(Fonte:
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Marriage_of_Figaro - foto de TheLoneRanger)
No passado dia 1 de
Fevereiro tive a oportunidade de assistir a uma récita de excelente nível de umas
das obras primas de Mozart, “As Bodas de Figaro”.
A direcção cénica esteve a
cargo de Claudio Desderi . Os cenários são muito simples, consistindo apenas de
um par de cadeirões e uma mesa de maquilhagem, mudando no quarto acto para um
par de árvores e um interessante jogo de luzes para simular o exterior da casa
dos condes durante a noite.
Para uma
ópera semi-encenada achei que foi suficiente embora sentindo que uma ópera sem
ser encenada integralmente perde sempre algum brilho.
A direcção da Orquestra Gulbenkian esteve a
cargo do maestro Paul McCreesh. A Orquestra esteve a bom nível, mas teve alguns
desencontros com os solistas visto que a orquestra se situava atrás da acção
propriamente dita, levando a que o maestro estivesse sempre de costas para os
solistas, facto que adicionou alguma dificuldade à sua tarefa.
O coro
Gulbenkian esteve sempre imaculado nas suas intervenções.
Os solistas a nível geral estiveram a um
nível altíssimo. Gostaria de destacar em especial a excelente expressividade de
todos os solistas em palco, tornando esta récita extremamente agradável.
O baixo Matthew Rose foi um Fígaro excelente.
Sempre muito expressivo e dotado de uma projecção vocal de uma intensidade fora
do vulgar. O seu semblante sempre engraçado, aliado à sua imponência física
trouxeram à sua actuação um grande brilho.
O soprano Malin Christensson foi na minha
opinião uma Susanna pequenina. O seu timbre doce e afinado quase nunca
ultrapassou as suas limitações ao nível da projecção vocal tornando-se quase
inaudível em certos momentos.
O barítono Joshua Hopkins foi um conde
Almaviva excelente. Tem um timbre muito bonito e uma técnica vocal muito
apurada. A sua excelente expressividade também o ajudou a brilhar ainda mais.
O soprano Susanna Phillips foi um condessa de
muito bom nível. Creio que lhe faltou alguma delicadeza na ária “Porgi, Amor” mas
depois compensou na ária “Dove sono” que foi de excelente nível.
O meio soprano Renata Pokupic foi um excelente Cherubino.
Foi sempre muito afinada e expressiva e penso que encaixa muito bem neste
papel. Ofereceu-nos um “Voi que sapete” de elevado nível.
Quanto aos portugueses, que estiveram muito
bem nos papéis secundários, gostaria de destacar a elevadíssima expressividade
do Tenor João Rodrigues (Don Basílio), a excelente interpretação na ária “La
vendetta” de Luís Rodrigues (Doctor
Bartolo) que já nos tem habituado às suas interpretações de muito bom nível nos
palcos nacionais e às excelentes interpretações de Cátia Moreso (Marcellina) e
Bárbara Barradas (Barbarina) durante toda a récita mostrando excelente afinação
e projecção vocal.
Francisco Casegas
Com grande pena minha, não tive oportunidade de assistir. Obrigado pelo texto, Francisco Casegas.
ResponderEliminarNão tem nada que agradecer José! É sempre um prazer partilhar as minhas experiências musicais. Cumprimentos!
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