A ópera Tosca é uma das minhas favoritas de G. Puccini e, mais uma vez, tive
oportunidade de a ver e de assistir a um espectáculo de qualidade superior,
desta vez na Metropolitan Opera de
Nova Iorque.
A encenação de David McVicar é espectacular, com
cenários sumptuosos, muito respeitadora da obra de Puccini. Um regalo também
para os olhos. Veio substituir a anterior de Luc Bondy que teve vida curta
porque era muito feia e, por estas partes, o eurotrash não é bem acolhido.
O maestro Bertrand de Billy foi excelente na
direcção musical. Tempos correctos, muita emotividade na música e total
respeito pelos cantores. A Orquestra da Metropolitan Opera e os Coros
fantásticos também.
Na protagonista tivemos
o privilégio de ver e ouvir Anna
Netrebko. Já atingiu o estatuto em que é aplaudida logo que entra em cena,
ainda antes de cantar. E, simplesmente... arrasou! A voz está muito mais
encorpada mas mantém a invulgar beleza que sempre a caracterizou. O volume é
muito maior e as notas agudas continuam fabulosas. É um privilégio poder ouvir
a Netrebko, sem dúvida uma das melhores cantoras de ópera de sempre.
No papel de
Cavaradossi esteve o tenor uzbeque Najmiddin Mavlyanov que não conhecia. Jovem e muito ágil em cena, cantou com grande categoria.
O timbre não é particularmente bonito mas o cantor é muito expressivo e mantém
a qualidade interpretativa em todos os registos. Foi uma agradável surpresa.
O Scarpia do
baritono Željko Lučić foi um pouco estático,
mas cumpriu perfeitamente a figura de vilão. O cantor tem uma voz grande e
bonita, foi sempre bem audível e nos duetos com a Netrebko não destoou.
Nos papéis secundários, todos bem
interpretados, Patrick Carfizzi foi o Sacristão, Christian Zaremba o Cesare Angelotti, e Brenton Ryan o Spoletta.
Mas a noite foi
de Anna Netrebko e de todos os que puderam desfrutar deste magnífico
espectáculo.
*****
TOSCA, METropolitan
Opera, New York, May 2018
The opera Tosca by G. Puccini is one of my favorites and once again I had the
opportunity to see it and to see a performance of superior quality, this time
at the Metropolitan Opera in New
York.
The staging
by David McVicar is spectacular,
with sumptuous settings, very respectful of Puccini's work. A gift also for the
eyes. It came to replace the previous one by Luc Bondy that had short life
because it was very ugly and, in this opera house, the eurotrash is not
welcomed.
Maestro
Bertrand de Billy was excellent in the musical direction. Right tempi, lots of emotion in music and
total respect for the singers. The Orchestra of the Metropolitan Opera and the
fantastic Choirs too.
In the
protagonist we had the privilege of seeing and hearing Anna Netrebko. She has already reached the status in which she is
applauded as soon as she enters the scene, even before singing. And, she just
... smashed! The voice is much stronger but maintains the unusual beauty that
has always characterized her. The volume is much higher and the high notes
remain fabulous. It is a privilege to be able to listen to Netrebko,
undoubtedly one of the best opera singers ever.
In the role
of Cavaradossi was the Uzbek tenor Najmiddin
Mavlyanov who I did not know. Young and very agile on stage, he sang with
great class. The timbre is not particularly beautiful but the singer is very
expressive and maintains the interpretive quality in all registers. It was a
pleasant surprise.
Scarpia
from baritone Željko Lučić was a
little static, but perfectly fulfilled the figure of the villain. The singer
has a great and beautiful voice, was always well audible and in the duets with
Netrebko was very good.
In the
secondary roles Patrick Carfizzi was
the sacristan, Christian Zaremba was
Cesare Angelotti, and Brenton Ryan was
Spoletta.
But the
night was Anna Netrebko´s and everyone who could enjoy this magnificent
performance.
*****
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