domingo, 10 de junho de 2018

TOSCA, METropolitan Opera, New York, Maio / May 2018



 (review in English below)

A ópera Tosca é uma das minhas favoritas de G. Puccini e, mais uma vez, tive oportunidade de a ver e de assistir a um espectáculo de qualidade superior, desta vez na Metropolitan Opera de Nova Iorque.



A encenação de David McVicar é espectacular, com cenários sumptuosos, muito respeitadora da obra de Puccini. Um regalo também para os olhos. Veio substituir a anterior de Luc Bondy que teve vida curta porque era muito feia e, por estas partes, o eurotrash não é bem acolhido.



O maestro Bertrand de Billy foi excelente na direcção musical. Tempos correctos, muita emotividade na música e total respeito pelos cantores. A Orquestra da Metropolitan Opera e os Coros fantásticos também.



Na protagonista tivemos o privilégio de ver e ouvir Anna Netrebko. Já atingiu o estatuto em que é aplaudida logo que entra em cena, ainda antes de cantar. E, simplesmente... arrasou! A voz está muito mais encorpada mas mantém a invulgar beleza que sempre a caracterizou. O volume é muito maior e as notas agudas continuam fabulosas. É um privilégio poder ouvir a Netrebko, sem dúvida uma das melhores cantoras de ópera de sempre.



No papel de Cavaradossi esteve o tenor uzbeque Najmiddin Mavlyanov que não conhecia. Jovem e muito ágil em cena, cantou com grande categoria. O timbre não é particularmente bonito mas o cantor é muito expressivo e mantém a qualidade interpretativa em todos os registos. Foi uma agradável surpresa.


O Scarpia do baritono Željko Lučić foi um pouco estático, mas cumpriu perfeitamente a figura de vilão. O cantor tem uma voz grande e bonita, foi sempre bem audível e nos duetos com a Netrebko não destoou.



Nos papéis secundários, todos bem interpretados, Patrick Carfizzi foi o Sacristão, Christian Zaremba o Cesare Angelotti, e Brenton Ryan o Spoletta.




Mas a noite foi de Anna Netrebko e de todos os que puderam desfrutar deste magnífico espectáculo.







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TOSCA, METropolitan Opera, New York, May 2018

The opera Tosca by G. Puccini is one of my favorites and once again I had the opportunity to see it and to see a performance of superior quality, this time at the Metropolitan Opera in New York.

The staging by David McVicar is spectacular, with sumptuous settings, very respectful of Puccini's work. A gift also for the eyes. It came to replace the previous one by Luc Bondy that had short life because it was very ugly and, in this opera house, the eurotrash is not welcomed.

Maestro Bertrand de Billy was excellent in the musical direction. Right tempi, lots of emotion in music and total respect for the singers. The Orchestra of the Metropolitan Opera and the fantastic Choirs too.

In the protagonist we had the privilege of seeing and hearing Anna Netrebko. She has already reached the status in which she is applauded as soon as she enters the scene, even before singing. And, she just ... smashed! The voice is much stronger but maintains the unusual beauty that has always characterized her. The volume is much higher and the high notes remain fabulous. It is a privilege to be able to listen to Netrebko, undoubtedly one of the best opera singers ever.

In the role of Cavaradossi was the Uzbek tenor Najmiddin Mavlyanov who I did not know. Young and very agile on stage, he sang with great class. The timbre is not particularly beautiful but the singer is very expressive and maintains the interpretive quality in all registers. It was a pleasant surprise.

Scarpia from baritone Željko Lučić was a little static, but perfectly fulfilled the figure of the villain. The singer has a great and beautiful voice, was always well audible and in the duets with Netrebko was very good.

In the secondary roles Patrick Carfizzi was the sacristan, Christian Zaremba was Cesare Angelotti, and Brenton Ryan was Spoletta.

But the night was Anna Netrebko´s and everyone who could enjoy this magnificent performance.

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