(text in English below)
Bayreuth – o Festival
Assistir a várias óperas do Festival foi o que me trouxe a Bayreuth. O Festspielhaus (o teatro) é imponente e, como tudo o resto, está perfeitamente enquadrado numa área arborizada e cheia de flores, sem outros edifícios à volta.
O interior é grande e austero.
O exterior está rodeado por locais onde, durante os intervalos de 1 hora, o público pode adquirir bebidas (desde água a champanhe) e alimentos, sobretudo as famosas salsichas no pão. Todos têm que sair do teatro e nos jardins circundantes há bancos.
Há também várias placas alusivas ao passado do Festival e seus intervenientes, e uma das muitas estátuas de Wagner da cidade.
Os nomes das ruas mais próximas do local (mas também um pouco por toda a cidade) são bem sugestivos da importância do festival para a cidade.
O público maioritariamente veste-se a rigor – os homens de smoking e as senhoras de vestido comprido e adereços vistosos. Também há quem se apresente de forma mais casual, mas são uma minoria. Dominam os mais idosos, vêem-se poucos jovens.
Antes de começar cada acto, uma fanfarra assinala por 3 vezes o tempo até ao início (15 minutos, 10 minutos, 5 minutos). A identificação de cada membro do público é rigorosamente verificada através da apresentação do bilhete e de um documento de identificação.
No interior do teatro, não se vê a orquestra, está totalmente sob o palco. Não há legendas (nem em alemão) e não há ar condicionado. O calor é, frequentemente, excessivo. A acústica é fabulosa!
Como é habitual na Alemanha, o público tem um comportamento exemplar durante o espectáculo. Não tocam telemóveis, não há outros ruídos e quase não há tosses. E é um público conhecedor, muito exuberante quer nos aplausos do que gosta, quer nas vaias do que não gosta. Assisti às duas situações e foi talvez neste teatro que ouvi quer os aplausos mais esfuziantes, quer os protestos mais ruidosos, dirigidos a maestros, cantores e, sobretudo, encenadores, o que não deixa de ser um sinal de qualidade.
Já anteriormente escrevi as minhas impressões sobre as 7 óperas que tive oportunidade de ver. Termino recordando que esta foi a minha primeira deslocação a Bayreuth. Deixo um apontamento final sobre os aspectos que considerei mais negativos e mais positivos:
- Calor excessivo dentro do teatro.
- Falta de legendas (mesmo em alemão).
- Algum desconforto dos assentos.
- Preço elevado dos bilhetes (tendo em comparação a prática habitual na Alemanha).
- Algumas produções “desafiantes”.
- Viagem até Bayreuth e regresso.
Os mais positivos:
- Ouvir-se Wagner em todo o seu esplendor!
- Acústica fabulosa.
- Qualidade dos intérpretes (orquestra, maestro, coro, cantores).
- Comportamento do público, conhecedor e exigente.
- Mística do local e envolvência.
- Organização.
- Cidade jardim de uma beleza, asseio e segurança exemplares.
- Alimentação de qualidade e a bom preço.
Também gostava de ir a Bayreuth um dia. Está nos meus planos e um dia será. Fala da viagem como sendo um motivo negativo. Porquê? Obrigado
ResponderEliminarFazendo a opção pela via mais barata (e é de facto muito barato, 9 Euros para todos os comboios regionais e demais transportes públicos durante um mês!) e indo por Munique (que dista mais de 200 Km de Bayreuth), há que apanhar 3 comboios (ou similar), um do aeroporto à estação central de Munique, outro desta a Nuremberga e outro de Nuremberga a Bayreuth. Com bagagem e com calor, torna-se muito maçador.
EliminarObrigado pela explicação que já havia dado mas que só depois li.
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