter acompanhado em qualidade tudo o resto.

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ROMÉO ET JULIETTE, METropolitan Opera, New York, May 2018

Roméo et Juliette by Charles Gounod is an opera (with prologue and five acts) with libretto by Jules Barbier and Michael Carré, based on the work of the same name by William Shakespeare. The story can be read here.

The staging of Bartlett Sher is sober and classic, but brings nothing new. The settings remain throughout the opera, but it works.


Placido Domingo was banal in the direction of the orchestra. There was no emotion, and in several places it seemed to be limited to the bars. An excellent tenor is not necessarily a good maestro.

Roméo was played by the North American tenor Charles Castronovo. He was very good, very agile on stage and the voice was always there and well audible. He has a beautiful timbre and in the end he was very credible.

American soprano Ailyn Peréz was Juliette. She started with some stridency but she improved a lot and was also another top singer. The voice is big, slightly loses the quality in the top notes, but is an excellent singer for this role.

Of the remaining singers stood out South Korean bass Kwanchoul Youn who was an exceptional Priest Laurent, French mezzo Karine Deshayes who was an impeccable Stéphano, French baritone Laurent Naouri was well as Capulet, Canadian baritone Joshua Hopkins terrific as Mercutio, American mezzo Maria Zifchak as Gertrude and Ukrainian tenor Bogdan Volkov as Tybald were also correct.

A very good performance, despite the musical direction not having accompanied everything else in quality.

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4 comentários:

  1. Anda aí uma grande crise de maestros, Fanático_Um, com os velhinhos a deixarem-nos ou deixarem de dirigir. Tem sido uma razia. Os Dudamel, Baremboim, Nézet-Séguin, Esa-Pekka e outros, são tão fraquinhos... grande grande, só resta Ivan Fischer. Dos novos, vejo Robin Ticciati e Thomas Dausgaard como grandes promessas. Mas de momento, para Ópera...

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    1. Tem razão, mas alguns são muito fraquinhos mesmo, como é o caso do Dudamel e, claro, do Domingo. Ambos por circunstâncias específicas (distintas) têm acesso a dirigir grandes orquestras e grandes espectáculos, não estando à altura.

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    2. Esqueci-me do Pappano, que costuma estar bem no reportório operático.

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    3. Mas nao se pode estar perto dele porque é dos que faz muito barulho a dirigir...

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