(Review in English below)
É a última vez que a monumental encenação clássica da Aida, de Sonja Frisell, estará em cena na Metropolitan Opera. É uma produção grandiosa, que ilustra como nenhuma outra o significado de “grande ópera” que, embora datada, tem cenários sumptuosos, muitos elevadores, centenas de elementos em palco incluindo cavalos que, nesta noite, um deles quase destruiu uma parte do cenário mas conseguiu, a custo, ser controlado. É um contraste absoluto com a encenação deplorável que vi há poucos meses em Londres.
O maestro foi Paolo Carignani e a Orquestra e o Coro tiveram interpretações excelentes. A ópera presta-se a isso.
De entre os solistas, algumas diferenças qualitativas. Começando pelos melhores, brilhou a mezzo Olesya Petrova que foi uma Amneris de excelência. Voz poderosa, registo grave impressionante e sempre afinada.
Também o Radamés de Brian Jadge esteve ao mais alto nível, tanto na interpretação vocal como cénica. Muito bom.
Os baixos Alexandros Stavrakakis (Rei) e, sobretudo, Christian Van Horn (Ramfis) também marcaram muito positivamente as suas interpretações vocais.
O barítono George Granitze fez um Amonastro algo estático mas muito bem no canto, sempre correcto e bem audível.
A grande decepção foi a Aida de Latonia Moore. Em cena foi muito estática e no canto esteve muito abaixo do desejável. Cantou alto, foi bem audível, mas a Aida é muito mais que potência vocal. Falhou várias notas, foi pouco expressiva e a aria principal do 3º acto foi um desastre, sobretudo no (ausente) registo agudo! Como cantora “da casa” foi muito aplaudida, mas esperava-se muito melhor!
Com outra Aida teria sido um espctáculo próximo da perfeição.
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AIDA, MEtropolitan OPERA, December 2022
It is the last time that Sonja Frisell's monumental classic production of Aida will be staged at the Metropolitan Opera. It is a grandiose production, illustrating like no other the meaning of “grand opera” which, although dated, has sumptuous sets, many elevators, hundreds of elements on stage including horses. Tonight one of them almost destroyed part of the set but managed, with difficulty, to be controlled. It is an absolute contrast to the deplorable staging I saw in London a few months ago.
The maestro was Paolo Carignani and the Orchestra and Chorus had excellent performances. Opera lends itself to this.
Among the soloists, some qualitative differences. Starting with the best, mezzo Olesya Petrova was an Amneris of excellence. Powerful voice, impressive bass register and always in tune.
Brian Jadge's Radamés was also at the highest level, both in vocal and scenic interpretation. Very good.
Bass Alexandros Stavrakakis (King) and, above all, Christian Van Horn (Ramfis) also marked their vocal interpretations very positively.
The baritone George Granitze made an Amonastro somewhat static but very good in the singing, always correct and very audible.
The big disappointment was Latonia Moore's Aida. On stage she was very static and in the singing she was far below desirable. She sang loudly, it was very audible, but Aida is much more than vocal power. She missed several notes, was not very expressive and the main aria of the 3rd act was a disaster, especially in the (absent) high register! As a “house” singer, she was highly applauded, but much better should be expected!
With a different Aida it would have been a performance close to perfection.
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