sábado, 17 de novembro de 2012

Balanço da Temporada 2011-2012 / Review of the 2011-2012 Season, por Fanático_Um


Teatro de São Carlos, Lisboa
 (text in English below)

A temporada 2011-2012 foi, mais uma vez, fantástica. Tive o privilégio de ouvir e ver muitos espectáculos e, na sua maioria, muito bons. Aponto neste balanço final os que mais me marcaram.

Acontecimentos mais positivos em Portugal
Três óperas de grande dignidade: Don Carlo e Cosi Fan Tutte no Teatro de São Carlos e Sansão e Dalila no Coliseu do Porto.


 Ouvir ao vivo Philippe Jaroussky, Karita Mattila, Andreas Scholl e Johan Botha na Gulbenkian

Os Melhores espectáculos de Ópera
Foram muitos aqueles que me deixaram excelentes memórias. Saliento, de entre eles, os excepcionais:
Faust, Suor Angelica, Les Troyens e Otello
na Royal Opera House (Londres), La Clemenza di Tito no Palácio Garnier (Paris), Linda di Chamounix e Die Zauberflöte no Liceu (Barcelona), Madama Butterfly e Aida no Met (Nova Iorque) e Die Walküre na Bayerische Staatsoper (Munique).

Palácio Garnier, Paris

 Os Superlativos:
No cômputo final e tendo em consideração a encenação, o maestro, a orquestra e os intérpretes, as óperas mais memoráveis foram:
La Clemenza di Tito no Palácio Garnier (Paris),
Suor Angelica na Royal Opera House (Londres),
Linda di Chamounix no Liceu de Barcelona,
Die Walküre na Bayerische Staatsoper (Munique)
Les Troyens na Royal Opera House (Londres),
Otello na Royal Opera House (Londres),

Bayerische Staatsoper, Munique

Os Cantores inesquecíveis
Piotr Beczala como Faust, Klaus Florian Vogt como Tito e Siegmund, Johan Botha como Tannhäuser, Juan Diego Flórez como Carlo (Linda di Chamounix), Aleksandrs Antonenko como Otello, Bryan Hymel como Eneias e os recitais de Philippe Jaroussky e Andreas Scholl na Gulbenkian.

Dimitri Platanias como Carlos (Don Carlo), Gerald Finley como Don Giovanni e Joan-Martin-Royo como Papageno.

René Pape como Méphistophélès, Simon Orfia como Perfecte (Linda di Chamounix) e Ain Anger como Hunding.

Johan Botha

 Elisabete Matos como Elisabete (Don Carlo), Ermonela Jaho como Suor Angelica, Krassimira Stoyanova como Marguerite, Nina Stemme como Elisabete (Tannhäuser), Diana Damrau como Linda (di Chamounix), Anja Kampe como Sieglinde, Anja Harteros como Desdemona, Ailyn Pérez como Violeta e o recital de Karita Mattila na Gulbenkian.

Sophie Koch como Fricka e Venus, Anna Larsson como Princesa (Suor Angélica), Sílvia Tro Santafé como Pierotto (Linda di Chamounix) e Olga Borodina como Marfa.

Elisabete Matos

As Revelações
Para mim foram várias, das quais assinalo:
Ermonela Jaho, soprano albanês (Suor Angélica), Adam Plachetka, barítono checo (Masseto), Katarina Karneus, mezzo sueco (Dona Elvira), Ailyn Pérez, soprano norte americano (Violeta), Thomas Mayer, baixo alemão (Wotan), Susanna Philips, soprano norte americano (Pamina), Bryan Hymel, tenor norte americano (Eneias), Anatoli Kotscherga, Baixo ucraniano (Príncipe Ivan) e Latonia Moore, soprano norte americano (Aida).

As grandes desilusões:
Óperas:
Satyagraha no MetLive, Eugene Onegin e Macbeth na Bayerische Staatsoper de Munique e Jo Dali no Liceu de Barcelona.
Cantores:
Erika Miklósia como Rainha da Noite, Simon Keenlyside como Onegin, Francesco Demuro como Macduff e Nadia Krasteva como Preziosilla.

O pior da temporada:
Os cancelamentos!!!
Aconteceu-me com Anja Harteros na Suor Angélica, Anna Netrebko na Traviata (ambas em Londres) e Jonas Kaufmann duas vezes, na Gala de Zurique e nos Troianos em Londres…
… Que, contudo, me proporcionaram três grandes revelações: Ermonela Jaho, Ailyn Peréz e Bryan Hymel.

E, finalmente, as medalhas de platina (apenas três, o que é absurdo, mas assim evito nova lista):

Melhor espectáculo de ópera: Suor Angelica na Royal Opera de Londres. Porque a perfeição é muitíssimo rara, mas existe!

Suor Angelica, Royal Opera House, Londres

Melhor interpretação masculina: Klaus Florian Vogt como Siegmund. Só ouvindo se acredita que se pode cantar assim este papel wagneriano!

Klaus Florian Vogt (com Anja Kampe) 

 Melhor interpretação feminina: Ermonela Jaho como Suor Angelica. Puro deslumbramento e magia em palco!

Ermonela Jaho


Review of the 2011-2012 Season, by Fanático_Um

My 2011-2012 opera season was, once again, fantastic. I was privileged to hear and see many performances and, many of them, very good ones. I point out in this final review the ones that influenced me the most.

Most positive events in Portugal
Three operas of great dignity: Don Carlo and Cosi Fan Tutte at the Teatro São Carlos and Samson and Delilah in Oporto Coliseum.
Live performances of Philippe Jaroussky, Karita Mattila, Andreas Scholl and Johan Botha at the Gulbenkian Foundation.

Best Opera performances:
There were many who left me great memories. I emphasize, among them, the exceptional ones:
Faust, Suor Angelica, Otello and Les Troyens at the Royal Opera House (London), La Clemenza di Tito at the Palais Garnier (Paris), Linda di Chamounix and Die Zauberflöte at the Liceu (Barcelona), Madama Butterfly and Aida at the Met (New York), Die Walküre and the Bayerische Staatsoper (Munich).

The Superlatives:
Globally, taking into consideration the performance, the conductor, the orchestra and the performers, the most memorable operas were:
La Clemenza di Tito at the Palais Garnier (Paris)
Suor Angelica at the Royal Opera House (London)
Linda di Chamounix at the Liceu in Barcelona,
Die Walküre at the Bayerische Staatsoper (Munich)
Les Troyens at the Royal Opera House (London)
Otello at the Royal Opera House (London)

The Unforgettable singers:
Piotr Beczala as Faust, Klaus Florian Vogt as Titus and Siegmund, Johan Botha as Tannhäuser, Juan Diego Flórez as Carlo (Linda di Chamounix), Aleksandrs Antonenko as Otello, Bryan Hymel as Aeneas, and recitals of Andreas Scholl and Philippe Jaroussky.

Dimitri Platanias as Carlos (Don Carlo), Gerald Finley as Don Giovanni and Joan Martin-Royo as Papageno.

René Pape as Méphistophélès, Simon Orfia as Perfecte (Linda di Chamounix) and Ain Anger as Humnding.

Elisabete Matos as Elizabeth (Don Carlo), Ermonela Jaho as Suor Angelica, Krassimira Stoyanova as Marguerite, Nina Stemme as Elisabeth (Tannhäuser), Diana Damrau as Linda (di Chamounix), Anja Kampe as Sieglinde, Anja Harteros as Desdemona, Ailyn Pérez as Violeta and the recital of Karita Mattila.

Sophie Koch as Fricka and Venus, Anna Larsson as Princess (Suor Angelica), Silvia Tro Santafe as Pierotto (Linda di Chamounix) and Olga Borodina as Marfa.

The Revelations
To me there were several among which:
Ermonela Jaho, Albanian soprano (Suor Angelica), Adam Plachetka, Czech baritone (Masseto), Katarina Karneus, Swedish mezzo (Dona Elvira), Ailyn Pérez, North American soprano (Violet), Thomas Mayer, German bass (Wotan), Susanna Philips, North American soprano (Pamina), Bryan Hymel, North American tenor (Aeneas), Anatoli Kotscherga, Ukrainian bass (Prince Ivan) and Latonia Moore, North American soprano (Aida).

The big disappointments:
Operas:
Satyagraha in MetLive, Eugene Onegin and Macbeth at the Bayerische Staatsoper in Munich and Jo Dali at the Liceu in Barcelona.
Singers:
Erika Miklósia as Queen of the Night, Simon Keenlyside as Onegin, Francesco Demuro as Macduff and Nadia Krasteva as Preziosilla.

The worst of the season:
The cancellations!!
It happened to me with Anja Harteros in Suor Angelica, Anna Netrebko in La Traviata (both in London) and Jonas Kaufmann twice, in the Zurich Gala and in Les Troyens in London ...
… which, however, gave me three great revelations: Ermonela Jaho, Ailyn Perez and Bryan Hymel.

And finally, the platinum medals (only three, which is absurd, but so I avoid a new list):

Best Opera Performance: Suor Angelicaat the Royal Opera in London. Because perfection is extremely rare, but exists!

Best male singer: Klaus Florian Vogt as Siegmund. Just when you have the chance to hear him you realise that this demanding wagnerian role can be sung his way.

Best female singer: Ermonela Jaho as Suor Angelica.
Pure wonder and magic on stage!

12 comentários:

  1. Caro Fanático_Um,
    Teve uma temporada repleta de momentos sublimes!
    Eu da minha muito mais curta temporada destacaria, em Portugal, o Don Carlo no TNSC e a Tannhauser na FCG (teve um Botha e um Struckmann estupendos!). No estrangeiro, destacaria, obviamente, o Don Giovanni do Scala (com uma Netrebko estelar, mas com uma encenação que desiludiu face às expectativas) e uma Iolanta no Teatro Real de Madrid que teve, para mim, uma revelação: Ekaterina Scherbachenko.
    Saudações

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    1. caro camo_opera,
      Espero que, na presente temporada, venha a degustar diversos bons espectáculos, para que nos faça um balanço da temporada bem saboroso...

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  2. Assim de repente também tenho alguns destaques a fazer: o "Don Carlo" em São Carlos, os concertos de Elisabete Matos em Guimarães e Lisboa, o "Tannhäuser" na Gulbenkian (por Botha e Struckmann), o recital de Jonas Kaufmann na Filarmonia de Berlim, os concertos da Filarmónica de Berlim em casa (principalmente a 9ª de Bruckner - um dos concertos da minha vida), os concertos de Artur Pizarro na Gulbenkian e em São Carlos e o seu recital em Queluz, um concerto com solistas da Filarmónica de Berlim na Quinta da Piedade (Festival de Sintra).

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    1. Obrigado pelo seu comentário, Paulo. Para mim, o momento de fazer o balanço anual é sempre uma oportunidade feliz de pensar pausadamente em muitas das alegrias musicais que vivi. Pena é que estes momentos sejam tão efémeros e fiquem apenas nas nossas memórias, sem os podermos partilhar na sua plenitude com os outros. Mas é mesmo assim, o que também não deixa de lhe dar um encanto próprio.

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  3. Excellent reviews. I am really getting into opera as a result of your website. Today, we will be seeing Donizetti's Don Pasquale. When I watch the performances, I think of your reviews to help me look for the little things I should be observing. It has been a terrific experience, and the upcoming season should be a treat for me.

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    1. Dear JJ,
      Thank you so much for your kind comment. We are honoured with it, but we only post our amateur opinions here. But we are very glad to know that some friends become interested in what we comment.
      Best wishes and... enjoy Don Pasquale

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  4. Caro Fanático,
    não me admira que o melhor tenha sido com Wagner. Não sou crítico abalizado de ópera mas sei que Wagner é difícil e por isso dá ensejo a grandes sucessos ou fracassos...
    Muito obrigado pelas excelentes crônicas. Um grande abraço

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    1. Mesmo não se considerando crítico abalizado, tem razão quanto a Wagner. Ou sáo grandes sucessos, ou rotundos fracassos, não há meio termo!
      Um abraço português para o Brasil

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  5. As usual,excellent objective info!
    Greetings,Willy

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  6. Interessante balanço, com a revisão dos espectáculos da temporada e sugestões de cantores a acompanhar.
    Gostei de ler.

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  7. Acabei de ver Ermonela Jaho em Viena fazendo La Traviata e achei-a realmente incrível, apesar do público pouco caloroso.
    ed.

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