Roméo et Juliette de Charles
Gounod é uma ópera (com prólogo e cinco actos) com libretto de Jules Barbier
e Michael Carré, baseada na obra
homónima de William Shakespeare. A história pode ler-se aqui.
A encenação de Bartlett Sher é sóbria e clássica, mas
não traz nada de novo. O cenário mantém-se ao longo de toda a ópera, mas
funciona.
Placido Domingo foi banal na direcção da orquestra. Não houve
emoção e em várias partes parecia que se limitava a marcar o compasso. Um
excelente tenor não é necessariamente um bom maestro.
Roméo foi
interpretado pelo tenor Norte Americano Charles Castronovo. Foi muito bom,
muito ágil em cena e a voz esteve sempre segura e bem audível. Tem um timbre
bonito e no final foi muito credível.
A soprano Norte Americana Ailyn
Peréz foi a Juliette. Começou com alguma estridência mas melhorou muito e
foi também outra boa cantora. A voz é muito grande, perde ligeiramente a
qualidade nas notas mais agudas, mas cumpre neste
papel, embora considere que não é o mais adequado para ela.
Dos restantes
cantores destacaram-se o baixo Sul Coreano Kwanchoul Youn que fez um Padre Laurent
excepcional, a mezzo francesa Karine
Deshayes que foi um Stéphano irrepreensível, o barítono francês Laurent Naouri muito bem como Capulet,
o baritono canadiano Joshua Hopkins
óptimo como Mercutio, a mezzo americana Maria
Zifchak como Gertrude e o tenor ucraniano Bogdan Volkov como Tybald não destoaram.
Um espectáculo
muito bom, pena a direcção musical não ter acompanhado em qualidade tudo o
resto.
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ROMÉO ET
JULIETTE, METropolitan Opera, New York, May 2018
Roméo et Juliette by Charles
Gounod is an opera (with prologue and five acts) with libretto by Jules Barbier
and Michael Carré, based on the work
of the same name by William Shakespeare. The story can be read here.
The staging
of Bartlett Sher is sober and
classic, but brings nothing new. The settings remain throughout the opera, but
it works.
Placido Domingo was banal in the direction of the orchestra.
There was no emotion, and in several places it seemed to be limited to the
bars. An excellent tenor is not necessarily a good maestro.
Roméo was
played by the North American tenor Charles
Castronovo. He was very good, very agile on stage and the voice was always
there and well audible. He has a beautiful timbre and in the end he was very
credible.
American
soprano Ailyn Peréz was Juliette.
She started with some stridency but she improved a lot and was also another top
singer. The voice is big, slightly loses the quality in the top notes, but is
an excellent singer for this role.
Of the remaining
singers stood out South Korean bass Kwanchoul
Youn who was an exceptional Priest Laurent, French mezzo Karine Deshayes who was an impeccable
Stéphano, French baritone Laurent Naouri
was well as Capulet, Canadian baritone Joshua
Hopkins terrific as Mercutio, American mezzo Maria Zifchak as Gertrude and Ukrainian tenor Bogdan Volkov as Tybald were also correct.
A very good
performance, despite the musical direction not having accompanied everything
else in quality.
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Anda aí uma grande crise de maestros, Fanático_Um, com os velhinhos a deixarem-nos ou deixarem de dirigir. Tem sido uma razia. Os Dudamel, Baremboim, Nézet-Séguin, Esa-Pekka e outros, são tão fraquinhos... grande grande, só resta Ivan Fischer. Dos novos, vejo Robin Ticciati e Thomas Dausgaard como grandes promessas. Mas de momento, para Ópera...
ResponderEliminarTem razão, mas alguns são muito fraquinhos mesmo, como é o caso do Dudamel e, claro, do Domingo. Ambos por circunstâncias específicas (distintas) têm acesso a dirigir grandes orquestras e grandes espectáculos, não estando à altura.
EliminarEsqueci-me do Pappano, que costuma estar bem no reportório operático.
EliminarMas nao se pode estar perto dele porque é dos que faz muito barulho a dirigir...
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