domingo, 22 de abril de 2012

LA TRAVIATA — MetLive HD, 21.04.2012

Cabe-me a mim introduzir o texto sobre a La Traviata que um grande Amigo teve a gentileza de escrever. Como poderão ver, é um texto de enorme qualidade e reflexivo. Aqui fica com votos de que vos seja agradável e de que o nosso Amigo possa colaborar connosco de forma assídua.

(review in English below)

(Fotos/photos Met)

Tivemos oportunidade de assistir à última transmissão do “Ciclo Metropolitan Opera Live in HD” da temporada 2011/2012 da Fundação Gulbenkian. Em cena a famosíssima ópera La Traviata de Guiseppe Verdi, levada a palco com a aclamada e polémica encenação do alemão Willy Decker e a direcção musical do actual maestro principal do Met, o italiano Fabio Luisi. O elenco, de inquestionável qualidade, foi composto pelo soprano francês Natalie Dessay, que encarnou o papel da extraviada cortesã Violetta Valéry, o tenor norte-americano Matthew Polenzani, no papel do jovem e imaturo Alfredo Germont, e o barítono russo Dmitri Hovostosky, no papel castrador de Giorgio Germont, pai de Alfredo e garante da moral instituída.


Estreada em 1852 no Teatro La Fenice, em Itália, a ópera, que foi adaptada a partir do drama de Alexandre Dumas filho, A dama das Camélias, foi considerada obscena pelo The Times de Londres, conquanto fosse um retrato da alta sociedade parisiense do século XIX, a luz de uma “civilização que apodrece” (Eça de Queiroz, em A Cidade e as Serras). Habituados a temas que se afastavam do seu tempo e espaço, os censores moralistas da época tentaram, ao exigir que a ópera tivesse lugar num cenário do início do século XVIII, esconder as quatro paredes em que se moviam e que o libretto levantava, fruto claro da conjugação do realismo crítico, que se ia tornando moda e que revelava a miséria de uma sociedade em profundíssima transformação política, e o romantismo idealista, que exaltava o individualismo e a libertação do artista.

Violetta Valery, figura principal do romance e da ópera, é a uma mulher galante que vive profissionalmente dos seus encantos e o alvo do desejo de todos os homens que vêem no “amor” da indiferente (Folie, delirio vano è questo) e experiente cortesã de luxo, prática bem considerada ontem e hoje, a suprema e difícil vitória, quando comparada com o amor da adolescente casta, de que a família é sentinela. Quando confrontada por Alfredo, jovem e ingénuo membro de uma sociedade a cuja corrupção inconscientemente resiste, vacila entre a aceitação do verdadeiro amor que este lhe dirige (Saria per me sventura un serio amore?) e a liberdade a que se habituou (Sempre libera), escolhendo abandonar-se a Alfredo e abdicar de l’aride folie del viver mio. Em derradeira análise, Violetta fá-lo condenando a sociedade em que vive, a qual, representada pelo decano Giorgio Germont, primeiro a reclamará de volta (Ah, dunque sperdasi tal sogno seduttore!) e, depois, a condenará justamente por esta querer extraviar-se (traviata) dela e viver segundo a moral que, não obstante e em público, apregoa. Violetta depressa compreenderá o seu destino (Così alla misera/ ch’è un dì caduta/ di più risorgere speranza è mutta/ Se pur benfico le indulga Iddio/ L’uomo implacabile per lei sarà) e, recusando-se a voltar à sociedade, decide morrer, entregando-se definitivamente a Deus (Della traviata... tu accoglila, o Dio!).

A encenação de Willy Decker, estreada em Salzburgo em 2005, criticada por alguns e amada por muitos, afasta-se do contexto social profundamente marcado da ópera, e moderniza-a, centrando-a quase exclusivamente na vivência e complexidade psicológicas das personagens e, muito particularmente, na morte, pondo à vista a nossa própria finitude. Para tanto, ao contrário do que é tradicional, mostra-nos um palco em semi-círculo, que envolve o público na própria acção, despido e branco, sem subterfúgios, onde se destaca um enorme e brutal relógio, símbolo do destino e da morte implacáveis de que a Traviata não conseguirá escapar. Toda a ópera se desenvolve neste simples cenário, que apenas muda de acto para acto pelo jogo de luzes, cores e adereços. No primeiro acto destaca um sofá vermelho, símbolo da vida dissoluta e frenética da sociedade, enfim do sofrimento, que é também a cor do vestido de Violetta, e que permite destacá-la de todo os membros da sociedade, curiosamente vestidos, homens e mulheres, de fato e gravata pretos. No segundo acto destacam, primeiro, os tecidos coloridos e com motivos florais, que representam a alegria do par romântico ao fim de três meses de afastamento de Paris, com que são tapados sofás, decorado o tecto do palco, vestidos os membros do casal e – apenas parcialmente – coberto o relógio, até que, num segundo momento, deitando-se por terra os garridos tecidos, aquando da revelação das prementes necessidades financeiras do casal e depois com o final do dueto entre Violetta e Giorgio Germont, se revela o branco interior dos sofás e vestido de Madamigella Valéry, o tom cinzento do tecto e o fato e gravata pretos de Alfredo. Finalmente, e no terceiro acto, fica o relógio ao centro e o tecto passa a ser de um preto profundo, indiciador de uma morte iminente. Omnipresente e transversal a todos os actos é a presença de um espectro da morte, com que apenas Violetta interage, salvo quando este se converte na figura do dottore Grenvil.


A nosso ver, esta encenação, não permitindo prescindir das encenações mais clássicas da ópera, permite ao público de hoje concentrar-se nas emoções e afastar-se de um contexto social que, mantendo-se de alguma forma actual, padece já de algum arcaísmo. A simplicidade e alguma jovialidade da mesma, porém, exige dos intérpretes uma figura e capacidades teatrais que, não sendo perfeitas ou inexistindo, torna-a, ou pode torná-la, menos interessante. Na sua estreia em 2005, Willy Decker contou com o casal de ouro daquele momento, Anna Netrebko e Rolando Villazón, cuja interacção foi absolutamente credível e inalcançável, tendo sido acompanhado de um competentíssimo Thomas Hampson. A comparação com a récita do Met torna-se pois imprescindível. E a nossa conclusão é a seguinte: se na estreia a encenação ajudou, nesta, que é já a sua segunda reposição no Metropolitan, prejudicou em geral a récita.


Natalie Dessay, conhecida pelas suas enormes capacidades como actriz, não brilhou. A idade não lhe permite ser convincente como foi Netrebko, o que não teria acontecido numa encenação mais tradicional, atendendo à forma como, ainda assim, consegue lidar com o papel. Por outro lado e principalmente, esteve longe da perfeição vocal e técnica que a caracterizam. Depois de ter cancelado a primeira récita de La Traviata dias antes por motivos de saúde, voltou para a segunda com uma voz ainda por recuperar e claramente em sofrimento, o que se notou até quando foi entrevistada por Deborah Voigt a seguir ao final do primeiro acto, em que, com uma humildade notável, admitiu e se desculpou por ter falhado notas altas, e que infelizmente piorou ao longo do espectáculo. O semblante triste com que se apresentou às ovações com que, ainda assim, foi recebida pelo simpático público, dispensa mais comentários da nossa parte, que não podemos julgar uma voz claramente diminuída por motivos de saúde. Fica o desejo de a ouvirmos na próxima temporada como Cleópatra na ópera Giulio Cesare de Haendel.


Matthew Polenzani mostrou-se com uma voz muito acertada e afinada, com um timbre belíssimo e constante. No entanto, apesar de ter estado globalmente bem em termos vocais, falhou na interpretação. Começou por aparecer estranhamente tímido para um homem caracterizado como sendo de meia idade, quase com medo do contacto com a sedutora Violetta, para depois se transformar numa figura quase infantil, especialmente junto do pai, o que, atendendo a que quase pareciam ser da mesma idade, foi bastante inverosímil. Perde, portanto e por muito, para Villazón, que a seu dia foi cenicamente perfeito e vocalmente muito mais poderoso e brilhante. Curioso foi o comentário que fez quando questionado sobre como era cantar Alfredo, ao referir que o papel não o entusiasmava particularmente e que não lhe tinha visto nunca um encanto especial, mas que fazê-lo contracenando com Dessay ajudava...


Destacou-se positivamente Dmitri Hvrostovsky. Hoje em dia o “menino bonito” do Met, apresentou uma interpretação muito boa, ao nível a que nos tem acostumado e que já tivemos o prazer de confirmar escutando-o ao vivo na Fundação Gulbenkian. O ar altivo que sempre o caracteriza fazia-nos esperar, contudo, uma presença mais interessante enquanto pai castrador e dominador. Não se percebeu especialmente a ironia com que se confrontou com Violetta no início do segundo acto, nem nos parece coerente a gargalhada que soltou ao deparar-se com as contas que Violetta lhe apresenta para provar que não se estava a servir de Alfredo economicamente. Tirando este pequeno pormenor, foi claramente o melhor da tarde, mas não se superiorizou à fabulosa interpretação de Thomas Hampson.

Quantos aos restantes cantores e figurantes, alguns "importados" da La Traviata de Salzburgo, como foi o caso do dottore Grenvil, mais velho e magro, cumpriram na íntegra os seus pequenos papéis. Igual comentário se estende ao coro.

Finalmente, a orquestra do Metropolitan esteve em bom plano, muito bem conduzida pelo maestro italiano Fabio Luisi, em fase de grande intensidade artística, num mês de Abril em que dirigiu vinte récitas, um recorde no Met! Fazer um comentário mais detalhado implicaria, contudo, ouvir de novo a ópera e em melhores condições. Com efeito, estas transmissões gravadas em directo sofrem de alguns problemas na mistura do som, em que por vezes se destacam demasiado as vozes apagando a orquestra, o que aconteceu nesta récita mais do que nos parece ser normal. Mas sempre se pode dizer que a abertura, bem como o início do terceiro acto, foram interpretados com a intensidade dramática que a ópera impõe.

Em suma, foi uma récita aceitável de La Traviata, mas que não conseguiu funcionar como um todo coerente, quer ao nível vocal e da interpretação, quer também ao nível cénico. Caso pretendam ver e ouvir a aqui tão referida versão de Salzburgo, poderão fazê-lo comprando o respectivo DVD, cujo preço vale mais do que a pena pagar.

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(review in English below)

It is up to me to introduce the text about La Traviata that a great friend had the kindness of write. As you will see it is a text of enormous quality and reflective. Here it is to vows of that you find it enjoyable and that our friend can cooperate with us in a assiduously way.

We had the opportunity to attend the last transmission of the "Metropolitan Opera Live in HD" of 2012/2012 at the Gulbenkian Foundation. On stage the prestigious opera La Traviata by Guiseppe Verdi, brought to the stage with the acclaimed and controversial German Willy Decker's staging and musical direction of the current principal conductor of the Met, the Italian Fabio Luisi. The cast of unquestionable quality, was made by the French soprano Natalie Dessay, who played the role of the lost courtesan Violetta Valéry, the American tenor Matthew Polenzani, as the young and immature Alfredo Germont, and the Russian baritone Dmitri Hovostosky on the castrating role of Giorgio Germont, Alfredo's father and protector of established morality.

Premiered in 1852 at the Teatro La Fenice in Italy, the opera, which was adapted from the drama of Alexandre Dumas fils, The Lady of the Camellias, was deemed obscene by The Times of London, while it was a portrait of Parisian high society of the century XIX, the light of a "civilization that rots" (Eça de Queiroz, in A Cidade e as Serras). Used to topics that moved the audience away from its time and space, the moral censors of that time tried to force the opera to take place in the early eighteenth century, to hide the four walls where they lived and the libretto unveils, clear result of the combination of critical realism, which was becoming fashion, unveiling the misery of a society in a profound political transformation, and romantic idealism, which praised the individualism and the artist’s freedom.

Violetta Valery, the main caracter of the novel and the opera, is a gallant woman who lives professionally of her charms and the target of the desire of all men who face the "love" of the indifferent (Folie, delirio vano è questo) and experienced luxury courtesan, well-regarded practice of yesterday and today, as the supreme and most difficult victory to achieve, when compared with the adolescent love of caste young woman, of which the family is the sentinel. When confronted by Alfredo, a young and naive member of a society to whose corruption unconsciously resists, Violetta vacillates between the acceptance of Alfredo’s true love (Saria per me sventura un serio amore?) and the freedom sense to which she is used to (Sempre libera), at the end  opting to abandon and renounce Alfredo de l'aride folie del viver mio. In sum, Violetta does condemn the society she lives in, which, represented by the old Giorgio Germont, tries to call her back again (Ah, dunque sperdasi tal sogno seduttore!) and then to condemn her only for desiring to going astray (Traviata) of society and live according to the moral values proclaim on the record. Violetta quickly understands her fate (Così alla misera/ ch’è un dì caduta/ di più risorgere speranza è mutta/ Se pur benfico le indulga Iddio/ L’uomo implacabile per lei sarà) and, refusing to return to society, decides to die, finally surrendering herself to God (Della traviata... tu accoglila, o Dio!).

The staging by Willy Decker, premiered in Salzburg in 2005, criticized by some and loved by many, moving away from the social context profoundly marked the opera, and modernizes it, focusing almost exclusively on the experience and psychological complexity of characters and particularly, as well as in death, showing us our own finitude. For that, conversly to what is traditional, shows us a stage in a semicircle, which involves the audience in the action itself, naked and white, without subterfuge, where a massive and brutal clock stands, as a symbol of fate and death that the relentless Traviata may not escape. The opera develops itself in this clear and simple scenario, changing from act to act by the effect of the lights, colors and furnishings. In the first act a red couch stands out, as a symbol of the society’s dissolute and wild life, in sum the suffering, red color which is also the color of the Violetta’s dress, which lets her stand out from all members of the society, strangely dressed all, men and women, in black suit and tie. At the second act highlights, firstly, the colorful fabrics and floral motifs, representing the joy of the romantic couple after three months of retirement from Paris, and covering sofas, decorating the ceiling of the stage, dressing members of the couple and - only partially - covering the clock, until a second moment where, lying on the ground the gaudy fabrics, after the revelation of the pressing financial needs of the couple and the final duet between Violetta and Giorgio Germont turns to reveal white sofas and dress of Madamigella Valéry, as well as the gray tone of the roof stage and the black suit and tie of Alfredo. Finally, at the third act, the clock is at the center and the ceiling turns into a deep black, showing an impending death. Ubiquitous and cuting across all the opera is the presence of a specter of death, with whom only Violetta interacts, except when he becomes the character of the dottore Grenvil.

In our view, this staging, without dispensing the classical performances of the opera, allows the public of today to focus on the emotions and also to move away from a social context, keeping somewhat current, already suffers from some archaism. The simplicity and cheerfulness of the straging, however, requires stylish and sexy performers with amazing acting skills. When they are not perfect or do not have such qualities/capacities, it makes the staging less or not interesting. In its debut in 2005, Willy Decker directed the golden couple of the moment, Anna Netrebko and Rolando Villazón, whose interaction was absolutely credible and unreachable, and was accompanied by an accomplished Thomas Hampson. To compare Salzburg’s version with the recitation of Met becomes unavoidable. And our conclusion is this: if the premiere staging helped, this one of the Met, which is already its second replacement, has damaged the general recitation.

Natalie Dessay, known for hers enormous capabilities as an actress, did not shine. Age does not allowed her to be convincing as Netrebko was, which would not have happened in a more traditional scenario, given the way as Dessay handled the role. On the other hand and above all, Dessay was far from the perfect vocal technique that characterizes her. After canceling the first recitation of La Traviata days earlier due to health reasons, she returned for the second recitation with a voice yet not recovered and clearly in distress, which was evident even when she was being interviewed by Deborah Voigt after the end of the first act where, with a remarkable humility admitted and apologized for failing high notes. That unfortunately has worsened over the show. The sad face with which she appeared for the ovation of the kind and friendly public dispenses further comments from us. We cannot judge a voice clearly reduced for health reasons. We are already desiring to hear her superb voice next season as Cleopatra in Handel's opera Giulio Cesare.

Matthew Polenzani shown himself with a very correct and refined voice, with a beautiful and constant timbre. However, despite having been globally well vocally, failed when it comes to interpretation. Starting to appear strangely shy considering a man characterized as middle aged, almost afraid of the contact of the seductive Violetta, then became a childlike character, especially with the father, which, looking to be almost of the same age, was very implausible. Loses, and by far, to Villazón, who was scenically perfect and vocally much more powerful and brilliant in his day. Curious was the comment he made when he was asked on how it was to sing Alfredo’s role, stating that the role does not particularly excited him as he never saw a special charm in it. However, to interact with Dessay was a good help to like the role...

Dmitri Hvrostovsky stood out positively, presenting a very good interpretation, at the level he used us to and that we've had the pleasure of confirm by listening him live at the Gulbenkian Foundation. The self-important attitude that has always characterized him, however, would make us except a more interesting interpretation as a castrating and domineering father. It is not particularly understandable the irony with which he confronted Violetta at the beginning of the second act, and neither the laughter he released when analyzing the bills Violetta reveals to him in order to prove that she was not taking advantage of Alfredo economically seemed consistent. Apart from this small detail, Hvrostovsky was clearly the best of evening, although being not fabulous or better than Thomas Hampson.

As to other singers, some "imported" from La Traviata in Salzburg, as it was the case of dottore Grenvil, older and less fat, have fully complied with their small roles. Same comment extends to the choir.

Finally, the orchestra of the Metropolitan was in good plan, very well conducted by Italian maestro Fabio Luisi, undergoing intensive artistic, directing only in April for twenty ocasions, a record at the Met! Making a more detailed comment would imply, however, to hear the opera again and in better conditions. Indeed, these broadcasts recorded live suffer from some problems in mixing the sound, as sometimes the voices stand out too much erasing the orchestra’s sound, which have happened in this recitation more than in others. But we may always say that the overture of the opera and the beginning of the third act were interpreted with the dramatic intensity this opera requires.

In short, it was an acceptable performance of La Traviata, but failed to perform as coherent as a whole, both in voice and interpretation, and also scenically. If you wish to see and hear that version of Salzburg, you may buy its DVD, which is very worth paying.

5 comentários:

  1. Muito obrigado pelo seu excelente texto. Sendo o primeiro neste blogue, ansiamos por mais...
    Não pude ver, mas esta leitura quase nos permite "sentir" o que se passou na Gulbenkian. Tenho por Natalie Dessay uma enorme admiração e lamento que não tenha estado ao seu melhor nível. Matthew Polenzani é mais irregular, pelo menos já o vi muito bem e menos bem. Hvorostovsky é, como diz, um dos cantores preferidos do Met e nem sempre justifica o enorme protagonismo que lhe é atribuído, apesar de possuir uma excelente voz.
    E ainda não foi desta vez que consegui ver esta controversa encenação de Decker!

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  2. Também não pude ir à Gulbenkian, mas já ouvi alguns excertos. Esta "Traviata" já esteve no Youtube e foi retirada uns dias mais tarde.

    Esta récita não foi a segunda; suponho que foi a terceira. Natalie Dessay cantou na segunda récita, que eu ouvi em directo via Met Live Stream, e teve bastantes problemas. Entretanto, depois da transmissão em HD, voltou a estar em grandes dificuldades e cantou apenas o I acto, tendo sido substituída após o intervalo.

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  3. Parabéns! Mais um texto de alto nível, condizente com os anteriores. Acho muito interessante o fato de ser um blog de vários autores com tanta semelhança em estilo e competência!
    Um grande abraço a todos os colaboradores

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  4. Caros,
    Antes de mais, quero deixar um profundo agradecimento ao nosso Amigo pelo seu magnífico texto: não só me fez reviver esta fantástica ópera, como nos deu um conjunto completo de ensinamentos acerca do contexto histórico-social da obra e uma interpretação correctíssima da encenação.
    Esta produção da La Traviata de Willy Decker é, de facto, excelente e totalmente centrada na componente psicológica, explicando-se assim a sua pobreza apenas aparente! Tal como aqui deixou escrito o nosso Amigo, é uma encenação que, por isso, precisa de ser interpretada de forma muito verosímil e, para que isso seja possível, os intérpretes terão de estar ao melhor nível cénico e vocal. Tal foi magistralmente conseguido na produção de Salszburg em 2005 com Netrebko, Villazón e Hampson. Para mim, é o melhor registo existente até à data e, se bem que afectivamente muito ligado a essa interpretação, dificilmente superável. Absolutamente a não perder!
    Agrada-me, igualmente, a produção clássica da ROH, mas creio que esta é mais interessante.
    Saudações

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  5. Caro camo_opera,
    Tenho esta gravação do Festival de Salzburgo mas nunca se proporcionou ver a encenação. Não pude ir à Gulbenkian desta vez, com pena minha, porque era a última do Metlive desta temporada mas gostei de ler o seu excelente texto. Para a próxima temporada há mais.
    Cumprimentos.

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