sábado, 21 de setembro de 2013

GÖTTERDÄMMERUNG, METropolitan OPERA, Nova Iorque Maio de 2103 / May 2013



 Como já referi anteriormente, conto-me entre os apreciadores desta encenação de Lepage, pela originalidade e eficácia conseguidas.


 Nesta última ópera do Anel, mais uma vez a encenação foi muito bem conseguida. De entre as partes mais interessantes incluo a encenação das Nornas a tecerem a corda do destino, Grane, o fantástico cavalo de Brünhilde (fabuloso), a chegada de Siegfried no Reno ao palácio dos Gibichung e, depois da morte de Siegfried, Gunther lava a mão suja de sangue na água cristalina que corre e, toda ela, vai ficando progressivamente vermelha. Também a construção da pira funerária para o Siegfried é interessante, mas o incêndio final nem tanto. Contudo, outro efeito bem conseguido é a destruição de Valhalla, com o aparecimento das estátuas às quais, caem sucessivamente as cabeças.


 O coro, que só intervém nesta ópera, foi absolutamente excepcional. A orquestra, sob a batuta de Fabio Luisi, óptima.





 As três Nornas Ronnita Miller, Michaela Martens e Heidi Melton também tiveram interpretações vocais superiores e de grande homogeneidade.


 A Brünhilde de Deborah Voight esteve muito bem, embora algo contida no início. Talvez a cantora se estivesse a poupar para o final que foi de grande categoria.


 O tenor sueco Lars Cleveman, foi um Siegfried diferente daquele que nos ofereceu na ópera anterior. Esteve muito bem no primeiro acto, quando se ouviu perfeitamente e emprestou emotividade interpretativa ao papel. Quebrou muito no segundo, onde teve um interpretação ao nível da que fez na ópera Siegfried e, esteve bem novamente no terceiro acto. O cantor não é ajudado pela figura porque é baixo e magro, não deixando a imagem do herói fisicamente forte que associamos à personagem.


O baixo-barítono escocês Iain Paterson interpretou um Gunther correcto mas sem nada de excitante a salientar.


 Já o baixo alemão Hans-Peter König foi, mais uma vez, insuperável como Hagen. Para mim o melhor cantor da noite e não há melhor para este papel na actualidade. Tem uma voz lindíssima e gigante. Foi magistral!


O soprano norte americano Wendy Bryn Harmer, foi óptima como Gutrune, sempre perfeitamente audível e afinada, para além de também ter tido uma prestação cénica acima da generalidade dos outros solistas.


 O mezzo norte americano Karen Cargill foi uma Waltraute muito competente. O Alberich de Richard Paul Fink voltou a não impressionar positivamente e as filhas do Reno, Dísella Làrusdóttir, Jennifer Johnson Cano, Renée Tatum estiveram, novamente, muito bem.









  
Terminou da melhor forma este Anel da METropolitan Opera.

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Götterdämmerung, Metropolitan Opera, New York May 2103

As I mentioned earlier, I am among the admirers of this staging by Lepage due to the originality and effectiveness achieved. In the latter opera of the Ring cycle the staging was again very effective. The most interesting parts include the staging of the Norns weaving the rope of destiny, Grane, the fantastic Brunhilde’s horse (fabulous), Siegfried's arrival through the Rhine at Gibichung’s palace, and after the death of Siegfried, Gunther washing his bloody hand in the clear water flowing, and all of it becoming progressively red. Also the construction of the funeral pyre for Siegfried is interesting, but not so the fire. Yet another aspect is very effective, the destruction of Valhalla, with successively falling heads of the statues.

The choir, which only appears in this last opera, was absolutely outstanding.

The three Norns, Ronnita Miller, Michaela Martens and Heidi Melton had superior vocal performances and great homogeneity.

Deborah Voight´s Brunhilde was very good, although somewhat contained in the beginning. Perhaps the singer was saving her voice for the end, which was great.

Swedish tenor Lars Cleveman was a different Siegfried from that offered in the opera before. He did very well in the first act, when he was heard perfectly and sang with emotion. He broke in the second lot, where he had a level of interpretation similar to his interpretation in the opera Siegfried, but he did well again in the third act. The singer is not helped by his figure because he is short and thin, which is not the expected for the physically strong hero we associate with the character.


Scottish bass-baritone Iain Paterson sung a correct Gunther but he did nothing exciting to note.

In contrast, German bass Hans-Peter König was, once again, unsurpassed as Hagen. For me he was the best singer of the night and there is no better than him for this role in present times. He has a beautiful giant voice. Masterful!

North American soprano Wendy Bryn Harmer was great as Gutrune. She was always perfectly audible and tuned, besides also having had an artistic performance well above most other soloists.

North American mezzo Karen Cargill was a very competent Waltraute. Richard Paul Fink’s Alberich again failed to impress positively, and the daughters of the Rhine, Dísella Lárusdóttir, Jennifer Johnson Cano, and Renee Tatum were, again, very well.

This Metropolitan Opera Ring ended in the best way.

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1 comentário:

  1. Caro Fanático,
    excepcional crônica que nos traz a grandiosidade do espetáculo, as pequenas falhas e os grandes desempenhos. Continuo aprendendo por aqui.
    Um grande abraço do Brasil

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