sábado, 24 de fevereiro de 2018

LA BOHÈME, METropolitan Opera, Fevereiro / February 2018

(text in English below)

A bonita encenação de Franco Zeffirelli de La Bohème de G. Puccini, embora já um pouco datada, continua em cena na Metropolitan Opera e é sempre aplaudida pelo público. Já foi várias vezes comentada neste blogue, pelo que não o vou fazer de novo.



O Maestro Marco Armiliato dirigiu a magnífica Orquestra da Metropolitan Opera sem se preocupar com os cantores, o que vem sendo um (mau) hábito nas suas participações.



A soprano búlgara Sonya Yoncheva fez uma Mimi vocalmente irrepreensível. É um soprano lírico impressionante, de timbre bonito, não grita e interpreta com igual qualidade todos os registos vocais. Esteve particularmente bem no primeiro e terceiro actos, onde tem maiores intervenções. Cenicamente esteve um pouco aquém do desejável, sobretudo no último acto.


O Rodolfo foi interpretado pelo tenor norte-americano Michael Fabiano. A voz é volumosa, lírica e bem colocada, mas a emissão é irregular, alternando períodos de excelência com outros de menor qualidade. Também ele não esteve a nível superior na interpretação cénica, que cumpriu sem deslumbrar.



O Marcello do barítono norte-americano Lucas Meachem foi regular na interpretação cénica e vocal. Esteve bem, mas já assisti a interpretações muito superiores.



A mezzo norte-americana Susanna Phillips fez uma Musetta divertida e muito expressiva. Interpretação cénica agradável e vocalmente esteve aceitável. A encenação ajuda muito.



Nas interpretações secundárias o Schaunard do barítono russo Alexey Lavrov cumpriu sem deslumbrar, o Benoit (e o Alcindoro) do baixo norte-americano Paul Plishka foi regular e o Colline do baixo inglês Matthew Rose foi correcto mas não empolgante.

Um bom espectáculo, sobretudo à custa da encenação e da interpretação da Sonya Yoncheva.







****


LA BOHÈME, METropolitan Opera, February 2018

Franco Zeffirelli's fine staging of La Bohème by G. Puccini remains on stage at the Metropolitan Opera and is always applauded by the public. It has been commented on this blog several times before, so I will not do it again.

Maestro Marco Armiliato directed the magnificent Orchestra of the Metropolitan Opera without worrying about the singers, which has been a (bad) habit in his recent directions.

Bulgarian soprano Sonya Yoncheva made a vocally irreproachable Mimi. She is an impressive lyric soprano, of beautiful timbre, does not shout and interprets with equal quality all vocal records. She was particularly well in the first and third acts, where she has major interventions. On stage she was a little below the desirable, especially in the last act.

Rodolfo was played by American tenor Michael Fabiano. The voice is voluminous, and lyrical, but the emission is irregular, alternating periods of excellence with others of lower quality. Also he was not at the higher level in the scenic interpretation, which he fulfilled without dazzling.

Marcello of the American baritone Lucas Meachem was regular in the scenic and vocal interpretation. He was good, but I've seen much better performances.

American mezzo Susanna Phillips was a fun and very expressive Musetta. She was vocally acceptable and the stage performance was fine. Zeffirelli’s staging helps a lot.

In supporting roles Schaunard of Russian baritone Alexey Lavrov was ok, Benoit (and Alcindoro) of Paul Plishka was regular and Colline of English bass Matthew Rose was correct but not exciting.

A good performance, especially at the expense of the staging and the performance of Sonya Yoncheva.


****

Sem comentários:

Enviar um comentário