domingo, 19 de abril de 2015

Don Giovanni – Metropolitan Opera NY – Fevereiro 2014 – Crítica de Francisco Casegas

   (Foto – Metropolitan Opera)

No passado dia 14 de Fevereiro tive a oportunidade de assistir a uma récita da ópera Don Giovanni na Metropolitan Opera de Nova Iorque.

A produção foi de Michael Grandage, estreada em 2011. É uma produção interessante na minha opinião. Destaco os efeitos pirotécnicos usados na morte de Don Giovanni que foram de grande espectacularidade.

            (Foto – Metropolitan Opera)

A orquestra da Met foi superiormente dirigida por Alan Gilbert. Particularmente, ficou-me na memória a interpretação em “Finch’han dal vino” em que foi adoptado um tempo rapidíssimo e que mostrou a técnica apuradíssima dos músicos presentes. Excelente momento.

Peter Mattei foi Don Giovanni. Como já foi referido anteriormente neste blog, tem um timbre e uma presença corporal quase perfeita para esta personagem e eu subscrevo a 100%. E nesta récita, particularmente, esteve em excelente nível.

Luca Pisaroni foi um Leporello extraordinário. Sem dúvida o melhor solista da noite. Alia o seu excelente aparelho vocal a uma representação cénica irrepreensivel. Sem dúvida um dos melhores cantores da actualidade nesse capítulo.

Elza van der Heever foi Donna Anna. Não me agradou particularmente a sua interpretação. Embora tenha um excelente aparelho vocal, o seu timbre não é dos mais bonitos, retirando algum brilho à sua interpretação.

Emma Bell foi Dona Elvira. Sempre bastante segura e dotada de um timbre muito bonito, sendo que nunca desafinou durante toda a récita. Uma prestação muito positiva.

Kate Lindsey foi Zerlina e foi a interpretação que mais gostei, a seguir a Pisaroni. Tem um timbre de beleza superior e representou muito bem cénicamente a inocente Zerlina. As suas interpretações em “Batte Batte Bel Masetto” e “Vedrai Carino” foram brilhantes.

James Morris como comendador, Adam Plachetka como Masetto e e Dmitry Korchak como Don Octavio também estiveram em muito bom plano não destoando nada dos restantes solistas. Destaque para a interpretação de Korchak em “Dalla sua pace”. Foi sublime.

No geral foi uma récita de excelente nível com os solistas e a orquestra a estarem em perfeita sintonia numa produção simples, mas muito interessante.




Francisco Casegas

1 comentário:

  1. Para mim o Peter Mattei é o maior Don Giovanni das últimas décadas e o grande sucessor do Siepi e do Wächter.

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