(review in English below)
Mais uma vez tive oportunidade de assistir à Carmen de G Bizet, na METropolitan
Opera, na conhecida produção de Richard
Eyre.
É uma abordagem clássica e bem conseguida, com palco
duplamente rotativo, mostrando vários cenários sevilhanos. Todas as cenas são
vistosas mas as mais eficazes são o acampamento dos contrabandistas e o final
da opera, com a morte simultânea da Carmen no exterior e do touro dentro da
praça.
A orquestra, excelente, foi dirigida pelo maestro
espanhol Pablo Heras-Casado. Também
os coros tiveram desempenhos irrepreensíveis.
Carmen foi interpretada pela mezzo georgiana Anita Rachvelishvili. Já uma vez a
tinha ouvido no papel e mantenho a opinião que tinha. É uma cantora de voz
potente, com um registo baixo excelente, mas é pouco rebelde e não transmite
nenhuma sensualidade. É pena.
Aleksandrs Antonenko, tenor
letão, foi o Don José. A voz é bem audível, com agudos aparentemente fáceis,
mas nasalada em excesso. (Quando o ouvi noutras interpretações não tinha ficado
com esta ideia do seu timbre). Cenicamente esteve bem, sem deslumbrar. A
expressão dos sentimentos, tanto nos diálogos com a Carmen como com a Michaela,
foi pouco convincente.
O Escamillo do baritono italiano Massimo Cavalletti esteve
muito bem. A voz é muito respeitável, o cantor usou-a bem e tem uma presença em
palco muito boa.
Sensacional foi a Michaela do
soprano romeno Anita Hartig. Foi uma
conjugação perfeita de voz bonita, afinada, bem audível e emotiva, com uma
presença em palco perfeitamente adequada à personagem. Excelente!
Nos papeis secundários,
sempre boas actuações de John Moore como
Morales, Keith Miller como Zuniga, Kiri Deonarine como Frasquita, Jennifer Johnson Cano como Mercédès e Eduardo Valdes como Remendado.
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CARMEN, Metropolitan Opera, October 2014
Again I had the opportunity to see G. Bizet’s Carmen at the
Metropolitan Opera, the well known
production of Richard Eyre.
It is a well done classic approach, with a double rotating
stage, showing various scenarios of Seville. All scenes are showy but the most
effective ones are the camp of smugglers and the end of the opera, with the
simultaneous death of Carmen outside and bull inside the bullfight plaza.
The orchestra was excellent abd was directed by Spanish
conductor Pablo Heras-Casado. Also
the choirs had faultless performances.
Carmen was interpreted by Georgian mezzo Anita Rachvelishvili. I saw her on this
role before and I keep the opinion I had. She has a powerful voice with an
excellent low register, but she looks little rebellious and does not transmit
any sensuality. And this is a pity.
Aleksandrs Antonenko,
Latvian tenor, was Don Jose. His voice is very audible with acute notes
seemingly easy, but he has as excessive nasal timbre. (When I heard him in other
roles I had not been with this idea of his timbre). On stage he was fine
without being tremendous. The expression of feelings in dialogues both with
Carmen and with Michaela, were unconvincing.
Escamillo by Italian baritone Massimo Cavalletti was very interesting. The voice is respectable,
the singer used it well and has a very good presence on stage.
Michaela was the sensational Romanian soprano Anita Hartig. She has a beautiful, smooth,
always audible and emotive voice perfect, with a stage presence perfectly
suited to the character. Excellent!
In supporting roles, good performances from John Moore as Morales, Keith Miller as Zuniga, Kiri Deonarine as Frasquita, Jennifer Johnson Cano as Mercedes and Eduardo Valdes as Remendado.
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