(review in English below)
Há cerca de 4 anos tive o privilégio de assistir a esta produção do Lohengrin na Royal Opera House de Londres. Como escrevi no blogue, foi um dos espectáculos de ópera que mais me marcou pela sua excepcional qualidade. É certo que é uma das óperas de Wagner que mais gosto e a encenação de David Alden ajuda a que seja um espectáculo arrebatador, como voltou a acontecer.
Coloca a acção no Séc. XX num país sob um regime militar. Os cenários, modulares, são constituídos por paredes de tijolos inclinadas, com grandes aberturas e corredores metálicos. Há militares armados em cena em grande parte do espectáculo. No início do 3º acto aparece uma grande estátua branca encimada por um cisne e, perto do final, muitas bandeiras vermelhas e brancas com o cisne, muito à imagem das bandeiras nazis. O Lohengrin é o salvador esperado pelo povo que, quando decide partir, instala-se o regime nazi-like.
O maestro Jakub Hursa foi óptimo. As luzes da sala são deixadas quase apagadas, aumentando progressivamente a iluminação à medida que a música se torna mais intensa, voltando a diminuir a intensidade até se apagarem totalmente no final. Um efeito magnífico, que se repetirá no último acto.
O Coro da Royal Opera foi perfeito em afinação, qualidade e conjugação de vozes.
Os solistas formaram um conjunto de cantores excelentes. O Rei Heinrich foi interpretado pelo baixo Gábor Bretz que tem uma voz magnífica. O barítono Craig Colclough foi um Friedrich marcante em palco e vocalmente irrepreensível. A sua mulher Ortrud, a soprano Anna Smirnova, foi cínica e astuta e teve uma interpretação com uma potência vocal avassaladora. A soprano Jennifer Davis, que ouvi a primeira vez há 4 anos, voltou a oferecer-nos uma interpretação superlativa. Transmitiu vulnerabilidade e inocência marcantes e a voz é pura, limpa e com um poderio impressionante. O tenor Brandon Jovanovich foi um Lohengrin óptimo, tanto na interpretação cénica como vocal. Até o pequeno papel do arauto teve uma interpretação notável de Derek Welton.
Um espectáculo de ópera excepcional!
*****
LOHENGRIN, Royal Opera House, London, April 2022
About 4 years ago I had the privilege of watching this production of Lohengrin at the Royal Opera House in London. As I wrote on the blog, it was one of the opera performances that most impressed me due to its exceptional quality. It is true that it is one of Wagner's operas that I like the most and the staging by David Alden helps to make it a breathtaking show, as it happened again.T
The action in placed in the 20th century in a country under a military regime. The modular scenarios, are made up of sloping brick walls, with large openings and metallic corridors. There are armed soldiers on the scene in most of the performance. At the beginning of the 3rd act, there is a large white statue topped by a swan and, towards the end, many red and white flags with the swan, much like the Nazi flags. Lohengrin is the savior awaited by the people who, when he decides to leave, the Nazi-like regime is installed.
Maestro Jakub Hursa was great. The lights in the room are left almost off, progressively increasing the lighting as the music becomes more intense, then dimming again until they are completely off at the end. A magnificent effect, which will be repeated in the last act. The Royal Opera Choir was perfect in pitch, quality and voice conjugation.
The soloists formed an ensemble of excellent singers. King Heinrich was bass Gábor Bretz who has a magnificent voice. Baritone Craig Colclough was an outstanding Friedrich on stage and vocally irreproachable. His wife Ortrud, soprano Anna Smirnova, was cynical and shrewd and delivered a performance with overwhelming vocal power. Soprano Jennifer Davis, who I heard for the first time 4 years ago, has returned to offer us a superlative interpretation. She conveyed remarkable vulnerability and innocence and the voice is pure, clean and with impressive power. Tenor Brandon Jovanovich was a great Lohengrin, both on stage and vocally. Even the small role of the herald had a remarkable performance by Derek Welton.
An exceptional opera performance!
*****
Sem comentários:
Enviar um comentário