(text in English below)
Uma das operas
mais interpretadas de G. Donizetti, L’Elisir d’Amore esteve em cena na Metropolitan Opera, na encenação de Bartlett Sher. O espectáculo é visualmente agradável, convencional e,
sendo uma opera cómica, esta componente é atingida sem grande brilho ou
originalidade. Fica muito aquém da encenação de Laurent Pelly da Royal Opera
House de Londres, comentada aqui, essa sim, uma obra prima.
A direcção musical, correcta, foi do maestro venezuelano Domingo Hindoyan.
Os solistas foram
excelentes. A Adina foi a soprano sul-africana Pretty Yende. É uma das cantoras líricas que mais aprecio na
actualidade porque tem tudo o que é necessário para interpretações
electrizantes. A voz é fresca, cristalina, de uma beleza assombrosa e a cantora
usa-a na perfeição, em todos os registos, nunca gritando e oferecendo-nos
agudos generosos e luminosos. A figura ajuda muito, a Yende é jovem, alta,
elegante e bonita. Que mais se poderia esperar? Fantástica!
O tenor
norte-americano Matthew Polenzani
fez uma magnífica interpretação do Nemorino. Nem sempre gostei de o ouvir no
passado, mas este papel é dos mais adequados às suas características vocais e
ouve-se bem a diferença. Foi emotivo, convincente e cantou sempre afinado. Em
cena perde um pouco porque está pesado e velho para o papel, sobretudo ao
contracenar com a Yende.
O Belcore do barítono
italiano Davide Luciano foi também
muito bom, bem interpretado, cómico e eficazmente cantado.
Também o baixo-barítono
italiano Ildebrando d’Arcangelo
cantou o Dr. Dulcamara de forma vocalmente marcante. A voz é poderosa e
afinada, mas a encenação não lhe permite brilhar nesta que é uma das
personagens mais cómicas da ópera.
A Gianetta da soprano norte-americana Ashley Emerson foi discreta, mas não
perturbou a excelência do espectáculo.
Foi pena a encenação não ter sido
melhor.
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L'ELISIR
D'AMORE, METropolitan Opera, February 2018
One of the
most played operas by G. Donizetti, L'Elisir d'Amore was on stage at the Metropolitan Opera, in the staging of Bartlett Sher. The show is visually
pleasing, conventional and, being a comic opera, this component is achieved
without great brilliance or originality. It falls far short of the staging of
Laurent Pelly of the Royal Opera House in London, commented here, that one yes,
a masterpiece.
The musical
direction was correct, by the Venezuelan maestro Domingo Hindoyan.
The
soloists were excellent. Adina was the South African soprano Pretty Yende. She is one of the lyrical
sopranos that I appreciate more at the present time because she has everything
that is necessary for electrifying interpretations. The voice is fresh,
crystalline, of astonishing beauty and the singer uses it perfectly, in all
registers, never shouting and offering us generous and luminous top notes. The
figure helps a lot, Yende is young, tall, elegant and beautiful. What more
could one expect? Fantastic!
American
tenor Matthew Polenzani did a magnificent
interpretation of Nemorino. I have not always enjoyed listening to him in the
past, but this role suits his vocal characteristics and we hear the difference.
He was emotional, convincing and sang always in tune. On stage, he loses a
little because he's heavy and old for the part, especially when he's working
with Yende.
Belcore of
the Italian baritone Davide Luciano
was also very good, well interpreted, humorous and effectively sung. Also
Italian bass-baritone Ildebrando
d'Arcangelo sang Dr. Dulcamara in a vocally striking way. The voice is
powerful and in tune, but the staging does not allow him to shine in one of the
most comic characters of the opera. Gianetta of American soprano Ashley Emerson was discreet, but did
not disturb the excellence of the shew. It was pity the staging was not better.
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Já agora,ninguém dos contribuidores fanáticos foi ao São Carlos ver o Idomeneo? Estão-me a decepcionar?
ResponderEliminarSou um fanático de ópera e gosto de saber o que se passa lá fora, mas não posso ir a N. Iorque ou Berlim etc porque a minha carteira não aguenta a despesa. Tenho de me limitar a Portugal. Infelizmente, aqui neste blogue, dá-se pouca atenção ao que se passa cá dentro neste domínio. Ou só o que se faz lá fora é que é bom?
Brevemente terá neste blogue um texto sobre o Idomeneo.
ResponderEliminarVou gostar de saber a sua opinião sobre o Idomeneo do São Carlos. Se está de acordo com a minha. Muito obrigado!
ResponderEliminarNão será a minha, mas a de outro fanático!
EliminarCumprimentos
Caro Manuel, já poderá ler uma opinião sobre a récita de sexta-feira do Idomeneo no TNSC. Como compreenderá e saberá, não somos profissionais da área e este blogue funciona como meio de partilha do prazer que a ópera dá aos seus colaboradores. Por isso, nem sempre será possível escrever uma entrada de imediato. Mas agradeço muito o seu interesse e entuasiasmo e rogo-lhe, por isso, que tenha paciência. Saudações
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarConcerteza. Cumprimentos e muito obrigado!
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