sexta-feira, 17 de abril de 2020

COSÌ FAN TUTTE, METropolitan Opera, Fevereiro / February 2020



(review in English below)

A encenação de Phelim McDermott da ópera Così fan Tutte de Mozart coloca a acção num parque de diversões inspirado na Coney Island em Nova Iorque nos anos 1950.


Apesar de diferente, é um espectáculo muito bem conseguido, dinâmico, cheio de momentos cómicos, com as cenas a alternarem entre um motel e o parque. Logo no início, de um baú do mágico, saem muitas personagens das múltiplas atracções do parque com painéis com palavras que, alternando entre si as posições, constroem várias frases que definem o que vai acontecer.

A orquestra foi estupenda, sob a competente direcção do maestro Harry Bicket.



Os cantores, jovens e dinâmicos em palco, tiveram desempenhos excelentes, foram todos de grande qualidade e a música de Mozart e o libreto de Lorenzo da Ponte fizeram o resto.

O tenor Ben Bliss foi um Ferrando de voz suave e melodiosa e o seu momento alto foi a ária Una aura amorosa.



O barítono Luca Pisaroni interpretou o Guglielmo de forma viril e com voz potente e sempre afinada, a par de uma componente cénica excelente.



Don Alfonso foi o barítono Gerald Finley, quase maquiavélico, também detentor de uma excelente voz e óptima presença. A encenação também o ajuda muito.



A soprano Nicole Car fez uma Fiordiligi fabulosa, para mim a melhor da noite, embora dentro de um conjunto excelente. Tem um timbre belíssimo e foi muito emotiva na interpretação. No 1º acto foi notável na ária Come scoglio e comovente na Per pieta do 2º.



Também fantástica foi a mezzo Serena Malfi como Dorabella. Voz bonita, afinada e excelente presença cénica.



A Despina de Heidi Stober foi o elemento feminino mais cómico, como é esperado, e esta encenação ajuda muito. Também cantou muito bem, sempre agradável e sobre a orquestra, e mostrou uma versatilidade assinalável.


Um excelente espectáculo.






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COSÌ FAN TUTTE, METropolitan Opera, February 2020

Phelim McDermott's production of Mozart's Così fan Tutte opera brings the action in a Coney Island-inspired amusement park in New York in the 1950s.
Although different, it is a very successful show, dynamic, full of humorous moments, with scenes alternating between a motel and the park. Right at the beginning, from a magician's chest, many characters of the park's multiple attractions come out with panels with words that, alternating positions between themselves, construct several sentences that define what will happen.

The orchestra was wonderful, under the competent direction of maestro Harry Bicket.

The singers, young and dynamic on stage, had excellent performances, they were all of great quality and Mozart's music and Lorenzo da Ponte's libretto did the rest.

Tenor Ben Bliss was a Ferrando with a soft and melodious voice and his top moment was the aria Una aura amorosa.

Baritone Luca Pisaroni interpreted Guglielmo in a manly manner and with a powerful and always in tune voice, along with an excellent scenic component.

Don Alfonso was baritone Gerald Finley, almost machiavellian, who also had an excellent voice and great presence. The staging also helps him a lot.

Soprano Nicole Car was a fabulous Fiordiligi, for me the best of the night, although within an excellent set. She has a beautiful tone and was very emotional in the interpretation. In the first act, she was notable in the aria Come scoglio and touching in Per pieta in the second act.

Also fantastic was mezzo Serena Malfi as Dorabella. Beautiful, tuned voice and excellent stage presence.

Despina by Heidi Stober was the most comical female element, as expected, and this staging helps a lot. She also sang very well, always pleasant and above the orchestra, and showed remarkable versatility.

An excellent show.

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