segunda-feira, 9 de setembro de 2013

DIE WALKÜRE / A VALQUÍRIA, METropolitan OPERA, Nova Iorque, Maio de 2013




A encenação tem como momentos originais os troncos de árvores, logo no início, entre os quais se vê a perseguição a Siegmund. Mais tarde, quando conta a sua história, vêem-se sombras no tecto da casa de Hunding ilustrando a acção.
No 2º acto o monólogo de Wotan é acompanhado por um conjunto diversificado de imagens projectadas num grande olho, colocado no centro do palco, rodeado por montanhas com lava a escorrer. O final da ópera, com o aprisionamento da Brünhilde entre o fogo sagrado, é também de efeito visual marcante.


 O primeiro acto foi arrasador! O tenor neozelandês Simon O´Neill fez um Siegmund excepcional. É um papel que canta com frequência, e bem. Tem um timbre de invulgar beleza e perfeitamente adequado à personagem. Ouve-se sempre em todos os registos, mantendo a mesma qualidade interpretativa. É pena o cantor estar cada vez mais gordo, o que prejudica o aspecto físico que a personagem exige. Mas, vocalmente, está melhor que nunca.


 A Sieglinde do soprano austríaco Martina Serafin foi também fantástica. A cantora projecta a voz com grande eficácia, ouve-se sobre a orquestra e a afinação é perfeita. Tem uma figura óptima para o papel e é muito convincente na actuação cénica.


 Também insuperável foi o Hunding do baixo-barítono alemão Hans-Peter König. É um cantor fantástico, com um vozeirão brutal que é sempre uma garantia de qualidade no seu máximo esplendor. Foi o que aconteceu mais uma vez.


 O baixo-barítono norte americano Greer Grimsley, que desconhecia, surpreendeu-me muito positivamente como Wotan. Tem um timbre peculiar que serve muito bem a personagem. Também projecta a voz de forma muito eficiente e foi notável ao longo de toda a récita. A actuação em palco foi das melhores a que assisti, muito credível, em que os momentos mais altos foram a morte de Hunding e o diálogo final com a filha.


 A Brünhilde do soprano norte americano Deborah Voight não destoou dos restantes cantores. Foi a mais aplaudida em palco, talvez por “jogar em casa” e pelo que já ofereceu ao público do Met, mas não se destacou. Esteve muito bem, mas há melhores.


 Deixo para último aquela que continuo a considerar a melhor Fricka da actualidade, o mezzo norte americano Stephanie Blythe. Foi arrasadora. A voz é brutal em tamanho e potência e a cantora interpreta o papel com uma emotividade assinalável. Um privilégio ouvi-la. Quando veio agradecer, no final do 2º acto, percebi por que razão faltara na véspera. Está muito incapacitada fisicamente, desloca-se com enorme dificuldade e com a ajuda de uma bengala. Esta noite tivemos a sorte de a ouvir porque, nesta encenação, canta sempre sentada.


 Uma Valquíria excelente!






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Die Walküre, Metropolitan Opera, New York, May 2013

The staging has original parts such as as tree trunks, early on, among which we see the persecution of Siegmund. Later, when he tells his story, one sees shadows on the ceiling of Hunding’s house illustrating the action. In the 2nd act Wotan's monologue is accompanied by a diverse set of images projected on a large eye, placed at center stage, surrounded by mountains with lava dripping. The end of the opera, with the Brunhilde between the sacred fire, is also a striking visual effect.

The first act was astonishing! New Zealand tenor Simon O'Neill was an exceptional Siegmund. This is a role that he sings often and well. He has a tone of unusual beauty and perfectly suited to the character. He is always head in all registers, maintaining the same vocal quality. It is a pity that the singer is becoming increasingly fat, which impairs the physical aspect that the character requires. But vocally, he is better than ever.

Austrian soprano Martina Serafin’s Sieglinde was also fantastic. The singer projects her voice with great efficiency, she is always heard above the orchestra and the tuning is perfect. She has a perfect figure for the role and is very convincing onstage.

Also unsurpassed was german bass-baritone Hans-Peter König as Hunding. He is a fantastic singer with a booming voice that  is always a guarantee of quality in full splendor. It happened again.

North American bass-baritone Greer Grimsley, who I did not know, surprised me very positively as Wotan. He has a peculiar tone that serves very well the character. He also projects his voice very efficiently and he was remarkable throughout the performance. The stage performance was among the best I attended, very credible, the highlights were the death of Hunding and the final dialogue with his daughter.

North American soprano Deborah Voight was Brunhilde, at the same high level of the other singers. She was the most applauded on stage, perhaps because she "was at home" and because of what she has already offered to the public at the Met. She was very good, but there are better singers of this role.


I leave it to the end the singer I consider the best Fricka of present times, North American mezzo Stephanie Blythe. She was overwhelming. The voice is brutal in size and power and she sings the role with a remarkable emotionality. A privilege to hear her. When she came to thank at the end of the 2nd act, I realized why she had failed the night before. She was physically very incapacitated, walking with great difficulty and with the help of a cane. Tonight we were lucky to hear because, in this staging, she always sings sitting.

An excellent Valkyrie


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1 comentário:

  1. Die Walküre is probably a little more than I can comprehend at this stage of my opera learning, but I am beginning to enjoy Wagner very much the more I study him. Tomorrow, I am going to a production of Carmen. I will let you know what I think about it.

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