segunda-feira, 20 de maio de 2019

DON GIOVANNI, METropolitan Opera, Nova Iorque / New York, Fevereiro / February 2019


(review in English below)

A ópera Don Giovanni de Mozart foi mais uma vez posta em cena na Metropolitan Opera de Nova Iorque. A encenação de Michael Grandage, já muito comentada neste blogue, é clássica e pouco imaginativa, dominada pelos prédios de três andares. Passa-se numa cidade espanhola no Sec. XVIII. Há mobilidade cénica mas é muito repetitiva. A cena do cemitério é mais interessante e o final do Don Giovanni, quando é engolido pelas chamas, é espectacular ao vivo.




Foi uma récita muito boa, com um elenco poderoso e, com poucas excepções, homogéneo. O maestro alemão, Cornelius Meister foi muito bom, com grande respeito pelos cantores e por Mozart. A Orquestra, fantástica.




Os cantores foram quase todos de topo. A italiana Federica Lombardi (que não conhecia) esteve óptima como Donna Elvira, voz bonita, sempre bem audível e boa presença em palco.



O jovem baixo-barítono americano Brandon Cedel (Masetto), que também desconhecia, esteve sempre sempre muito bem, quer no canto como na representação.




Ainda mais um desconhecido para mim, o tenor francês Stanislas de Barbeyrac, foi um Don Ottavio excelente no canto e em palco (isto com cantores jovens é sempre outra coisa!).



Um bem conhecido meu neste papel, o baixo eslovaco Stefan Kocán foi um Comendador vocalmente imponente, excelente.



O baixo-barítono venezuelano / italiano Luca Pisaroni, que sempre vi como Leoporello, fez um Don Giovanni óptimo (cénica e vocalmente), muito acima das minhas expectativas.



Já a soprano russa Aida Garifullina (Zerlina) que venceu o Operália há poucos anos, cantou na abertura e fecho do mundial de futebol do ano passado na Rússia, é bonita e está a ser empurrada para cima em vários teatros, cantou bem, mas não gosto do timbre e, quando sobe, tem alguma tendência para a estridência.



O baixo russo Ildar Abdrazakov foi um Leoporello fantástico na actuação cénica, mas a voz é relativamente pequena e vocalmente não convenceu.



Deixo para o fim o melhor, a soprano norte-americana Rachel Willis-Sorensen que foi do outro mundo. Que Donna Anna!! Fantástica, fabulosa, fenomenal e tudo o mais que se possa dizer. Nunca vi ou ouvi uma Donna Anna como ela!! E parecia que cantava ligada a um amplificador, mas com todo o dramatismo que a personagem exige!


Um espectáculo de grande qualidade.






****


DON GIOVANNI, METropolitan Opera, New York, February 2019

Mozart's opera Don Giovanni was once available at the Metropolitan Opera in New York. Michael Grandage's staging, already commented on this blog, is classic and unimaginative, dominated by three-story buildings. It is in a Spanish city in the XVIII century. There is scenic mobility but it is very repetitive. The graveyard scene is more interesting and the end of Don Giovanni, when swallowed by flames, is spectacular live.

It was a very good performance, with a powerful cast and, with few exceptions, homogeneous. German conductor Cornelius Meister was very good, with great respect for the singers and for Mozart. The Orchestra was fantastic.

The singers were almost all top. Italian soprano Federica Lombardi (who I did not know) was good as Donna Elvira, beautiful voice, always well audible and good presence on stage.

Young American bass-baritone Brandon Cedel (Masetto), who also I did not know, was always very well, both in singing and acting.

Another unknown to me, French tenor Stanislas de Barbeyrac, was an excellent Don Ottavio in singing and on stage (the operas with young singers are always something else!).

A well-known of mine in this role, Slovakian bass Stefan Kocán was a vocally imposing, excellent Comendatore.

Venezuelan / Italian bass-baritone Luca Pisaroni, who I always saw as Leoporello, made a terrific Don Giovanni (scenic and vocally), far above my expectations.

On the other hand, Russian soprano Aida Garifullina (Zerlina) who won the Operalia a few years ago, sang at the opening and closing of the football World Cup last year in Russia, is beautiful, and is being pushed up in several theaters, sang well, but I do not like her timbre, and when she sings in the top register she has some tendency for stridency.

Russian bass Ildar Abdrazakov was a fantastic Leoporello in scenic performance but the voice is relatively small and vocally was unconvincing.

I leave to the end the best, American soprano Rachel Willis-Sorensen who was out of this world. What a Donna Anna!! Fantastic, fabulous, phenomenal and everything else you could say. I've never seen or heard a Donna Anna like her!! And she seemed that she was singing with an amplifier, but also with all the drama that the character demands!

A performance of great quality.

****

Sem comentários:

Enviar um comentário