quarta-feira, 9 de agosto de 2017

DON CARLO, Royal Opera House, Londres / London, Maio / May de 2017


(review in english below)

aqui foi comentada esta produção do Don Carlo de Verdi que tive oportunidade de rever na Royal Opera House. A encenação de Nicholas Hynter é muito boa o que ajuda muito ao espectáculo, embora o auto-da-fé tenha sido muito modificado, para pior.

O maestro foi Bertrand de Billy não foi empolgante e ofereceu-nos uma direcção frouxa da orquestra que, como o coro, estiveram ao mais alto nível.



Carlos foi interpretado pelo tenor americano Bryan Hymel e foi um dos melhores da noite. A voz é magnífica, timbre muito bonito, agudos longos, excelentes e interpretação emotiva.

A Elizabeth foi o soprano americano Kristin Lewis (que substituiu Krassimira Stoyanova) e ficou aquém das minhas elevadas expectativas. A cantora tem uma boa presença cénica, mas a voz não tem um timbre bonito e a emissão foi, por vezes, irregular. Fez-se sempre ouvir mas, quando cantou em forte, a voz saiu áspera e gritada. A ROH não acerta numa Elizabeth ao mais alto nível!

O Rodrigo foi a melhor surpresa da noite. Foi interpretado pelo barítono alemão Christoph Pohl (que desconhecia e substituindo Ludovic Tézier). O cantor tem uma voz magnífica, um timbre de invulgar beleza e foi excelente na forma convincente e apaixonada como interpretou a personagem. Um nome a seguir com atenção.

O mezzo russo Ekaterina Semenchuk foi uma Eboli que, no início, começou algo reservada, com alguma dificuldade na coloratura da ária inicial, mas cresceu e terminou em grande com um O Don Fatale excelente na interpretação cénica e vocal.

Quanto aos baixos houve grandes diferenças. O russo Ildar Abdrazakov foi um Filipe II excelente, a voz é magnífica, a interpretação também o foi e o desempenho cénico irrepreensível. Mas o cantor é muito jovem para o papel e, mesmo caracterizado, é notória a juventude. Foi brilhante na ária Ella giammai m’amo.
Já o Grande Inquisidor do georgiano Paata Burchuladze foi uma desgraça, dado que o cantor praticamente não tem voz! Foi uma pena este papel não ter sido atribuído ao jovem italiano Andrea Mastroni que interpretou ao mais alto nível o curto papel de Carlos V. A inversão dos intérpretes teria melhorado substancialmente a récita.







Mas, no cômputo final, foi um muito bom espectáculo.

****


DON CARLO, Royal Opera House, London, May 2017

This production of Don Carlo by Verdi that I had the opportunity to review at the Royal Opera House was commented here. Nicholas Hynter's staging is very good which helps the show a lot, although auto-da-fé has been greatly modified, for the worse.

The conductor, Bertrand de Billy, was not exciting and offered us a loose direction of the orchestra that, like the choir, were at the highest level.

Carlos was sung by American tenor Bryan Hymel and he was one of the best of the night. The voice is magnificent, very beautiful timbre, long, excellent top notes and emotive interpretation.

Elizabeth was American soprano Kristin Lewis (who replaced Krassimira Stoyanova) and fell short of my high expectations. The singer has a good stage presence, but the voice does not have a beautiful timbre and the emission was sometimes irregular. She always made herself heard, but when she sang in forte, her voice was rough and shrieked. ROH does not hit an Elizabeth at the highest level!

Rodrigo was the best surprise of the night. He was interpreted by the German baritone Christoph Pohl (unknown for me and replacing Ludovic Tézier). The singer has a magnificent voice, a timbre of unusual beauty and was excellent in the convincing and passionate way he played the character. A name to follow closely.

Russian mezzo Ekaterina Semenchuk was an Eboli who, at first, began somehow reserved, with some difficulty in the coloratura of the initial aria, but grew and finished in great with an excellent O Don Fatale both in stage and vocal interpretation.

As for the basses there were big differences. Russian Ildar Abdrazakov was an excellent Philip II, the voice is magnificent, the interpretation was as well, and the performance excellent. But the singer is too young for the role and even characterized, his youth is notorious. He was brilliant in the aria Ella giammai m'amo.
The Grand Inquisitor of the Georgian Paata Burchuladze was a disgrace, since the singer has practically no voice! It was a shame this role was not attributed to the young Italian Andrea Mastroni who interpreted at the highest level the short role of Charles V. The inversion of the interpreters would have substantially improved the recital.

But it was a very good performance.


****

Sem comentários:

Enviar um comentário