terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Royal Concertgebouw Orchestra com Mariss Jansons na FCG, 04.02.2013

(Review in English below)

A famosa orquestra holandesa Royal Concertgebouw Orchestra, sediada em Amesterdão, apresentou-se no Grande Auditório da FCG sob direcção do maestro letão Mariss Jansons, titular da RCO desde 2004.
 
(fotos da internet)

A primeira peça foi o Concerto para Violino e Orquestra n.º2, Sz. 112 do compositor húngaro Béla Bartók, famoso por peças tão extraordinárias como Música para Cordas, Percussão e Celesta.
Estreado em 1939 em Amesterdão, este concerto foi composto para o violinista Zóltan Székely que acompanhou os trabalhos de Bartók na sua elaboração e que foi o solista na sua estreia sob direcção de Willem Mengelberg, maestro que esteve à frente da RCO várias dezenas de anos.
 
 
A interpretação do violinista grego Leonidas Kavakos de 45 anos mostrou a expressividade e qualidade interpretativas que o caracterizam e que o consagraram, desde muito novo, como um dos excelentes intérpretes deste instrumento a nível internacional. Sempre muito elegante e com um fraseado muito melódico, a sua interpretação foi dotada de enorme clareza e sensibilidade. Ofereceu-nos, como encore, uma das Partitas de J. S. Bach, também ela tocada com todo o virtuosismo.


A segunda obra foi a Sinfonia n.º 5 em Mi menor, op. 64 do compositor Piotr Ilitch Tchaikovsky, expoente máximo do romantismo russo. Foi composta em 1888 e estreada nesse mesmo ano sob direcção do próprio Tchaikovsky. Composta 10 anos após a estreia da Sinfonia n.º 4, foi dedicada ao musicólogo alemão Johann Theodor Friedrich Avé-Lallemant, e teve uma recepção pouco entusiástica da crítica. Johannes Brahms terá comentado a Tchaikovsky que não gostou particularmente do último andamento, o que reforçou o sentimento de ambivalência que o próprio russo tinha em relação à sua obra.
Todavia, em minha opinião, é uma obra muito inspirada, cheia de coloridos, intensidade, dramatismo e força telúrica. Ouviu-se uma interpretação excepcional da RCO. Muito bem dirigida por Mariss Jansons, todos os naipes da orquestra soaram com uma clareza e precisão ímpares, com respeito absoluto pelo tempo e sem nunca distorcer mesmo nas secções mais apoteóticas.


A RCO é, sem dúvida, uma orquestra de topo e que está muito bem dirigida por Mariss Jansons, pelo que se assistiu a um concerto magnífico.

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(Review in English)

Royal Concertgebouw Orchestra under Mariss Jansons at FCG, 04.02.2013

The famous Dutch orchestra of the Royal Concertgebouw, based in Amsterdam, presented at the FCG’s Grand Auditorium under the baton of Latvian conductor Mariss Jansons, RCO’s director since 2004.

The first piece was the Concerto for Violin and Orchestra no. 2, Sz. 112 of the Hungarian composer Béla Bartók, famous for such extraordinary pieces such as Music for Strings, Percussion and Celesta.
Premiered in 1939 in Amsterdam, this concerto was composed for violinist Zoltán Székely who followed Bartók’s preparation of this piece and that was the soloist in its debut under the direction of Willem Mengelberg, conductor who headed the RCO for several decades.
The interpretation of the Greek violinist Leonidas Kavakos of 45 years showed the expressiveness and interpretive quality that characterize and consecrated him, since very young, as one of the great international interpreters of this instrument. Always very elegant and with a very melodic phrasing, his interpretation was endowed with enormous clarity and sensitivity. He offered us, as encore, one of the Partitas of J. S. Bach, he also played with all the virtuosity.

The second work was the Symphony no. 5 in E minor, op. 64 of the composer Pyotr Ilyich Tchaikovsky, Russian epitome of romanticism. It was composed in 1888 and premiered that same year under the direction of Tchaikovsky himself. Composed 10 years after the premiere of Symphony no. 4, it was dedicated to German musicologist Theodor Johann Friedrich Ave-Lallemant, and but hasn’t a warm reception from critics.
Johannes Brahms himself have commented to Tchaikovsky he did not like particularly the last movement, which reinforced the sense of ambivalence that the Russian had himself in relation to this particular work.
However, in my opinion, it is a very inspirational piece, full of colors, intensity, drama and telluric forces. We heard an exceptional interpretation by RCO.
Very well directed by Mariss Jansons, all the orchestra elements sounded with unmatched clarity and precision, with absolute respect for tempo and never distort sound even in the most apotheotic sections.

The RCO is undoubtedly a top orchestra that is very well led by Mariss Jansons, so we saw a magnificent concert.

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