terça-feira, 3 de setembro de 2013

O OURO DO RENO / DAS RHEINGOLD, METropolitan OPERA, Maio de 2013



 O Ouro do Reno é o prólogo em quatro cenas do Anel do Nibelungo de R. Wagner.

Na encenação de Robert Lepage os aspectos de efeito mais espectacular nesta primeira ópera são, logo na primeira cena, as filhas do Reno suspensas, a nadar e, quando assentam no fundo do rio e sempre que se movem, provocam a queda de grande quantidade de pequenas pedras. A terceira cena é também muito bem conseguida, não só a descida ao Nibelheim como a actuação de Mime e dos Nibelungos a fundirem o ouro. A transformação de Alberich numa gigantesca serpente e, depois, num sapo, são vistosas. Finalmente, depois da tempestade, a subida dos deuses ao Walhalla que aparece como um arco-íris que vai passando no fundo do palco tem grande impacto visual.


 Os solistas foram, na maioria, de grande qualidade.

O melhor da noite foi o tenor eslovaco Stefan Margita que interpretou o semideus do fogo Loge. Tem uma voz sempre audível e afinada, muito melodiosa e agradável. Aparecia envolvido em luzes que simulavam o fogo e teve um excelente desempenho cénico. Já quando o vi no Anel de Munique, no mesmo papel, foi igualmente notável. Na actualidade não deve haver melhor Loge.


 Fricka foi interpretada pelo mezzo americano Elizabeth Bishop, em substituição de Stephanie Blythe. Esteve à altura do papel e ofereceu-nos uma bela interpretação. Foi vocalmente forte e cenicamente convincente. A voz é bonita, penetrante e sempre bem colocada.


 O baixo-barítono americano Richard Paul Fink foi o elo fraco da noite. Interpretou Alberich de forma deficiente. Ouviu-se mal, a voz é pequena e feia. Não é um cantor com qualidade que justifique a sua actuação num papel solista no Met.


 Wotan foi interpretado pelo baixo-barítono americano Greer Grimsley. Esteve bem, a voz é muito respeitável, ouviu-se sempre sobre a orquestra e foi credível em cena.


 Também de qualidade assinalável foi a interpretação de Freia pelo soprano americano Wendy Bryn Harmer que, no registo mais agudo, foi segura e não gritou.


 Os dois gigantes, Fasolt e Fafner, foram interpretados pelos baixos alemães Franz-Josef Selig e Hans-Peter König e foram dois dos melhores cantores da noite. Vozes potentes, registos graves imponentes e boa presença em palco.


 Se o Froh de Richard Cox foi muito fraco, merecem nota positiva o mezzo americano Meredith Arwady que foi uma Erda poderosa,


 o tenor americano Robert Brubaker que deixou uma óptima impressão como Mime


  e o barítono americano Dwayne Croft como Donner.


 Foram também impecáveis as três filhas do Reno Dísella Làrusdóttir (Woglinde), Jennifer Johnson Cano (Wellgunde) e  Renee Tatum (Flossilde).







Começou bem o Anel de Nova Iorque.

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DAS RHEINGOLD, Metropolitan Opera, May 2013

Das Rheingold is the prologue in four scenes from the Ring of the Nibelung by R. Wagner.

In Robert Lepage´s staging the most spectacular aspects of this first opera are in the very first scene, the daughters of the Rhine suspended, swimming, and when they settle on the river bottom and whenever they move, they cause the fall of large amounts of small stones. The third scene is also very well done, not only the descent to Nibelheim as well as Mime and the Nibelungs merging of the gold. Alberich's transformation into a giant snake and then into a frog are showy. Finally, after the storm, the rising of the gods to Walhalla that appears as a rainbow on the back of the stage has great visual impact.

The soloists were mostly very good.

The best of the night was Slovakian tenor Stefan Margita who played the semi god of fire, Loge. His very melodious and pleasant voice was always audible and tuned, He appeared wrapped in lights that simulated fire and performed excellently. When I saw him in the Munich´s Ring in the same role, he was equally remarkable. At present there should be no better Loge.

Fricka was interpreted by American mezzo Elizabeth Bishop, replacing Stephanie Blythe. She was OK in the role and offered us a beautiful interpretation. She was strong vocally and artistically  compelling. The voice is beautiful, deep and always well projected.

American bass-baritone Richard Paul Fink was the weak link in the night. He interpreted Alberich in a deficient way. We could not hear him well, the voice is small and not nice. He is not a top quality singer to justify a solo role at the Met.

Wotan was interpreted by American bass-baritone Greer Grimsley. He was good, the voice is very respectable, ever heard above the orchestra and he was credible onstage.

Also remarkable was the quality of interpretation of Freia by American soprano Wendy Bryn Harmer that in the top notes, was secure and did not shout.

The two giants, Fasolt and Fafner, were interpreted by German basses Franz-Josef Selig and Hans-Peter König and they were two of the best singers of the night. Powerful voices, imposing bass notes and good stage presence.

If Richard Cox´s Froh was very weak, deserve positive remarks the American mezzo Meredith Arwady that was a powerful Erda, the American tenor Robert Brubaker who left an excellent impression as Mime and American baritone Dwayne Croft as Donner. The three daughters of the Rhine were also very good, Dísella Lárusdóttir (Woglinde), Jennifer Johnson Cano (Wellgunde) and Renée Tatum (Flossilde).

The Met’s Ring had a good start.


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