(review in English below)
A Metropolitan Opera apresentou esta
temporada uma nova produção da Norma
de Bellini.
Norma, uma
sacerdotisa, é a verdadeira líder de uma comunidade druida chefiada por Oroveso
e ocupada e oprimida pelos romanos. Contudo, apaixonou-se em segredo pelo
principal opressor, o pró-consul Pollione, de quem teve 2 filhos. Ele
apaixona-se por uma jovem sacerdotisa, Adalgisa, que se torna inicialmente
rival da Norma mas, depois, sua grande amiga. No início do 2º acto Norma quer
matar os filhos durante o sono mas não o consegue fazer, apoiada pela
confidente Clotilde. Os druidas, incentivados pela Norma, planeiam atacar os
invasores romanos e querem sacrificar o Pollione. No final, a Norma promete-lhe a liberdade se
ele desistir da Adalgisa. Pollione recusa e a Norma confessa tudo e os dois lançam-se
às chamas.
A encenação de Sir
David McVicar é convencional e nada
inovadora. Uma floresta escura de troncos altos, no primeiro acto com uma grande
árvore ao centro ladeada por uma plataforma onde a Norma canta a Casta Diva, alterna com o interior de
uma cabana redonda de madeira, a casa da Norma. É uma encenação muito estática
e, sobretudo, sempre muito escura.
Sob a excelente direcção
musical de Carlo Rizzi, a ópera é um
pitéu de belcanto para apreciadores, entre os quais me incluo.
A soprano norte
americana Sondra Radvanovsky foi uma
Norma notável. Tem uma voz colossal e bem timbrada que apenas no registo mais
agudo foi menos impressionante. O legato não é muito suave, a coloratura é
sólida mas, por vezes, áspera. Contudo, é uma das melhores Normas da
actualidade e foi fantástica.
A Adalgisa da
mezzo norte americana Joyce DiDonato
foi arrasadora. A voz é grande, o timbre muito bonito e a coloratura espantosa.
Em palco foi sempre muito credível e irrepreensível. Os duetos com a Norma,
sobretudo no 2º acto, foram os momentos mais altos da noite.
O tenor maltês Joseph Calleja foi um Pollione de voz
muito potente e sempre afinada mas, como é característica do cantor, o timbre é
nasalado e resulta num som algo caprino.
Foram também muito boas as interpretações do baixo inglês Matthew Rose como Oroveso, da soprano
americana Michele Bradley como Clotilde
e do tenor norte-americano Adam Diegel
como Flavio.
Mas a noite foi
das Senhoras!
*****
NORMA -
METropolitan Opera, October 2017
The Metropolitan Opera presented this
season a new production of Norma by Bellini.
Norma, a
priestess, is the true leader of a druid community led by Oroveso and occupied
and oppressed by the Romans. However, she secretly fell in love with the main
oppressor, the roman pro-consul Pollione, with whom she had two children. He
falls in love with a young priestess, Adalgisa, who initially becomes the rival
of Norma, but then her great friend. At the beginning of the second act Norma
wants to kill her children during sleep but can not do it, supported by the
confidant Clotilde. The Druids, encouraged by Norma, plan to attack the Roman
invaders and want to sacrifice Pollione. In the end, Norma promises him freedom
if he gives up Adalgisa. Pollione refuses, and Norma confesses everything to
her people. Norma and Pollione throw themselves into the flames.
The staging
of Sir David McVicar is conventional
and do not bring any novelty. A dark forest of tall logs, in the first act with
a large tree in the centre flanked by a platform where Norma sings Casta Diva, alternates with the interior
of a round wooden hut, Norma's house. It is a very static and, above all,
always very dark staging.
Under the
excellent musical direction of Carlo
Rizzi, the opera is a pit of belcanto
for admirers, among whom I include myself.
American
soprano Sondra Radvanovsky was a
remarkable Norma. She has a colossal voice with a nice timbre that only in the top
notes was less impressive. The legato is not very smooth, the coloratura is
solid but sometimes rough. However, she is one of the best Normas of our times
and she was fantastic.
Adalgisa of
North American mezzo Joyce DiDonato
was smaching. The voice is grand, the tone is very beautiful and the coloratura
astonishing. On stage she was always very credible and irreproachable. The
duets with Norma, especially in the 2nd act, were the highest moments of the
night.
Maltese
tenor Joseph Calleja was a very
powerful and always tuned voice Pollione but, as is characteristic of the
singer, the timbre is nasal and results frequently in a somewhat goat sound.
There were
also very good interpretations of bass Matthew
Rose as Oroveso, soprano Michele
Bradley as Clotilde and tenor Adam
Diegel as Flavio.
But this
was the ladies night!
*****
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