(review in English below)
Tive oportunidade
de ver a “velhinha” encenação de Elijah
Moshinsky da ópera Simon Boccanegra
de Verdi na Royal Opera House. É clássica, explícita e muito bonita.
O espectáculo foi
dirigido pelo jovem maestro húngaro Henrik
Nánási que fez um bom trabalho, muito atento aos cantores e impondo
andamentos correctos para a acção.
Os cantores solistas
foram todos excelentes. Um dos melhores foi Carlos Alvarez como Simon Boccanegra. Tem um barítono verdiano excelente,
potente e de timbre muito agradável.
Teve um desempenho irrepreensível em palco, transbordando emoções nas
diferentes partes e terminando, ao mais alto nível, quando morre envenenado.
Continuando nas
vozes graves, Ferruccio Furlanetto,
mais uma vez, impôs o seu instrumento de forma inigualável. É um baixo de fazer
tremer o chão, com uma potência invulgar e uma beleza assinalável. No 3º acto,
o diálogo reconciliatório com o Boccanegra foi de arrepiar.
O tenor Francesco Meli foi um óptimo Gabriele
Adonno. Tem um timbre bonito e ofereceu-nos uma interpretação marcante em
qualidade e expressividade vocais.
A Amelia Grimaldi
da soprano Hrachuhi Bassenz tem uma
voz algo baça mas nem por isso deixou de ter uma interpretação superior. Cantou
sempre de forma bem audível, sem gritar e sem perder qualidade em todos os
registos. Foi, contudo, bastante estática em palco.
Mark Rucker também esteve bem como Paolo Albiani,
o mesmo
aconteceu com Simon Shimbambu como
Pietro.
Um Simon
Boccanegra de grande qualidade na Royal Opera.
****
SIMON
BOCCANEGRA, Royal Opera House, December 2018
I had the
opportunity to see Elijah Moshinsky's
"old" staging of Verdi's
opera Simon Boccanegra at the Royal Opera House. It is classic,
explicit and very beautiful.
The
performance was conducted by young Hungarian conductor Henrik Nánási who did a good job, very attentive to the singers and
imposing correct paces for the action.
The soloist
singers were all excellent. One of the best was Carlos Alvarez as Simon Boccanegra. He has an excellent verdian
baritone, powerful and very pleasant timbre. He had an irreproachable
performance on stage, overflowing emotions in different parts and ending at the
highest level when he dies poisoned.
Continuing
in the low voices, Ferruccio Furlanetto,
once again, imposed his unsurpassed instrument. It is a bass to shake the
floor, with an unusual power and remarkable beauty. In the 3rd act, the
reconciliation dialogue with Boccanegra was thrilling.
Tenor Francesco Meli was a great Gabriele
Adonno. He has a beautiful timbre and offered us a remarkable performance in
vocal quality and expressiveness.
Amelia
Grimaldi of soprano Hrachuhi Bassenz
has a somewhat opaque voice but nevertheless had a superior interpretation. She
always sang very audibly, without shouting and without losing quality in all
registers. She was, however, quite static on stage.
Mark Rucker was also very well as Paolo Albiani, the same
happened with Simon Shimbambu as
Pietro.
A fine
Simon Boccanegra at the Royal Opera.
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