(review in english below)
Já aqui foi comentada esta produção do Don
Carlo de Verdi que tive
oportunidade de rever na Royal Opera
House. A encenação de Nicholas
Hynter é muito boa o que ajuda muito ao espectáculo, embora o auto-da-fé
tenha sido muito modificado, para pior.
O maestro foi Bertrand de Billy não foi empolgante e
ofereceu-nos uma direcção frouxa da orquestra que, como o coro, estiveram ao
mais alto nível.
Carlos foi
interpretado pelo tenor americano Bryan
Hymel e foi um dos melhores da noite. A voz é magnífica, timbre muito
bonito, agudos longos, excelentes e interpretação emotiva.
A Elizabeth foi o
soprano americano Kristin Lewis (que
substituiu Krassimira Stoyanova) e ficou aquém das minhas elevadas
expectativas. A cantora tem uma boa presença cénica, mas a voz não tem um
timbre bonito e a emissão foi, por vezes, irregular. Fez-se sempre ouvir mas,
quando cantou em forte, a voz saiu áspera
e gritada. A ROH não acerta numa Elizabeth ao mais alto nível!
O Rodrigo foi a
melhor surpresa da noite. Foi interpretado pelo barítono alemão Christoph Pohl (que desconhecia e
substituindo Ludovic Tézier). O cantor tem uma voz magnífica, um timbre de
invulgar beleza e foi excelente na forma convincente e apaixonada como interpretou
a personagem. Um nome a seguir com atenção.
O mezzo russo Ekaterina Semenchuk foi uma Eboli que,
no início, começou algo reservada, com alguma dificuldade na coloratura da ária
inicial, mas cresceu e terminou em grande com um O Don Fatale excelente na interpretação cénica e vocal.
Quanto aos baixos
houve grandes diferenças. O russo Ildar
Abdrazakov foi um Filipe II excelente, a voz é magnífica, a interpretação
também o foi e o desempenho cénico irrepreensível. Mas o cantor é muito jovem
para o papel e, mesmo caracterizado, é notória a juventude. Foi brilhante na
ária Ella giammai m’amo.
Já o Grande
Inquisidor do georgiano Paata
Burchuladze foi uma desgraça, dado que o cantor praticamente não tem voz!
Foi uma pena este papel não ter sido atribuído ao jovem italiano Andrea Mastroni que interpretou ao mais
alto nível o curto papel de Carlos V. A inversão dos intérpretes teria
melhorado substancialmente a récita.
Mas, no cômputo
final, foi um muito bom espectáculo.
****
DON CARLO,
Royal Opera House, London, May 2017
This
production of Don Carlo by Verdi that I had the opportunity to
review at the Royal Opera House was
commented here. Nicholas
Hynter's staging is very good which helps the show a lot, although auto-da-fé has been greatly modified,
for the worse.
The
conductor, Bertrand de Billy, was
not exciting and offered us a loose direction of the orchestra that, like the
choir, were at the highest level.
Carlos was
sung by American tenor Bryan Hymel
and he was one of the best of the night. The voice is magnificent, very beautiful
timbre, long, excellent top notes and emotive interpretation.
Elizabeth
was American soprano Kristin Lewis
(who replaced Krassimira Stoyanova) and fell short of my high expectations. The
singer has a good stage presence, but the voice does not have a beautiful
timbre and the emission was sometimes irregular. She always made herself heard,
but when she sang in forte, her voice
was rough and shrieked. ROH does not hit an Elizabeth at the highest level!
Rodrigo was
the best surprise of the night. He was interpreted by the German baritone Christoph Pohl (unknown for me and
replacing Ludovic Tézier). The singer has a magnificent voice, a timbre of
unusual beauty and was excellent in the convincing and passionate way he played
the character. A name to follow closely.
Russian
mezzo Ekaterina Semenchuk was an
Eboli who, at first, began somehow reserved, with some difficulty in the
coloratura of the initial aria, but grew and finished in great with an
excellent O Don Fatale both in stage
and vocal interpretation.
As for the
basses there were big differences. Russian Ildar
Abdrazakov was an excellent Philip II, the voice is magnificent, the
interpretation was as well, and the performance excellent. But the singer is
too young for the role and even characterized, his youth is notorious. He was
brilliant in the aria Ella giammai m'amo.
The Grand
Inquisitor of the Georgian Paata
Burchuladze was a disgrace, since the singer has practically no voice! It
was a shame this role was not attributed to the young Italian Andrea Mastroni who interpreted at the
highest level the short role of Charles V. The inversion of the interpreters
would have substantially improved the recital.
But it was
a very good performance.
****
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