Apenas umas breves notas sobre o Lohengrin de R. Wagner
que abriu a temporada do Teatro alla
Scala de Milão e que foi transmitido ontem no canal televisivo Arte.
A transmissão foi deficiente e com interrupções. Não me
impressionou a encenação de Claus Guth,
muito apreciado no nosso blogue. As crises convulsivas (metamorfósicas) do
Lohengrin não tiveram jeito e não vi mais valia para o espectáculo os
cantores (cisnes ou não) passarem quase todo o 3º acto dentro de um charco.
Dirigiu Daniel
Barenboim. Um elenco maioritariamente alemão foi impressionante. Zelijko Lucic, barítono sérvio, foi um Herald
excepcional. René Pape, baixo
alemão, foi um rei de timbre seguro e imponente. Tómas Tómasson, barítono islandês, fez um Telramund sem brilho e
com algumas falhas. Evelyn Herlitzius,
soprano alemão, surpreendeu-me pela positiva como Ortrud, o seu timbre agreste
adapta-se bem à personagem. Annette Dasch (em
substituição da Harteros que, mais uma vez, esteve indisposta à última hora)
foi uma Elsa estratosférica, tanto cénica como vocalmente. Jonas Kaufmann, arrasador no 3º acto, cantou o Lohengrin na perfeição.
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Just some brief notes
about Lohengrin by R. Wagner that
opened the Teatro alla Scala season in Milan ,
and that was broadcast yesterday on television channel Arte.
The transmission was poor and with interruptions. I was not impressed with the staging of Claus Guth, much appreciated on our blog. Lohengrin’s seizures were bizarre and added no value to the show. The singers (swans or not) spend almost the entire 3rd act within a pond, what I also did not find interesting for the opera.
Daniel Barenboim conducted. A mostly German cast was impressive. Zelijko Lucic, Serbian baritone, was an exceptional Herald. René Pape,German bass, was an impressive king. Tómas Tómasson, Icelandic baritone, was Telramund and some failures. Evelyn Herlitzius, German soprano, surprised me positively as Ortrud, her harsh tone fits the character well. Annette Dasch (replacing Anja Harteros which, again, was unwilling at the last minute) was a stratospheric Elsa both scenic as vocally. Jonas Kaufmann, overwhelming in the 3rd act, sang Lohengrin perfectly.
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The transmission was poor and with interruptions. I was not impressed with the staging of Claus Guth, much appreciated on our blog. Lohengrin’s seizures were bizarre and added no value to the show. The singers (swans or not) spend almost the entire 3rd act within a pond, what I also did not find interesting for the opera.
Daniel Barenboim conducted. A mostly German cast was impressive. Zelijko Lucic, Serbian baritone, was an exceptional Herald. René Pape,German bass, was an impressive king. Tómas Tómasson, Icelandic baritone, was Telramund and some failures. Evelyn Herlitzius, German soprano, surprised me positively as Ortrud, her harsh tone fits the character well. Annette Dasch (replacing Anja Harteros which, again, was unwilling at the last minute) was a stratospheric Elsa both scenic as vocally. Jonas Kaufmann, overwhelming in the 3rd act, sang Lohengrin perfectly.
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Só vi "Lohengrin" ao vivo uma vez, no Teatro de São Carlos, e foi uma produção belíssima, com direito a Waltraud Meier e Donald McIntyre e tudo.
ResponderEliminar"Gostei" da encenação do Scala, embora muito menos que da nossa (não me lembro de quem era), talvez por ser muito melhor que os horrores de Munique e de Bayreuth.
Quando digo que gostei, é porque acho que não estragou a música. Os tremeliques de Lohengrin podem fazer algum sentido (a metamorfose); também não gostei no início, porém no final gostei. Já gostei menos da atitude de Elsa-mão-na-anca. Talvez Anja Harteros nos desse um retrato diferente da personagem. Tenho alguns problemas com Anette Dasch, embora reconheça que ela esteve bem, principalmente tendo em conta que apareceu na véspera à noite para salvar a situação. Também os tive com Telramund. A melhor surpresa, para mim, foi Herlitzius. Quanto ao Kaufmann, o "In fernem Land" foi sublime e o resto também.
Obrigado pelo seu comentário, Paulo. Também vi esse Lohengrin em São Carlos e foi a primeira vez que ouvi Waltraud Meier e não mais a esqueci, ainda sem imaginar que viria a ter a visibilidade internacional que alcançou.
EliminarEm relação às encenações, a de Munique (que vi) é, de facto horrorosa. A de Bayreuth, também é muito pouco convencional mas, confesso, não me incomodou tanto como outras que tenho visto. Mas a de ontem é claramente melhor que estas, embora também não a tenha achado particularmente interessante.
Caríssimo Paulo,
Eliminarconcordo no que à apreciação de Annette Dasch concerne. Uma intérprete relativamente sólida, não obstante, a insistente ostenção de um timbre algo baço e uma afinação suspeita.
Aquando da sua estreia em São Carlos (1989), Waltraud Meier perfilava-se enquanto um dos mais fúlgidos astros da constelação operática de então. Kundry em Bayreuth desde 1983, havia-se estreado, em 1987, na Ópera de Viena, encarnando essa mesma personagem, papel que lhe franqueou, igualmente, as portas de Covent Garden (1988).
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