sexta-feira, 4 de novembro de 2022

EIN DEUTSCHES REQUIEM, Fundação Gulbenkian, Lisboa, Novembro 2022

(review in English below)

A Fundação Gulbenkian ofereceu-nos a magnífica obra Um Requiem Alemão de Johannes Brahms, uma das peças sinfónicas corais que mais aprecio. E foi um excelente presente, dada a qualidade do espectáculo. Toda a peça é marcante mas, para mim, os 2º e 6º andamentos, pela sua monumentalidade instrumental e coral, são os mais impressionantes.


O maestro Stanislav Kochanovsky dirigiu o Coro e a Orquestra Gulbenkian. Se a Orquestra esteve muito bem, o Coro foi excelente (a Maestrina do Coro Inês Tavares Lopes merece um grande elogio).

E os solistas foram de topo. O barítono André Baleiro tem uma voz magnífica, bem timbrada e com uma técnica irrepreensível. Junta às fantásticas qualidades vocais a juventude e a boa figura. Estou certo que terá uma merecida carreira internacional nos grandes teatros de ópera mundiais.


A soprano Sónia Grané, surpreendeu-me com uma bela interpretação, voz afinada, e com um registo agudo surpreendente. 


Um excelente espectáculo.



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EIN DEUTSCHES REQUIEM, Gulbenkian Foundation, Lisbon, November 2022

The Gulbenkian Foundation offered us the magnificent work Ein Deutsches Requiem by Johannes Brahms, one of the choral symphonic pieces that I most appreciate. And it was an excellent gift, given the quality of the performance. The whole piece is remarkable but, for me, the 2nd and 6th movements, due to their instrumental and choral monumentality, are the most impressive.

Conductor Stanislav Kochanovsky directed the Choir and the Gulbenkian Orchestra. If the Orchestra was very good, the Choir was magnificent (the Conductor of the Choir Inês Tavares Lopes deserves great praise).

And the soloists were excellent. Baritone André Baleiro has a magnificent voice, well-toned and with excellent technique. He adds youth and good figure to the vocal qualities. I am sure he will have a great and well deserved international career in the world's great opera houses.

Soprano Sónia Grané surprised me with a remarkable interpretation, beautiful voice, in tune, and with a surprising top quality high register.

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2 comentários:

  1. Sónia Grané seria, inteiramente, merecedora de regular inclusão nas temporadas líricas e sinfónicas, a nível interno, após um frutuoso labor enquanto membro dos corpos artísticos da Staatsoper de Berlim.

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  2. Coro perfeito, orquestra fenomenal, parecia estar numa bolha de som com uma coordenação intra e inter naipes impecável. E que grande que é o André Baleiro! O timbre é ultra-bonito, e a paixão deste rapaz pela música é visceral. Vê-se e ouve-se isso, sabe o que está a cantar, o que está a dizer e a transmitir, com uma facilidade de expressão vocal que é rara de se encontrar. E sabe as regras todas interpretativas, como nunca cantar igual uma passagem em que se repete o texto e melodia como acontece na sua primeira intervenção neste Requiem. Não é “mais um cantor”, é um cantor a um nível maior, de qualidade e projeção internacional. O único espinho foi a Sónia Grané… timbre feio, por vezes abafada pela orquestra.

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