(review in English below)
O Teatro de São
Carlos encerrou a temporada operática com The
Rake’s Progress de Igor Stravinsky,
numa nova produção encenada por Rui
Horta.
É uma ópera de
que não gosto e, mais uma vez, não consegui tirar prazer como espectador. A
encenação é bem conseguida, simples, vistosa (pelos figurinos) e bizarra como o libreto,
tirando também partido do camarote real do teatro.
Joana Carneiro dirigiu com elevação a Orquestra Sinfónica
Portuguesa e o Coro do Teatro de São Carlos esteve sempre bem. Os solistas
foram de qualidade. O tenor Tuomas
Katajala foi um Tom Rakewell com presença cénica aceitável mas voz afinada e bem audível ao longo de toda a récita. O soprano Ambur Braid interpretou Anne Truelove com classe, embora pouco audível no registo mais baixo. Luís Rodrigues foi o melhor intérprete
da récita, oferecendo-nos um Nick Shadow diabólico, vocalmente irrepreensível e sensacional. Maria Luísa de
Freitas como Baba, apesar da caracterização ridícula, teve uma óptima presença cénica, que fez esquecer algumas falhas na afinação. Também estiveram bem Nuno Dias como pai Truelove, Carlos Guilherme como Sellem, Cátia Moreso como Mother Goose e João Oliveira como guardião do
hospício.
Mas, repito, é
uma ópera de que não gosto e, mais uma vez, assim foi.
***
THE RAKE'S
PROGRESS, Teatro São Carlos, Lisbon, May 2015
Teatro São Carlos
ended the season with the opera The
Rake's Progress by Igor Stravinsky
in a new production directed by Rui
Horta.
It's an opera
that I do not like and, once again, I could not take pleasure as a spectator.
The staging is simple, showy (the costumes) and bizarre as the libretto, also
taking advantage of the royal theater box.
Joana Carneiro brought quality to the Portuguese Symphony Orchestra and the São Carlos Theatre Choir. The soloists were all good. Tenor Tuomas Katajala was a Tom Rakewell with
good scenic and vocal presence, always revealing a finely tuned and well
audible voice. Soprano Ambur Braid
played Anne Truelove with class. Luís
Rodrigues was the best performer of the performance, offering us a
diabolical and vocally faultless Nick Shadow. Also well were Maria Luisa de Freitas as Baba (despite
the ridiculous characterization), Nuno
Dias as father Truelove, Carlos
Guilherme as Sellem, Catia Moreso
as Mother Goose and João Oliveira as
the hospice guardian.
But, I repeat, it
is an opera that do not like and once again, that was the case.
***
É saudável, não se gostar de obras de 'arte' mesmo quando muitos outros gostam; balizar o nosso gosto dá-nos um referencial que, além do mais, permite que apreciemos melhor, e com mais entusiasmo, aquilo de que gostamos.
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