sábado, 3 de abril de 2010

LA TRAVIATA – Met Opera, Nova Iorque, Março de 2010

Foi com grande satisfação que tive oportunidade de assistir a esta produção de La traviata, de Giuseppe Verdi, pois no próximo ano uma nova será levada à cena no Met. De Franco Zeffirelli seria de esperar, como se confirmou, uma encenação rica, de bom gosto, clássica e sumptuosa, onde o segundo quadro do segundo acto foi absolutamente memorável.

Na direcção musical esteve Leonard Slatkin que foi a grande surpresa da noite. Os desencontros entre os cantores e a orquestra foram frequentes durante toda a récita e imprimiu quase sempre um rítmo acelerado que não se coaduna com o dramatismo da obra, fatal na belíssima abertura do 3º acto. Deplorável! Apesar do maestro, a orquestra conseguiu dar-nos mais uma interpretação superior e o coro esteve também ao mais alto nível.

No papel de Violetta esteve Angela Gheorghiu. Confesso-me um grande admirador desta cantora e não fiquei minimamente desiludido com o que vi e, sobretudo, com o que ouvi. Voz potente e invulgarmente melodiosa, com um belíssimo timbre, esteve insuperável na interpretação da personagem. Mantém uma excelente figura e foi uma verdadeira actriz em palco. Nos cartazes publicitários do Met consta sobre Gheorghiu “born to sing Violetta”. Artisticamente, é verdade.

Alfredo foi interpretado pelo jovem tenor americano James Valenti. Possuidor de uma voz sólida mas com um timbre invulgar e não muito agradável à primeira audição, defendeu-se nos agudos mas esteve globalmente bem. Contudo, nos duetos com Gheorghiu, foi notória a diferença qualitativa. A figura é excelente para a personagem – alto, magro e novo. Foi o mais aplaudido em palco (talvez por jogar em casa e ser debutante no Met) mas não foi, de todo, o melhor.


Thomas Hampson foi um Giorgio Germont em grande forma, revelando um barítono potente e de grande beleza, que encheu a sala. Cenicamente muito bem, sobretudo no diálogo com Violeta no 2º acto. Foi talvez a melhor interpretação que vi deste artista.
 

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3 comentários:

  1. Gheorghiu, “born to sing Violetta”???? :-P
    "That's quite arguable..." :-)

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  2. É, de facto, uma das melhores neste papel. Recomendo vivamente a gravação na Royal Opera House dirigida por Sir George Solti. Imbatível, no papel de Violeta.

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