sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

DIE ZAUBERFLÖTE / A Flauta Mágica / The Magic Flute, Royal Opera House, Dezembro / December 2020

 


Foi hoje disponibilizada pela Royal Opera House de Londres e estará disponível nos próximos dias a gravação da ópera A Flauta Mágica de W.A. Mozart que foi transmitida pela primeira vez em 2017. Pode ver-se aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=CqT9_yfUfXI

A encenação de David McVicar é vistosa, colorida e variada, proporcionando um espectáculo muito agradável. A direcção musical foi de Julia Jones.

(Fotografias / Photo: Tristan Kenton ROH)

Nos solistas principais há alguns estreantes e interpretações muito boas. O melhor é o Papageno do barítono Roderick Williams que, por si só, vale o espectáculo, tanto pela excelente interpretação vocal como pela presença cénica. Também muito bons foram a soprano Siobhan Stagg (Pamina) detentora de um soprano de grande beleza, o baixo Mika Kares (Sarastro) e a soprano Sabine Devielhe (Rainha da Noite). 


                                 (Fotografias / Photo: Tristan Kenton ROH)

Completam o bom conjunto de solistas o tenor Mauro Peter (Tamino) a soprano Christina Gansch (Papagena) e o cénicamente fantástico Peter Bronder (Monostatos).

                                  (Fotografias / Photo: Tristan Kenton ROH)

Uma bela prenda de Natal da Royal Opera.




quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

LOHENGRIN, Staatsoper unter den Linden, Berlim, Dezembro / December 2020


 (text in English below)


A Staatsoper unter den Linden, uma das várias companhias de ópera de Berlim, transmitiu no dia 13 a estreia da nova produção do Lohengrin de R. Wagner. Nas próximas semanas pode ver-se aqui:

https://www.arte.tv/de/videos/099744-001-A/roberto-alagna-und-vida-mikneviciute-in-lohengrin/

Direcção musical de Matthias Pintschner da Staatskapelle Berlin e do Staatsopernchor.
A encenação é do espanhol Calixto Bieito. É má, não tem nada de interessante ou inovador, várias partes ridículas e, como acontece sempre nas suas encenações, com muito sangue e um joker.


(Fotografia / Photo Monika Ritterhaus)


Os cantores também tiveram desempenhos distintos. Roberto Alagna não é um heldentenor e foi um Lohengrin opaco. A narração do Graal foi interessante mas começou a quebrar a voz. É sempre difícil vermos em Wagner um cantor que até agora nunca entrou neste reportório.

A soprano Vida Mikenviciute esteve mal como Elsa von Brabant. Tem um vibrato muito incomodativo e foi dura na interpretação, sem transmitir emotividade.


                                        (Fotografia / Photo Monika Ritterhaus)

A Ortrud de Ekaterina Gubanova foi a melhor da noite, apesar da encenação que a colocar frequentemente em situações ridículas. Também estiveram bem Martin Gantner como Friedrich von Telramund e René Pape como Heinrich.


                                        (Fotografia / Photo Monika Ritterhaus)

A tristeza é o final... sala vazia... que desconsolo e que tragédia para a Ópera nestes tempos!






terça-feira, 8 de dezembro de 2020

SIMON BOCCANEGRA, Opernhaus Zürich / Ópera de Zurique, Dezembro de 2020

 

(Text in English below)


A Ópera de Zurique transmitiu em directo no passado dia 6 de Dezembro uma das suas novas produções desta temporada, a ópera Simon Boccanegra de G. Verdi, numa encenação de Andreas Homoki com direcção musical de Fabio Luisi.

A transmissão pode ver-se nas próximas semanas no seguinte endereço:

https://www.arte.tv/de/videos/100367-001-A/giuseppe-verdi-simon-boccanegra-aus-der-oper-zuerich/ 


(Fotografia Monika Ritterhaus)

A acção foi trazida para o início do Sec. XX, com claras referências ao nazismo. Um barco evoca Génova e Boccanegra como corsário. Uma criança de branco aparece ocasionalmente como visão de Maria. O palco está quase sempre a rodar, a encenação é escura e por vezes parece um filme de terror. Mas acaba por ser interessante. O final do 1º acto é sublime, também com as interpretações fabulosas das personagens.

Quanto aos cantores solistas, a qualidade é impressionante. Nas condições actuais da pandemia de COVID-19, a Orquestra Philharmonia Zürich, o Coro da ópera de Zurique e os cantores estão em locais distintos. O som é tratado antes de ser transmitido, mas o efeito final é notável. No intervalo há uma explicação interessante.


(Fotografia Monika Ritterhaus)

Christian Gerhaher (Simon Boccanegra) é um barítono alemão que muito aprecio e tem uma interpretação excelente. O timbre é muito bonito e fraseia impecavelmente. Jennifer Rowley (Amelia Grimaldi) é uma cantora de voz afinada e poderosa, por vezes excessivamente forte para a personagem frágil que representa. Christof Fischesser (Jacopo Fiesco) é um excelente baixo de voz escura e segura. O tenor Otar Jorjikia tem um timbre invulgarmente cativante, esteve perfeito no primeiro acto, mas "arranhou" algumas notas nos outros. Também com prestações de grande nível estiveram o baixo barítono Nicholas Brownlee (excelente como Paolo Albiani), o barítono Brent Michael Smith (Pietro) e Siena Licht Miller (empregada de Amelia).


(Fotografia Monika Ritterhaus)

Um espectáculo a não perder.


SIMON BOCCANEGRA, Zürich Opera, December 2020