quinta-feira, 26 de maio de 2011

WAGNER e DVORÁK – Teatro alla Scala, Milão, Maio de 2011


Um espectáculo inesperado no Scala foi um ensaio geral aberto ao público da Orquestra Filarmonica della Scala, dirigido pelo maestro Gianandrea Noseda, com o barítono Matthias Goerne.
Por 15 Euros pude assistir a outro espectáculo interessantíssimo.



Logo no início, os Maestros Gianandrea Noseda e Gian Mário Benzini trocaram algumas impressões quer sobre a carreira profissional do maestro que dirigiu o concerto, quer sobre o conteúdo do que se iria ouvir.


A Orquestra esteve colocada no palco da sala principal e todos os músicos estavam vestidos à vontade, dado ser um ensaio geral.



O espectáculo começou com Wagner, as duas peças em que houve intervenção do excelente barítono alemão Matthias Goerne, que possui uma bela voz, escura e forte, com pianíssimos de excelente qualidade bem como um registo grave marcante.
Interpretou o monólogo de Hans Sachs dos Mestres Cantores de Nuremberg e a despedida de Wotan na parte final da Valquíria, um das mais sublimes trechos musicais alguma vez escritos na música ocidental.


Foram frequentes as interrupções, ora com indicações para os músicos, ora com informações para o público mas, cada uma das peças foi interpretada na íntegra no final das interrupções.


Seguiram-se o prelúdio dos Mestres Cantores, e a marcha fúnebre de Siegfried, do Crepúsculo dos Deuses. Outra daquelas peças que não deixa de nos tocar profundamente e, mais uma vez, enriquecida por eloquentes explicações do maestro, incluindo o relevo para alguns instrumentos que são frequentemente apenas usados nas obras de Wagner, nomeadamente no Anel.



O espectáculo terminou com a 8ª Sinfonia de Dvorák, primorosamente interpretada pela orquestra (já com menos instrumentistas) que não foi interrompida até ao final da obra.


Mais um presente do Scala, diferente, mas muitíssimo interessante e educativo.

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Wagner and Dvorák - Teatro alla Scala, Milan, May 2011

An unexpected performance at La Scala was a rehearsal open to the public of the Scala Philharmonic Orchestra, directed by conductor Gianandrea Noseda, with the baritone Matthias Goerne.
For 15 Euros, I could watch another very interesting performance.

In the begining, Maestros Gianandrea Noseda and Gian Mario Benzino exchanged some impressions both on the professional career of the conductor who will direct the concert, and on the content of the concert.

The orchestra was placed on the main stage and all the musicians were dressed casual, because it is a rehearsal.

The performance began with Wagner, the two parts in which there was intervention by the great German baritone Matthias Goerne, who has a beautiful voice, dark and strong, with excellent quality pianissimi and striking low register. He sang the monologue of Hans Sachs of Die Meistersinger von Nürnberg and the final part of Wotan at the end of the Valküre, one of the most sublime pieces of music ever written in Western music.

There were frequent interruptions, sometimes with suggestions to the musicians, sometimes with information for the public, but each piece was played in full at the end of the interruptions.

This was followed by the prelude to Die Meistersinger and Siegfried's Funeral march, from Götterdämmerung. This is another of those pieces that never ceases to touch us deeply and once again, enriched by eloquent explanations of the conductor, including the highlight for some metals that are often only used in Wagner’s operas, particularly in the Ring.

The performance ended with the 8th Symphony by Dvorák, played exquisitely by the orchestra (now with less musicians) that was not interrupted until the end of the work.

Another gift from La Scala, different but very interesting and educational.

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8 comentários:

  1. Excelente partilha, este artigo! Deve ter sido muito bom!

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  2. Eu gosto muito de ensaios abertos, pois alem de permitirem ao público mais duro uma oportunidade de ver bons espetáculos, permitem aos mais interessados entender como funciona o processo de preparação do concerto ou da peça em questão.

    Aproveitando o repertório do evento, fica a dica para o CD do René Pape, onde ele canta as peças citadas (Monólogo do Hans Sachs e Fim de A Valquíria). O Disco é muito bem gravado e tem como ápice cenas do Parsifal com o Placido Domingo no papel título.

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  3. Obrigado pela partilha. Também gosto de ensaios.

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  4. @ Elsa,
    Obrigado pelas suas sempre simpáticas palavras.

    @ Plácido,
    Foi extraordinário e estava totalmente cheio. Tive a sorte de conseguir um bilhete de uma desistência, sem pagar mais .

    @ Eduardo,
    Tem toda a razão, estes espectáculos (ensaios gerais abertos) permitem aos mais “tesos” (a expressão não muito bonita usada em Portuugal para “duros” mas que todos entendem) terem acesso ao que, eventualmente, não lhes seria acessível.
    E muito obrigado pela dica do René Pappe. Estou certo que o wagner_fanatic vai adorar, embora admita que ele já saiba. Tudo o que envolve Plácido Domingo não lhe escapa.

    @wagner_fanatic,
    Lembrei-me muito de si durante o espectáculo e imaginei que gostaria muito de estar presente. Foi, de facto, memorável e a componente wagneriana foi major.
    Como sabe, desloquei-me a Milão por razões profissionais mas, quando estamos em cidades como esta, é normal termo acesso a grandes espectáculos musicais. No presente caso já levava bilhete comprado para duas óperas (Quartett que já relatei no blogue e Turandot que surgirá brevemente) mas tive acesso, nesses dois dias, a mais dois espectáculos inesperados (um o que acabo de referir e outro a 4ª Sinfonia de Mahler, que aqui relatarei mais tarde). Tudo isto em apenas 2 dias!

    @ Paulo,
    Estes ensaios chegam a ser melhores que os próprios espectáculos. Neste caso, acho que saí muito beneficiado pelo que aprendi com os comentários do maestro. Se apenas tivesse visto o concerto na sua “formalidade” convencional, não teria desfrutado tanto.

    E continuo a não ser reconhecido pelo Blogger!!
    FanaticoUm

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  5. Fanático,

    Você assistiu duas récitas de ópera e dois concertos, em 2 dias? E ainda trabalhou??

    Como consegue?

    Sds,

    Eduardo

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  6. Caro Eduardo,

    Parece estranho mas foi assim:
    Chegada a Milão às 18h00 e primeira ópera às 20h00. No dia seguinte (o primeiro completo em Milão, nova ópera às 20h00). No dia seguinte (segundo completo em Milão), um concerto às 18h00 no Foyer do Teatro (ainda surgirá no blogue) e o ensaio geral aqui referido às 20h00 na sala principal.
    Na tarde seguinte, regresso a Lisboa. Trabalho e música perfeitamente articulados! Dois dias completos em Milão, com mais dois dias com viagems, é verdade!
    Cumprimentos
    FanaticoUm

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