sexta-feira, 8 de maio de 2020

LE NOZZI DI FIGARO / AS BODAS DE FIGARO METropolitan Opera, Fevereiro / February 2020



 (review in English below)

As Bodas de Fígaro de Mozart na produção da da METropolitan Opera de Nova Iorque tem encenação de Richard Eyre.



A acção passa-se em Sevilha e foi trazida para os anos 1930, mas a encenação é convencional e desinteressante. A distinção entre os nobres e os criados só é evidente no guarda roupa e esgota-se por aí. O palco é rotativo e vêem-se várias partes do palácio, incluindo o salão, o quarto da condessa, o quarto do Fígaro e os jardins. As paredes têm uma decoração mourisca e são muito altas, minimizando por vezes o que se passa no palco.




Logo na abertura é dado o mote, aparecendo uma mulher nua da cintura para cima a vestir-se apressadamente e, depois, o conde em robe vermelho e com ar satisfeito, enquanto a condessa dorme sozinha no seu quarto. Tudo o resto se passa no mesmo cenário que, apesar da rotação do palco, não tem grande interesse.



O maestro Cornelius Meister não fez um bom trabalho. Alguns desencontros, sobretudo no início e a orquestra sempre morna. Nem parecia Mozart.
Adam Plachetka foi um Figaro apagado vocalmente, com emissão irregular e sem grande vivacidade no palco.



Hanna-Elisabeth Müller esteve bem como Susanna, tanto no canto como na representação cénica.



Maurizio Muraro foi de longe o melhor como Dr. Bartolo, com uma voz grave poderosa e afinada.


Etienne Dupuis fez um Conde desinteressante, estático e que se deixou afogar pela orquestra várias vezes.



Amanda Woodbury foi uma Condessa de voz bonita e afinada. Contudo, em palco cumpriu sem encantar.



MaryAnn McCormick foi uma Marcellina banal, Marianne Crebassa um óptimo Cherubino, 



e Maureen McKay uma Barbarina apagada.


Esperava melhor destas Bodas.





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LE NOZZI DI FIGARO, METropolitan Opera, February 2020

Mozart's Marriage of Figaro in the staging of New York's METropolitan Opera was produced by Richard Eyre.
The action takes place in Seville and was brought to the 1930s, but the staging is conventional and uninteresting. The distinction between nobles and servants is only evident in the clothes and ends there. The stage is rotating and one can see several parts of the palace, including the hall, the countess's room, Figaro's room and the gardens. The walls have a Moorish decor and are very tall, sometimes minimizing what goes on the stage.
Right at the opening the motto is given, a naked woman appears from the waist up, hurriedly dressing, and then the count in a red robe and looking satisfied, while the countess sleeps alone in her room. Everything else takes place in the same scenario that, despite the rotation of the stage, has little interest.
Conductor Cornelius Meister did not do a good job. Some failures, especially at the beginning and the orchestra was always lukewarm. It didn't even sound like Mozart.

Adam Plachetka was a Figaro vocally erased, with irregular emission and without great vividness on the stage. Hanna-Elisabeth Müller was just well as Susanna, both in singing and performing. Maurizio Muraro was by far the best as Dr. Bartolo, with a powerful and tuned bass voice. Etienne Dupuis made an uninteresting, static Count who was drowned by the orchestra several times. Amanda Woodbury was a Countess with a beautiful and tuned voice. However, on stage she fulfilled without enchantment. MaryAnn McCormick was a banal Marcellina, Marianne Crebassa a great Cherubino, and Maureen McKay a trivial Barbarian.

I expected better from this marriage.

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