quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Ir ao Festival de Bayreuth – uma experiência (1ª parte) / Going to the Bayreuth Festival – an experience (1st part)

(Text in English below)

Ao fim de muito tempo e depois de 8 anos para conseguir bilhetes fui pela primeira vez ao Festival de Bayreuth (na verdade teriam sido 6, mas a pandemia levou ao cancelamento do festival em 2020 e, como tinha bilhetes para o Anel e este só foi levado à cena em 2022, acabaram por ser 8).

A viagem

Como a classifica um grande amigo fanático por Wagner, é uma peregrinação! Optando pela forma mais barata, inclui um voo de Lisboa para Munique e 3 trajectos de comboio (aeroporto de Munique para a cidade, Munique para Nuremberg e Nuremberg para Bayreuth). Actualmente, compre-se na internet por 9 Euros um passe válido que permite viajar em todos os comboios regionais e nos outros meios de transporte (autocarros, eléctricos) durante um mês!!

(a primeira vista da "catedral" logo após chegar à estação de comboios)

No meu caso um grande contratempo deveu-se à TAP que poucas semanas antes cancelou o voo matinal, colocou-me num voo a meio da tarde, que saiu uma hora atrasado, por isso cheguei ao início da noite a Munique e tive que dormir na cidade, com uma despesa adicional desnecessária de uma noite de hotel.

Bayreuth – o hotel e a alimentação

Há um número muito elevado e variado de hotéis que, neste período do ano, estão maioritariamente ocupados por frequentadores do Festival. 

Era o que acontecia no hotel em que fiquei, Hotel / Restaurante Lohmühle, de 3 estrelas, um alojamento excelente em asseio, instalações, simpatia do pessoal e com um pequeno almoço fantástico em qualidade e variedade. Tinha ainda as vantagens de organizar um transporte para o Festival (ida e volta) e de servir refeições depois de terminados os espectáculos.


Na Alemanha, as salsichas no pão são típicas (e boas!). Também gosto da palavra por baixo de Bratwürste!

No centro da cidade há muitos locais onde, pela noite dentro, se pode facilmente jantar ou apenas beber uma das dezenas de cervejas locais, sem dúvida das melhores da Europa (e mais baratas que a água engarrafada). 

Um desses locais mais típicos é o “Oskar”.


Bayreuth – a cidade

Conheço relativamente bem algumas cidades alemãs, por isso o choque da diferença para as cidades portuguesas não foi tão grande. Fiquei muito bem impressionado com Bayreuth, cidade pequena e muito acolhedora, com uma arquitectura bonita, típica da Baviera. 





O esplendor dos seus monumentos mais relevantes deve-se a Guilhermina da Prússia (meados Séc. XVIII) e, muito mais tarde, a Richard Wagner com a construção do Festspielhaus.

O Palácio Ermitage, complexo com várias fontes, lagos, templo do sol e outros.








O Palácio novo (Neues Schloss).


A Ópera barroca Margravial, património da Humanidade pela UNESCO. Fachada discreta, mas esplendorosa no interior.





O Museu Richard Wagner, na Villa Wahnfried, residência do compositor nos seus últimos anos e onde está sepultado com Cosima. No auditório do seu interior tive oportunidade de assistir a uma aula (masterclass) a 4 jovens cantores (canadianos) com vozes fantásticas – uma experiência única!


A Igreja da Cidade (Stadtkirche) de 1194, renovada após incêndio em 1611 grande, austera como todas as igrejas protestantes, com órgão imponente e belo altar principal.




O magnífico Castelo Antigo (Alte Schloss), reconstruído em 1753 após incêndio, mesmo no centro da cidade, sede de vários departamentos governamentais, e a Igreja do Castelo (Schlosskirche).



O mastro também no centro da cidade.


E outras igrejas, algumas modernas e parques.





A segurança é total. O asseio é impressionante! Não se vê um papel no chão, tudo arrumado, parece que acabou de ser limpo, mas não se vê ninguém a limpar. As pessoas simplesmente não sujam, comportam-se como se estivessem nas suas casas. 

E nunca vi uma cidade com tantas flores, é um jardim gigante, não há recanto que não esteja florido e com gosto. Uma maravilha! 







Finalmente, o Festspielhaus será o tema da 2ª parte.


Going to the Bayreuth Festival – an experience (1st part)

After a long time and after 8 years to get tickets, I went to the Bayreuth Festival for the first time (actually it would have been 6, but the pandemic led to the cancellation of the festival in 2020 and, as I had tickets for the Ring and this was only brought to the scene in 2022, turned out to be 8).

The trip

As a great friend Wagner fanatic puts it, it's a pilgrimage! Opting for the cheapest way, it includes a flight from Lisbon to Munich and 3 train journeys (Munich airport to the city, Munich to Nuremberg and Nuremberg to Bayreuth). Currently, buy a valid ticket online for 9 Euros that allows you to travel on all regional trains and other means of transport (buses, trams) for a month!!

(the first sight of the "cathedral" just after arriving at the train station)

In my case, a major setback was due to TAP (Portuguese airlines), which a few weeks earlier canceled the morning flight, put me on a mid-afternoon flight, which left one hour late, so I arrived in Munich in the early evening and had to sleep in the city, with the unnecessary extra expense of a hotel night.

Bayreuth – the hotel and the food

There is a very high and varied number of hotels that, at this time of year, are mostly occupied by Festival goers. This is what happened in the hotel I stayed in, Hotel / Restaurant Lohmühle, 3 stars, an excellent accommodation in cleanliness, facilities, friendly staff and a fantastic breakfast in quality and variety. It also had the advantages of organizing transport to the Festival (round trip) and serving meals after the shows.


In Germany, sausages on bread are typical (and good!). I also like the word underneath Bratwürste!


In the city center there are many places where, late into the night, you can easily have dinner or just drink one of the dozens of local beers, undoubtedly the best in Europe (and cheaper than bottled water).

One of these most typical places is “Oskar”.

Bayreuth – the city

I know some German cities relatively well, so the shock of the difference to Portuguese cities was not so great. I was very impressed with Bayreuth, a small and very welcoming city, with beautiful architecture, typical of Bavaria.

The splendor of its most important monuments is due to Wilhelmina of Prussia (mid-eighteenth century) and, much later, to Richard Wagner with the construction of the Festspielhaus.

The Ermitage Palace, complex with several fountains, lakes, temple of the sun and others.

The New Palace (Neues Schloss).

The baroque Opera Margravial, a UNESCO World Heritage Site. Discreet facade, but splendid on the inside.

The Richard Wagner Museum, at Villa Wahnfried, the composer's residence in his final years and where he is buried with Cosima. In the auditorium inside I had the opportunity to attend a masterclass with 4 young singers (Canadian) with fantastic voices – a unique experience!

The Town Church (Stadtkirche) from 1194, renovated after a fire in 1611, is austere like all Protestant churches, with an imposing organ and a beautiful main altar.

The magnificent Old Castle (Alte Schloss), rebuilt in 1753 after fire, right in the center of the city, seat of several government departments, and the Castle Church (Schlosskirche).

The mast also in the city center.

And other churches, some modern.

Security is complete. The cleanliness is impressive! You don't see a paper on the floor, everything is tidy, it looks like it's just been cleaned, but you don't see anyone cleaning it. People just don't get dirty, they behave as if they were at home.

And I've never seen a city with so many flowers, it's a giant garden, there's no corner that isn't blooming. Wonderful!


Finally, the Festspielhaus will be the theme of the 2nd part.



2 comentários:

  1. Muito bem! Grande reportagem, eu não faria certamente melhor. Bayreuth parece muito vazia, ou esteve à espera da hora da sesta para fotos? Só um reparo: a Stadtkirche gótica não data de 1194 (essa foi destruída) mas de 1495, gótico tardio. É bem bonita. Obrigado, não conhecia nem nunca irei a Bayreuth...

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    1. Obrigado pela sua simpatia, mas nunca chegarei à qualidade das suas reportagens! A maioria das fotos foram tiradas de manhã cedo, ou a horas com menos gente. Como estive 8 dias e a cidade é pequena, tive várias oportunidades para o fazer. E agradeço a correcção em relação à data da construção da Stadtkirche. Escrevi o que estava no folheto (em alemão!) local, mas tem toda a razão, a de 1194 foi destruída e, posteriormente, substituída pela actual.

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