segunda-feira, 9 de outubro de 2017

NORMA – METropolitan Opera, Outubro / October 2017

(review in English below)

A Metropolitan Opera apresentou esta temporada uma nova produção da Norma de Bellini.


Norma, uma sacerdotisa, é a verdadeira líder de uma comunidade druida chefiada por Oroveso e ocupada e oprimida pelos romanos. Contudo, apaixonou-se em segredo pelo principal opressor, o pró-consul Pollione, de quem teve 2 filhos. Ele apaixona-se por uma jovem sacerdotisa, Adalgisa, que se torna inicialmente rival da Norma mas, depois, sua grande amiga. No início do 2º acto Norma quer matar os filhos durante o sono mas não o consegue fazer, apoiada pela confidente Clotilde. Os druidas, incentivados pela Norma, planeiam atacar os invasores romanos e querem sacrificar o Pollione.  No final, a Norma promete-lhe a liberdade se ele desistir da Adalgisa. Pollione recusa e a Norma confessa tudo e os dois lançam-se às chamas.



A encenação de Sir David McVicar é convencional e nada inovadora. Uma floresta escura de troncos altos, no primeiro acto com uma grande árvore ao centro ladeada por uma plataforma onde a Norma canta a Casta Diva, alterna com o interior de uma cabana redonda de madeira, a casa da Norma. É uma encenação muito estática e, sobretudo, sempre muito escura.




Sob a excelente direcção musical de Carlo Rizzi, a ópera é um pitéu de belcanto para apreciadores, entre os quais me incluo.



A soprano norte americana Sondra Radvanovsky foi uma Norma notável. Tem uma voz colossal e bem timbrada que apenas no registo mais agudo foi menos impressionante. O legato não é muito suave, a coloratura é sólida mas, por vezes, áspera. Contudo, é uma das melhores Normas da actualidade e foi fantástica.



A Adalgisa da mezzo norte americana Joyce DiDonato foi arrasadora. A voz é grande, o timbre muito bonito e a coloratura espantosa. Em palco foi sempre muito credível e irrepreensível. Os duetos com a Norma, sobretudo no 2º acto, foram os momentos mais altos da noite.


O tenor maltês Joseph Calleja foi um Pollione de voz muito potente e sempre afinada mas, como é característica do cantor, o timbre é nasalado e resulta num som algo caprino. 


Foram também muito boas as interpretações do baixo inglês Matthew Rose como Oroveso, da soprano americana Michele Bradley como Clotilde e do tenor norte-americano Adam Diegel como Flavio.







Mas a noite foi das Senhoras!

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NORMA - METropolitan Opera, October 2017

The Metropolitan Opera presented this season a new production of Norma by Bellini.
Norma, a priestess, is the true leader of a druid community led by Oroveso and occupied and oppressed by the Romans. However, she secretly fell in love with the main oppressor, the roman pro-consul Pollione, with whom she had two children. He falls in love with a young priestess, Adalgisa, who initially becomes the rival of Norma, but then her great friend. At the beginning of the second act Norma wants to kill her children during sleep but can not do it, supported by the confidant Clotilde. The Druids, encouraged by Norma, plan to attack the Roman invaders and want to sacrifice Pollione. In the end, Norma promises him freedom if he gives up Adalgisa. Pollione refuses, and Norma confesses everything to her people. Norma and Pollione throw themselves into the flames.

The staging of Sir David McVicar is conventional and do not bring any novelty. A dark forest of tall logs, in the first act with a large tree in the centre flanked by a platform where Norma sings Casta Diva, alternates with the interior of a round wooden hut, Norma's house. It is a very static and, above all, always very dark staging.

Under the excellent musical direction of Carlo Rizzi, the opera is a pit of belcanto for admirers, among whom I include myself.

American soprano Sondra Radvanovsky was a remarkable Norma. She has a colossal voice with a nice timbre that only in the top notes was less impressive. The legato is not very smooth, the coloratura is solid but sometimes rough. However, she is one of the best Normas of our times and she was fantastic.

Adalgisa of North American mezzo Joyce DiDonato was smaching. The voice is grand, the tone is very beautiful and the coloratura astonishing. On stage she was always very credible and irreproachable. The duets with Norma, especially in the 2nd act, were the highest moments of the night.

Maltese tenor Joseph Calleja was a very powerful and always tuned voice Pollione but, as is characteristic of the singer, the timbre is nasal and results frequently in a somewhat goat sound.

There were also very good interpretations of bass Matthew Rose as Oroveso, soprano Michele Bradley as Clotilde and tenor Adam Diegel as Flavio.

But this was the ladies night!


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