segunda-feira, 27 de agosto de 2018

TRISTÃO E ISOLDA / TRISTAN UND ISOLDE, Bayreuth, Agosto / August 2018


(Review in English below)

Direcção musical – Christian Thielemann
Encenação – Katharina Wagner
Tristan – Stephen Gould
Marke –Georg Zeppenfeld
Isolde – Petra Lang
Kurwenal – Iain Paterson
Melot – Raimund Nolte
Brangäne – Christa Mayer

O Tristão e Isolda encerrou este meu ano em Bayreuth. A abertura foi algo rápida de mais e um pouco agressiva para o meu gosto mas o que se seguiu é trabalho de um verdadeiro génio da batuta como o Thielemann... uma intensidade dramática e uma precisão impressionantes!!!

Vocalmente estiveram todos a um nível estratosférico! A grande surpresa foi a Brangane da Christa Mayer (uma Magdalene excelente nos Mestres Cantores de Nuremberga) que fez um papel poderosíssimo. Que voz de mezzo brilhante!

A Petra Lang e o Stephen Gould estão incríveis. No 1º acto, a cena do Tristan... Isolde... (aqui não bebem mas jorram de mão dada o filtro sobre as outras) foi de uma intensidade e beleza vocal ímpar... a suavidade com que cada nome saiu da laringe de cada um deles derrete qualquer um!

No 2º acto o mais perfeito O sink hernieder... que eu já ouvi ao vivo ou em gravação. E com a óbvia grande contribuição de Thielemann. Zeppenfeld colossal (como já tenho dito, ele e o Groissbock são os melhores baixos wagnerianos da actualidade)!

Gould foi incansável e imparável no 3º acto, titânico, aliviando o quão pesaroso pode ser ouvir este acto por alguém que não cante e interprete como ele! Lang com um final estrondoso! Zeppenfeld parecia pouco emotivo mas compreendi porquê... Katharina Wagner coloca-o não simpático com a razão da traição de Tristão e com a sua morte, mas mantém-no marcado por essa mesma traição, em completo escárnio em relação a Tristão. Isolda “morre” para aquela relação com Tristão mas vive, arrastada do palco, em mão, por Marke.




No global foi excelente, apenas diminuído pelo meu encarar da obra (não é a minha favorita…) e pelo lugar pouco convidativo na galeria (onde qualquer som “acessório” é amplificado) para uma encenação não necessariamente minimalista.

Mesmo da estação de comboios ainda é possível um adeus (quiçá até para o ano...) à “Colina Verde”...



Texto de wagner_fanatic



TRISTAN UND ISOLDE, Bayreuth, August 2018

Musical direction - Christian Thielemann
Production - Katharina Wagner
Tristan - Stephen Gould
Marke - Georg Zeppenfeld
Isolde - Petra Lang
Kurwenal - Iain Paterson
Melot - Raimund Nolte
Brangäne - Christa Mayer

Tristan and Isolde ended my year in Bayreuth. The opening was a bit too fast and a bit aggressive for me but what followed is the work of a true genius of the baton like Thielemann ... dramatic intensity and stunning precision!!!

Vocally all have been on a stratospheric level! The big surprise was Christa Mayer's Brangane (an excellent Magdalene in Die Meistersinger von Nurnberg) who performed a very powerful role. What a brilliant mezzo voice!

Petra Lang and Stephen Gould were amazing. In the 1st act, the scene of Tristan ... Isolde ... (here they do not drink but hand jets given the filter over the others) was of an unique intensity and vocal beauty... the softness with which each name left the larynx of each of them melts either!

In the 2nd act the most perfect O sink hernieder ... I've heard live or in recording. And with the obvious great contribution of Thielemann. Colossal Zeppenfeld (as I have said, he and Groissbock are the best Wagnerian basses today)!

Gould was tireless and unstoppable in the 3rd act, titanic, relieving how sorry it can be to hear this act by someone who does not sing and interpret like him! Lang with a booming end! Zeppenfeld seemed unemotional but I understood why ... Katharina Wagner makes him unfriendly with the reason for Tristan's betrayal and his death, but keeps him scarred by this same betrayal, in complete derision of Tristan. Isolde "dies" for that relationship with Tristan but lives, dragged from the stage, in hand, by Marke.

Overall it was excellent, only diminished by my view of the work (not my favorite ...) and by the uninviting place in the gallery (where any "accessory" sound is amplified) for a non-minimalist staging.

To say goodbye, the railway station.

Text by wagner_fanatic.

sábado, 25 de agosto de 2018

PARSIFAL, Bayreuth, Agosto / August 2018



(review in English below) 

Direcção musical – Semyon Bychkov
Encenação – Uwe Eric Laufenberg
Amfortas – Thomas J. Mayer
Titurel – Tobias Kehrer
Gurnemanz – Günther Groissböck
Parsifal – Andreas Schager
Klingsor – Derek Welton
Kundry – Elena Pankratova

Com este Parsifal de 19 de Agosto de 2018 em Bayreuth, já posso morrer (pelo menos artisticamente). Finalmente um Amfortas sofrido na voz e no acto, capaz de trazer com uma naturalidade imponente toda a alma da personagem!!! Que emoção!!! A interpretação do Thomas J. Mayer foi e é de antologia!!! Só não me coloquei de joelhos porque não havia espaço para tal! Que upgrade em relação ao ano passado! Os Erbarmen foram arrepiantes!!!



Groissböck fez um Gurnemanz colossal!!! A imponência e potência vocais são as que já se conhece, quer nos agudos, quer nos graves, não perde clareza ou beleza de timbre; só lhe faltam algumas nuances vocais nos sítios certos, maioritariamente no 1o acto, (talvez ele possa rever isso com o Franz Josef Selig...) para que venha ser um Gurnemanz histórico (em Bayreuth e onde quer que cante) - cresce em mim, cada vez que o oiço, o desejo de ouvir o seu Wotan, anunciado para Bayreuth em 2020. Deus mo permita. Poderei então voltar a venerar um Wotan. 



A direção do Bychkov é sempre perfeita, gigante, em tudo como eu gosto. Ele sabe elevar os momentos-chave de forma perfeita. E o som que se recebe à frente... é absolutamente incrível. O coro de palco estrondoso, o fora de palco no balanço acústico perfeito!!! Memorável!!



O Titurel, Tobias Kehrer, foi fenomenal! Então no Oh, heilige Wonne... voz melosa no heute... excelente!

O 2o acto foi B-R-U-T-A-L!!!!! Schager e Pankratova são imparáveis!!!! Schager cada vez que o vou vendo mais, mais perfeito é neste papel!!! A sua naturalidade e segurança interpretativa é impressionante!! Este homem é um marco como Parsifal!!! 



E a Pankratova... os agudos dela são do mais arrepiante que há de tão sentidos e tão perfeitos tecnicamente. Quando ela “grita” que riu de Cristo na Cruz, é perfurante!!! 



E ambos em palco transmitem uma química indescritível e que nem câmaras nem rádios conseguem captar genuinamente. Fiquei completamente de rastos! 



Derek Welton é um enorme Klingsor! Sublime!

O 3º acto foi descomunalmente brilhante!!! Tudo perfeito, Groissböck brutalíssimo, Schager brilhante, Bychkov e a orquestra sobre-humanos!!! No final, um emotivo silêncio de talvez 15 segundos até se fechar a luz do palco (a qual desde o momento da entrada do coro me apontava à face como se de luz purificante se tratasse) e começarem os aplausos. Foi memorável! 





Este foi, até ao momento e sem dúvidas o melhor Parsifal a que já assisti, destronando do 1o lugar do pódio, o também dirigido por Bychkov, em Abril de 2016 em Madrid

Texto de wagner_fanatic



PARSIFAL, Bayreuth, August 2018

Musical direction - Semyon Bychkov
Staging - Uwe Eric Laufenberg
Amfortas - Thomas J. Mayer
Titurel - Tobias Kehrer
Gurnemanz - Günther Groissböck
Parsifal - Andreas Schager
Klingsor - Derek Welton
Kundry - Elena Pankratova

With this Parsifal of August 19, 2018 in Bayreuth, I can die (at least artistically) ... Finally an Amfortas suffering in the voice and in on stage, able to bring with an imposing naturalness the whole soul of the character!!! How exciting!!! The interpretation of Thomas J. Mayer is of anthology!!! I just did not get down on my knees because there's no room!!! What an upgrade over last year! The Erbarmen were creepy!!!

Groissböck is a colossal Gurnemanz!!! Vocal majesty and power are those that are already known, in both the top and low notes, he does not lose clarity or beauty of timbre. He just lacks a few vocal nuances in the right places (maybe he can review this with Franz Josef Selig :)) so that he becomes a reference Gurnemanz (in Bayreuth and wherever he sings) - it grows in me, every time I hear him, the desire to listen to his Wotan, announced for Bayreuth in 2020. God grant me. I will then be able to venerate a Wotan again.

The musical direction of Bychkov is always perfect, colossal, in everything as I like, he knows how to raise key moments perfectly. And the sound you get ahead ... is absolutely incredible. The chorus on stage is thunderous, the chorus off stage with perfect acoustics!!! Memorable!

Titurel by Tobias Kehrer was phenomenal! On Oh, heilige Wonne ... mellow voice in heute ... excellent!

The 2nd act was B-R-U-T-A-L!!!!! Schager and Pankratova are unstoppable!!!! Schager every time I see him more, the more perfect is in this role !!! His naturalness and interpretation are amazing !! This man is a landmark in Parsifal!!!

And Pankratova ... her highs are the most chilling that there are, so many emotions and so technically perfect. When she "screams" that she laughed at Christ on the Cross, it is piercing!!! And both on stage convey an indescribable chemistry that neither cameras nor radios can genuinely capture. I got completely senseless!

Derek Welton is a huge Klingsor! Sublime!

The 3rd act was unbelievably brilliant!!! All perfect, Groissböck absolutely fabulous, Schager brilliant, Bychkov and the orchestra super humans!!!

 In the end, an emotional silence of perhaps 15 seconds until the light of the stage (which from the time of the entrance of the choir pointed me to the face as if it were of purifying light) was closed, and the applause began. It was memorable!

This was, until now and without doubt, the best Parsifal I have ever seen, dethroning the 1st place of the podium, the one also directed by Bychkov in April 2016 in Madrid

Text by wagner_fanatic

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

DIE WALKÜRE / A VALQUÍRIA, Bayreuth, Agosto / August 2018



(Review in English below)

Direcção musical – Placido Domingo
Encenação – Frank Castorf
Siegmund – Stephen Gould
Hunding – Tobias Kehrer
Wotan – John Lundgren
Sieglinde – Anja Kampe
Brünhilde – Catherine Foster
Fricka – Marina Prudenskaya

O Plácido Domingo a dirigir a Valquíria é um “empata” de todo o tamanho!!! 




O 1º acto foi globalmente muito lento o que prejudicou a 100% o drama; mesmo nas passagens que devem ser mais lentas, são lentas de mais; as entradas da orquestra onde devem ser incisivas, são pastelosas; frequentemente a orquestra transmitiu a sensação de receio ao tocar; os cantores foram excelentes mas perderam-se neste ritmo, encontrando dificuldade no transmitir convincentemente as emoções - a Anja Kampe, na passagem onde descreve o casamento, o aparecer de Wotan e o colocar da espada no tronco, desencontrou-se com a orquestra, tal era a pasmaceira orquestral...




A encenação tem 2 perus numa jaula (num cenário que parece um estábulo numa quinta americana mas pelo que li acho que isto se passa na zona de poços de petróleo do Azerbeijão). Estes “cantaram” 4 vezes! Eu acho que em “perulês” estavam a dizer ao Domingo - “acorda meu, e acelera isto!” Este homem não aprendeu nada com maestros wagnerianos de jeito tantas as vezes que cantou este papel?! O andamento é “singer-friendly”, permitindo tempo para uma melhor articulação mas... não dá! Não é eficaz! Percebo que ele tenha optado por este andamento pelas características acústicas da sala, com o eco da mesma, etc. mas... não dá! Em 2000 cantou aqui com o Sinopoli a dirigir e não tem comparação a dinâmica do italiano (que memórias dessa transmissão em diferido pela Antena 2 gravada por mim nas velhinhas cassetes).


Gould tem uma grande voz mas, por vezes, foi um bocado histérico, o que fez com que em determinadas alturas a voz saísse quase gritada. Mas eu gostei porque foi em alturas chave de emoção e ficou bem. Agora os Wälse muito bem vocalmente mas não se sentiu a emoção de ele estar a apelar a um pai que já não existe, que não está presente, e o Notung, Notung, também pouco sentido... mas com o andamento imposto também é difícil.... aqui, nestas passagens, e no agudo final do 1o acto não conheço ninguém que tenha transmitido a emoção de forma tão apaixonante como... Placido Domingo... é a realidade. Agora, 18 anos depois, no pódio, o Maestro desilude.




No 2o acto, ou trocaram Placido Domingo por outro ou então este acordou da sesta e bebeu um café! Este acto foi brutalíssimo!!! Contrastes perfeitos no monólogo do Wotan, dueto Siegmund-Brünnhilde idem, final intenso, drama do início ao fim no seu maior expoente!!O Lundgren domina o papel do ponto de vista vocal e, acima de tudo, interpretativamente de modo quase perfeito! Catherine Foster estupenda como Brünnhilde - força e beleza de timbre numa interpretação exemplar! Gould, Kampe e o estreante Tobias Kehrer (Hunding fabuloso nos 1º e 2o actos) fenomenais! E a Fricka, Marina Prudenskaya... do melhor que se pode ter - voz de mezzo excelente, incisiva e autoritária sem desfazer timbre ou afinação - se ela me dissesse para fazer “assim ou assado”, eu era levado a fazê-lo de certeza (como acontece com Wotan...). Foi o dia ao pé da noite para o 1º acto!









O 3º acto foi mais ou menos... a encenação ridicularizou completamente o momento, para mim, mais significativo de todo o Anel ao colocar Wotan a dançar com uma pele de lobo a gozar Brünnhilde enquanto esta diz que o amor pelo Wälsung foi por ele incutido nela e honrando este amor ao tentar ajudá-lo em batalha, mesmo indo contra o que Wotan lhe ordenou, ela fez o que, no íntimo dele, ele desejava. A encenação também distanciou muito Wotan e Brünnhilde o que não ajudou a sentir-se a tensão entre ambos neste acto. Lundgren desiludiu no final, pouco emotivo, muito estático, voz cansada... Domingo? Enfim... mais ou menos: alguns contrastes mal elaborados, retardados no final de algumas frases para acentuar o que vem a seguir mas depois o que vem a seguir não sai bem... Muita indefinição. Por muita experiência que se possa ter como cantor, não é um estudo de 4 ou 5 meses da partitura, e algumas sessões de ensaio, que criam um Maestro wagneriano...




Esta Valquíria valeu essencialmente pelo 2º acto e apenas por este acto! E fica a dúvida se foi planeado ou um golpe de sorte... No final houve apupos no início dos aplausos, mas os restantes tentaram abafar… ainda há quem perceba de ópera e de Wagner em Bayreuth!









Texto de wagner_fanatic



DIE WALKÜRE, Bayreuth, August 2018

Musical direction - Placido Domingo
Role Playing - Frank Castorf
Siegmund - Stephen Gould
Hunding - Tobias Kehrer
Wotan - John Lundgren
Sieglinde - Anja Kampe
Brünhilde - Catherine Foster
Fricka - Marina Prudenskaya

Plácido Domingo conducting the Valkyrie is a big "tie"!!! The first act was globally very slow what damaged 100% the drama. Even in the parts that must be slower, they were too slow. The parts of the orchestra that should be sharp were too slow and sluggish. Often the orchestra transmitted the feeling of fear when playing. The singers were excellent but lost themselves in this rhythm, finding it difficult to transmit convincingly the emotions - Anja Kampe, in the part where she describes her marriage, the appearance of Wotan and the putting of the sword in the trunk, disconnected with the orchestra, such were the tempi dull…

The staging has 2 turkeys in a cage (in a scenario that looks like a stable in an American farm but from what I read I think this is in the Azerbaijan oil well zone) that "sang" 4 times! I think in "Peruvian lsnguage" they were saying to Domingo - "wake up and accelerate it!" This man did not learn anything with Wagnerian maestros so many times that he sang this role?! The tempi are "singer-friendly", allowing better articulation of the language but does work ... is not effective; I notice that he has chosen this course for the acoustic characteristics of the room, with the echo of it, etc. but ... it does not work. In 2000 he sang here with Sinopoli to conduct and there is no comparison to the dynamics of the Italian. And I confess that Gould is very good but no one has yet managed to convey the excitement of Siegmund's keen finale like Domingo ...

In the 1st Act the couple was good, yes. Gould has a great voice but sometimes it's a bit hysterical, which made his voice almost screamed at certain times. But I liked it because it was at key heights of excitement and it was just fine. But the Wälse were very well vocally but did not feel the thrill of him being to appeal to a father who no longer exists / is there, and the Notung, Notung, also with little emotion but with the tempi imposed is also difficult .... Here, in these parts, I do not know anyone who has transmitted the correct emotion as ... Placido Domingo ...it is the reality.

2nd Act: Well ... they exchanged Domingo for another one or the grandfather woke up from his nap and had a coffee! This act was brutal! Perfect contrasts in the monologue of Wotan, duet Siegmund-Brünnhilde also, intense end, drama from beginning to end in its greatest exponent !!
Lundgren dominates the role from the vocal point of view and, above all, interpretatively almost perfect! Catherine Foster stupendous as Brünnhilde - strength and beauty of timbre in an exemplary interpretation! Gould, Kampe and debutant Tobias Kehrer (fabulous Hunding 1st and 2nd stints) phenomenal! And Fricka, Marina Prudenskaya ... the best one can have - excellent mezzo voice, incisive and authoritative without undoing timbre or tuning - if she told me something too, I did for sure (as it happens with Wotan ☺) It is the day contrasting with the night (the 1st ac)t! I do not know what to expect from the last act?!?!

3rd Act not exciting ... the production completely ridiculed the most significant moment of the whole Ring by placing Wotan dancing with a wolf skin to enjoy Brünnhilde, while she says that the love for the Wälsung was by him instilled in her, and honoring this love while trying to help him in battle, even going against what Wotan ordered her, she did what in her heart she wanted. The production also distanced much Wotan and Brünnhilde which did not help to feel the tension between both in this act. Lundgren disappointed at the end, unemotional, very static, tired voice ... Domingo ... more or less, some contrasts poorly elaborated, delayed at the end of some sentences to accentuate what comes next but then what comes next does not go well.

This Valkyrie was worth essentially and only by the 2nd act! At the end there were some booos at the beginning of the applause, but the rest tried to stifle ... there are still people who know about opera in Bayreuth!

Text by wagner_fanatic